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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

||| O Verdadeiro Artista

por josé simões, em 22.06.14

 

 

 

«O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, defendeu hoje que a posição de diálogo que tem assumido é mais bem-sucedida do que a luta na rua […]

 

[…] frisou que a central sindical que dirige "sempre fez da negociação, do diálogo social e da concertação uma forma de estar e de lutar".

 

Carlos Silva insistiu que a forma que a UGT tem "promovido para resolver o problema das pessoas tem mais sucesso e tem-se provado".»

 

Numa coisa o líder da UGT, Carlos Silva, tem razão: cedências atrás de cedências traduzidas em diminuições do salário real e do tempo de descanso, aumentos das mais-valias para os patrões e accionistas sem retorno para a economia real, perdas de direitos e garantias dos trabalhadores sempre em favor da rigidez patronal, é um sucesso… para os patrões.

 

Até à data o papel da UGT tem sido o de passar uma imagem de credibilidade e seriedade a decisões tomadas em sede de concertação social e de onde saem como se de negociações se tratassem, evitando com isso às organizações patronais a 'maçadoria' de negociarem entre si e entre si e o Governo.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| O Gigante Acordou

por josé simões, em 24.06.13

 

 

 

A hastag #OGiganteAcordou [O Gigante Acordou] no Instagram, à hora em que publico este post, já leva qualquer coisa como 445 103 e fotos publicadas.

 

Uma boa base de trabalho para os sociólogos e para a sociologia política.

 

Adenda: Gastar 9 329 caracteres a escrever sobre "Os perigos do antipartidarismo" sem referir que a principal razão que levou a que milhões de pessoas saíssem para as ruas, dias seguidos, a gritar contra os partidos, se deve ao establishment e à praxis desses mesmos partidos, tendo recebido de volta a polícia, tal e qual ela era no tempo da ditadura militar, e que prendeu e torturou aqueles que agora ocupam a cadeira do poder, é obra! Ou então é-se pago ao metro de papel preenchido.

 

 

 

 

 

 

|| E porque o Brasil não está assim tão longe

por josé simões, em 22.06.13

 

 

 

Causa Brasil, veja pelo que o país protesta.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| Uma justificação como outra qualquer

por josé simões, em 22.06.13

 

 

 

A da foto. Ou talvez "A Justificação". Isto é um problema dos velhos. Isto não é um problema dos velhos. Isto é um problema dos novos. Isto não é um problema dos novos. Isto é um problema de gerações. Isto não é um problema de gerações. "Os bons velhos tempos" e "no meu tempo". É que todos os tempos têm um tempo e bons velhos tempos. E estes tempos novos também têm guardiões da Democracia, dos velhos tempos, e o perigo dos novos tempos não serem balizados, enquadrados, organizados. Por quem, d[n]os velhos tempos, incendiou os novos tempos, sem perceber que "a sede de uma espera só se estanca na torrente", como na canção? E a "ingratidão" [que ainda não foi] usada como argumento, é uma questão de tempo. Argumento de quem, d[n]os velhos tempos, não percebeu nada e já perdeu o tempo do "sai da frente que já estamos fartos e já estamos noutro tempo".

 

[Há mais imagens aqui]

 

 

 

 

 

 

|| Um telemóvel e ligação à rede, é o que basta

por josé simões, em 21.06.13

 

Por estes dias o Twitter tem sido uma autêntica mina de anónimos cidadãos fotojornalistas.

 

 

 

 

Em Gôiania ontem, os polícias juntam-se à manif e distribuem flores, via RevolucioMari.


 

 

Início da manif, ontem no Rio de Janeiro, via Bráulio Silveira.

