"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
- O Correio da Manha [sem til], jornal e televisão, porque vive do clickbait, das audiências, do alarmismo social, das fugas cirúrgicas ao segredo de justiça, do linchamento na praça pública, irreversível por causa do mui famoso "tempo da justiça".
- O partido da taberna, que capitaliza nas urnas a indignação e a revolta das pessoas, açuladas pelo tabloidismo, encaminhadas para o justicialismo do alcatrão e penas que corrói o Estado de direito democrático, "são todos da mesma laia, isto quer é um Salazar".
Os primeiros nunca foram a votos, os segundos têm contra si 82% dos votos em urna.
Um jornal online de direita/ um jornal da direita online, ter publicado o manifesto do terrorista suicida australiano do ISIS pode, por "apologia do jihadismo", ser enquadrado na neofascista, espécie de 'patriot ac', lei de combate ao terrorismo de Paula Teixeira da Cruz?
Dito de outra maneira, um blog anónimo como o meu, anónimo no sentido de não ser escrito por um político conhecido, nem por um próximo do circulo do amiguismo lisboeta com acento [não é gralha] nas televisões do comentário político, nem pelos lugares cativos [Pedro Rolo Duarte, Domingos Amaral, Margarida Rebelo Pinto, por exemplo] nos destaques na página do Sapo dia sim dia sim, ainda por cima com o medonho nome Der Terrorist, caso publicasse o dito cujo manifesto teria o mesmo tratamento/ enquadramento do jornal online da direita com swag?
O Avisador avisou mas não explicou porque é que os investidores estrangeiros não reagem de "forma muito negativa", nem pouco negativa, nem tampouco reagem, perante um Governo de incompetentes, patrocinado por um escritor de prefácios e que, a propósito de uma alegada reforma do Estado e de uma não menos alegada reforma estrutural da economia, destrói a economia, aumenta a dívida pública, empobrece o país e os cidadãos, e inviabiliza o pagamento da dívida.
Diz a sabedoria popular que "a falar é que a gente se entende" e, o tempo que gasta em avisos que são do senso comum e prefácios para pitonisas se o investisse a falar e a explicar aos investidores, com que se tem "encontrado ao longo dos tempos", que "reestruturação" não é "não pagamos", antes pelo contrário, era muito mais útil ao país e muito mais prestigiante para a cadeira que ocupa.
Isso sim são "checks and balances" [no original porque O Avisador teve "dificuldade em encontrar a palavra"] e não tretas de faltas de respeito institucional da parte dos afilhados e protegidos.
Brigada do reumático, jarretas, xexés, irresponsáveis, instalados do sistema, chupistas do erário público, caloteiros, anti-patriotas, analfabetos políticos, ileteratos do economês, ai os mercados e as taxas de juro e o futuro do euro e o futuro da Europa e o futuro da Nação e os avisos de Cavaco Silva, "o economista fantástico que o senhor é". E agora?
Porque Cavaco Silva nunca se engana e raramente tem dúvidas, Cavaco Silva não quer ouvir conselhos nem quer saber de opiniões diferentes da sua. Cavaco Silva não quer conselheiros, quer funcionários encarregados de o entreter, a si e ao seu Governo de iniciativa presidencial, que lhe digam o que quer ouvir, tipo os cães de porcelana que se encontram nas feiras e mercados e que ficam um ror de tempo a abanar a cabeça, "que sim que sim", depois de lhes pregarmos um piparote.
Cavaco Silva, o da fama de nunca deixa cair os amigos e os mais chegados, Cavaco Silva a quem Dias Loureiro, Conselheiro de Estado, garantiu "solenemente que não cometeu qualquer irregularidade nas funções que desempenhou" e que por isso não tinha "qualquer razão para duvidar da sua palavra", Cavaco Silva que após a encomenda das escutas a Belém afastou o "homem forte" Fernando Lima sem afastar Fernando Lima o "homem forte", daqui para ali.
Descontando o habitual, e o habitual é a arte que Pedro Passos Coelho domina com mestria e que consiste em aplicar aos outros tudo o que lhe encaixa que nem uma luva – "Aqueles que querem realizar o irrealizável acabam por não ser justos nem oferecer segurança aos cidadãos, acabando por pôr em causa o Estado Social", é, no mínimo, de uma enorme falta de sentido de Estado e de uma não menos enorme falta de respeito por uma instituição que se quer blindada a debates político-partidários e a opções de governação, que o primeiro-ministro se aproveite das câmaras e dos microfones, numa cerimónia oficial dentro das instalações da Polícia Judiciária, para passar recados à oposição e ao consenso, finalmente encontrado entre todos os quadrantes políticos, a pedido do Presidente da República.
O "arco da governação" tem o apoio e o "sentido de Estado" e o "supremo interesse nacional" do arco dos interesses instalados. A cada minuto que passa o PS de António José Seguro atasca-se mais e cada vez mais no esquema urdido por Cavaco Silva.