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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

E porque é que Mao fica sempre fora da equação?

por josé simões, em 06.09.16

 

durão barroso.jpg

 

 

E porque é que em Mao nunca ninguém toca e os seus mais de 70 milhões de mortos ficam sempre convenientemente escondidos, caídos no esquecimento?


E porque é que mais de metade do PS e do PSD, ministros e secretários de Estado, dirigentes do "sentido de Estado" e da marcha do balão e do "arco da governação" vão passando pelos intervalos da chuva sem que os mais de 70 milhões de cadáveres lhes pesem na consciência?


E se em Berlim, frente ao Reichstag, houvesse uma gigantesca foto de Hitler a vigiar a praça, como a de Mao a vigiar Tiananmen?


Isso agora também não interessa nada, o problema parece ser Estaline que nunca ninguém viu na Festa do Avante! , nem sequer em t-shirt.


[Na imagem um maoista ex-presidente da Comissão Europeia]

 

 

 

 

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||| Rewind/ Fast Forward buttons

por josé simões, em 02.12.14

 

Great Leap Forward.jpg

 

 

Pior que ser burro é ser burro e não querer aprender.


«Governo chinês vai mandar artistas para o campo, para aprenderem o socialismo


Esta decisão "vai dar um grande impulso aos artistas, ajudá-los a ter uma visão correcta da arte e a criarem mais obras-primas"»


[Imagem]

 

 

 

 

||| E se…

por josé simões, em 26.12.13

 

 

 

Na Alexanderplatz ou na  Potsdamer Platz em Berlim existisse uma foto gigantesca de Adolf Hitler, e se todos os governantes e chefes de Estado de visita à Alemanha tivessem de passar pelo ritual de depositar uma coroa de flores no mausoléu do Führer a respeito da realpolitik e da pujança económica da Alemanha?

 

Celebremos pois os 120 anos do nascimento do maior genocída da história, com discípulos, directos e indirectos, espalhados por tudo o que é lugar de decisão e função governativa, na Europa do séc. XXI, mui liberal e seguidora das regras do mercado:

 

«Os admiradores de Mao Tsetung celebraram esta quinta-feira o 120º aniversário do seu nascimento»

 

[Na imagem "Security cameras flank the giant portrait of Mao Zedong in Tiananmen Square" by David Gray/ Reuters]

 

 

 

 

 

 

|| A luta continua. Em tempo de paz

por josé simões, em 02.01.12

 

 

 

«Depois de ter conquistado a China em 1949, o objectivo secreto de Mao era dominar o mundo. Ao perseguir este sonho, fez morrer 38 milhões de pessoas na maior fome da História. Ao todo, mais de 70 milhões de chineses morreram durante o período de governação de Mao - e em tempo de paz.»

 

Vem arrumada na secção "Cultura": «cerimónia marcada pelo lançamento de 10.000 pombos com símbolo da paz e de boa-sorte »

 

 

 

 

 

 

|| Baptizado colectivo

por josé simões, em 18.07.11

 

 

 

Entre 1958/ 1960 Mao Tsé-Tung lança a campanha O Grande Salto em Frente: acelerar a colectivização do campo e a industrialização e transformar a China numa sociedade desenvolvida e igualitária em tempo recorde. O resultado, milhões de mortos e a maior fome da história do Império do Meio, é dos livros, como sói dizer-se.

 

Com a revolta e a ira instaladas no seio das populações e com o Partido Comunista Chinês em “esforço”para conter os danos, depois de uma longa ausência, O Grande Timoneiro reaparece, numa operação de propaganda, a nadar no rio Yangtzé para as objectivas e para as câmaras, e lança a Revolução Cultural, redireccionando a revolta das populações contra os seus camaradas na Longa Marcha e provocando uma purga na cúpula do partido. O homem que causou o desastre foi o homem que mais lucrou com os resultados.

 

Uma parábola para os tempos que correm?

 

 

 

 

 

|| O maoísmo tinha, ainda tem, mel

por josé simões, em 02.07.11

 

 

 

Publicar páginas e páginas de escritos sobre o maoísmo e entrevistas a (ex)maoístas sem nunca abordar, sequer ao de leve, o maior genocída da história da humanidade, Mao Zedong himself, é obra.

 

E o que é que, ou porque é que, um (ex)maoísta, no ponto mais ocidental da Europa, tem a ver, ou tem de carregar, com os milhões de perseguidos e outros tantos milhões de mortos às mãos de Mao e do Partido Comunista Chinês? O mesmo que um (ex)comunista, no mesmo ponto mais ocidental da Europa, tem a ver com os crimes de Estaline, o que não é impeditivo para que o tema esteja sempre em cima da mesa de trabalho, não é?

 

Revisionistas eram, são, os outros.

 

 

 

 

 

 

|| Como diz a “outra”: “Eu hoje acordei assim”

por josé simões, em 12.10.10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

|| Varrer o lixo para debaixo do tapete

por josé simões, em 17.09.10

 

 

 

Até que um dia, inevitavelmente, se vai ter de levantar o tapete.

Ao contrário do que acontece com Hitler e com Estaline, nunca ninguém refere os crimes de Mao e do maoísmo. Será porque a classe política actualmente no poder andou por lá “à escola”? O maior genocída da história:

 

«Mao's Great Leap Forward 'killed 45 million in four years'»

 

 

 

 

ffw » play (+8 pitch adj.)

por josé simões, em 07.10.08

 

Eu também gostei muito da entrevista a Maria José Morgado e a Saldanha Sanches na Pública de domingo.

 

Principalmente desta parte: «S. S. – Mas éramos estalinistas. Com alguma crítica, mas aceitávamos o Estaline».

Como é que é aceitar e ser crítico ao mesmo tempo, do personagem em questão? Aceitavam o bigode e o chapéu, mas criticavam os mortos, os perseguidos, os famélicos e os milhões de migrantes forçados. Dois em um.

 

E dest’outra também: «M. J. M. – (…) A China, depois do Deng Xiaoping, também já não é socialismo (…)». Depois?!? Pressupõe que “antes do” fosse. Temos assim Mao, o carniceiro-mor dos comunismos, ao pé do qual o Estaline era um aprendiz, a passar pelos intervalos da chuva, convenientemente branqueado com a ajuda da menina Anabela Mota Ribeiro que conduz a entrevista.

 

Fosse um ex-PCP, e levava com o Estaline, o Lenine e o Yagoda, mais a fome na Ucrânia e o Gulag, e ainda a Hungria e a Checoslováquia e o Afeganistão, até ao fim da entrevista. Nunca mais se livrava da cruz. Nunca percebi estas cumplicidades jornalísticas para com os ex-maoistas. E são mais que as mães. E enxameiam de alto a baixo os dois partidos do Bloco Central. E ocupam funções governativas. E encaixaram-se em todas as grandes empresas deste país. Talvez seja por isso mesmo. Mais vale cair em graça que ser engraçado.

 

Camarada Saldanha; camarada Maria José: cantam bem mas não me alegram. Dito de outra forma: vão dar música a outro, que essa já eu ouço desde pequenino.

 

Entrevista na íntegra aqui, descoberta via.

A ler: Mao - A História Desconhecida, de Jung Chang e Jon Halliday, Bertrand Editora

 

(Foto roubada aqui)

 

Adenda: A parte final da entrevista. «S. S. - Acho que nas pinturas há alguma sensualidade, e num casal tem de haver sensualidade. Mas pinta mal - como toda a gente sabe!». Cá para mim já esteve mais parecida com o Robert Smith