 

 

 

 

 

 

|| Não há cão nem gato que não fale de Keynes

por josé simões, em 18.06.13

 

 

 

Ou é preciso estar de muita má fé ou é preciso ser muuuuuito estúpido [e estou a ser educado] para não perceber que os protestos no Brasil não têm nada a ver com keynesianismo mas com a corrupção e a promiscuidade entre o público e o privado [que idolatra Hayek]; com os negócios milionários do sector privado à sombra do guarda-sol do Estado; com quem jurou servir o povo e defender a Constituição e usa o cargo para o qual foi eleito para daí tirar proveito e enriquecer do dia para a noite. Dito de outra maneira, têm a ver com keynesianismo na medida em que as pessoas nas ruas se manifestam contra a forma como o investimento público é feito, o país do futebol não quer investimento público em estádios de futebol, quer investimento público em saúde e educação. Quer keynesianismo sim, mas noutra direcção e transparente. Não há cão nem gato que não fale de Keynes, que é como quem diz, toda a merda fala de Keynes.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| Nineteen Eighty-Four

por josé simões, em 25.10.12

 

 

 

E do que é que o PSD e Paulo Portas estão à espera para impor um Patriot Act contra as indignadas e famélicas vítimas da austeridade?

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| O ministro Rui Pereira já apareceu nas televisões a louvar a acção da PSP?

por josé simões, em 10.11.10

 

 

 

 

 

 

Dois polícias por habitante, o sonho de Paulo Portas - o Estado securitário - materializado:

 

«Manifestação com cinco estudantes escoltada por dez polícias»

 

(Imagem fanada ao New York Times)

 

 

 

 

 

Os Gigantones. Ou como se diz aqui a Sul: Os Cabeçudos

por josé simões, em 12.01.09

 

 

Nos tempos da Guerra-Fria volta e meia também aconteciam as manifs - convocadas pelos diversos Conselhos para a Paz e Cooperação -, pelo desarmamento, e onde se gritavam palavras de ordem contra o único imperialismo mau no planeta e arredores: o amaricano (com a). São os mesmos de agora. Alguns mais velhos, outros mais novos. O X Factor é que mudou. Ou nem tanto.

 

(Foto daqui)

 

 

 

A “Revolução” é ali ao lado…

por josé simões, em 13.03.08

 

«Convocam-se todos os professores para estarem presentes à porta do Pavilhão, não para ‘atacar’ sua excelência, que os professores não são arruaceiros, mas sim para lhes dar mostras da nossa dignidade mas irredutibilidade»
 
(Link)
 
Esperemos que isto não passe de uma brincadeira de mau gosto. Mas a acontecer, só vem dar razão ao que de há algum tempo a esta parte venho defendendo aqui nas páginas do blogue: o PC perdeu o controlo da situação. Pode convergir pontualmente com esta nova espécie de anarkas; pode tentar cavalgar a onda; pode tentar tirar dividendos; mas, no essencial, a “mãozinhaagit-prop não anda lá. Este não é o modus operandi do PC. Neste momento não é só no PS que se vive uma situação de Rewind até aos idos de 75. O PC está a passar pelo mesmo, quando à época, e em determinadas situações, era ultrapassado pela esquerda, pela direita e pelo centro, por tudo o que era grupelho político. A angustia de perder o controlo da situação E acreditem, este tipo de acontecimento de rua, dói muito mais ao PC que ao PS.
 
 Mas a questão para mim interessante é: E se no dia do comício estiverem cá fora tantos ou mais do que os que estão lá dentro?
 
(Foto via Corriere dela Sera)
 
 

A Fonte Luminosa reloaded

por josé simões, em 04.03.08

 

Declaração de interesses: com este post não se questionam a maior ou menor justeza das políticas do Governo; a maior ou menor razão das manifestações de protesto; quer pelos sindicatos, quer pelos outsiders.
 
Uma coisa é aquilo que José Sócrates pensa. Outra coisa completamente diferente é aquilo que ele, e todo o batalhão de spin doctors nos dizem, e nos querem fazer ver.
Numa primeira fase era “A Festa da Democracia”. Quando, na perspectiva do Governo, passou a ser “Festa” a mais, já a entrar na fase do “After Hours”, passaram a ser “os mesmos de sempre” – o PC e a CGTP; entenda-se.
 
Mas Sócrates sabe bem que não é bem assim, e a prova é o comício convocado pelo PS para o próximo dia 15 de Março. Uma fuga para a frente; responder com as mesmas armas do adversário. Outra vez a rua. Um Governo de maioria absoluta nas ruas!
Não sei se terá sido uma boa ideia. As comparações serão inevitáveis. Com a manif do PC de passado sábado. Com a manif dos profs no próximo dia 8. Se a ideia era um regresso ao dia 19 de Julho de 1975 – e nada me diz que não é! –, arrisco que seja um tiro, não pela culatra, mas no mínimo, de pólvora seca.
 
Os tempos são outros. Os pressupostos são outros. Já ninguém tem medo do perigo comunista. Na Fonte Luminosa de 75 o PS não esteve só; teve por companhia todo o espectro politico-partidário que se situava à direita do PC e que acorreu ao tocar a rebate de Mário Soares. Hoje, a famosa central de comunicação do Governo; os spin doctors de Sócrates, não conseguem travar a ideia que alastra, de que a Democracia e as Liberdades, e, principalmente o bem-estar e a qualidade de vida, estão em perigo. E aqui é que está a nuance em relação a 75.
 
A Fonte Luminosa reloaded? Não me parece…
 
Adenda: Para mim, mais importante que a contagem dos milhares dia 15 no Porto, será a identificação dos ilustres que vierem a marcar presença.
 
 

Mulheres e crianças

por josé simões, em 25.02.08

 

Aqueles que, assim que ocupam o poder se encarregam de recusar e de retirar  às mulheres os seus mais elementares direitos e garantias; aqueles que, para quem as mulheres não são mais que um acessório necessário para a procriação; são aqueles que, organizam uma manifestação, e, sem um mínimo de pudor, colocam à cabeça do protesto as mulheres e as crianças. Que nome se dá a isto?
(Link)
 
(Foto via El País)
 
 

Onde é que para a polícia?!

por josé simões, em 25.02.08

 

 

 Como muito bem escreve Tomas Vasques; e eu assino por baixo:

 
“Nestas manifestações, o caricato é que são ilegais à luz de um decreto-lei assinado por Vasco Gonçalves, ou seja, num tempo em que se queria ilegalizar as manifestações contra o governo e em que não haviam sms, email e blogues. Tanta conversa que por aí vai, mas ninguém no Parlamento, em tantos anos, atirou o dito decreto-lei para o lixo. Devem estar à espera de condenações de manifestantes em pena de prisão (os Tribunais aplicam as leis em vigor) para poderem gritar que a democracia se está a esvair.”
 
Agora a questão que se coloca é: e aquelas manifestações “espontâneas”, do beijinho e do aperto de mão, em que tudo é sorrisos e boa disposição, do manifestante ao governante; também são ilegais à luz do decreto-lei de Vasco Gonçalves; ou não? Onde é que anda a diligente e zelosa polícia nessas alturas?
(Foto via Chicago Tribune)
 
 

Ainda a visita da polícia ao sindicato na Covilhã

por josé simões, em 16.10.07

 

 

Sejamos honestos. Alguém no seu perfeito juízo pensará ser possível um atentado à integridade do primeiro-ministro ou de outro qualquer membro do Governo a coberto de uma manifestação, convocada por sindicatos, e marcada para o mesmo dia e para a mesma hora de uma qualquer visita oficial, numa qualquer cidade do país?
 
Antes pelo contrário! Um possível acto de violência ou atentado viria sempre de dentro das hostes dos beijinhos e dos apertos de mão, sempre convenientemente presentes em todas as visitas oficiais, e que dão um jeitaço do catano para avalizar o sucesso das políticas governamentais e a sua aceitação pela populaça; com a vantagem de não estarem sujeitas a pedidos de autorização nem a licenciamentos pelos governos civis. Os exemplos são mais que muitos. Recorro só a dois ou três, para não maçar: o atentado a João Paulo II em Fátima, veio de uma manifestação de infiéis? O atentado que vitimou Anwar Sadat em 1981 foi cometido por um manifestante hostil? O assassinato de Olof Palme foi cometido a coberto de uma manifestação não autorizada? E o de Kennedy?
 
Por favor não insultem a inteligência dos portugueses… senão só nos resta partilhar da opinião dos sindicatos quando defendem que isto não são mais do que manobras de intimidação e autoritarismo.
(Foto de Simon Gentleman para o Guardian)

Não pisar a linha

por josé simões, em 12.10.07

 

Está bem que a Lei é do tempo do Vasco Gonçalves, e que tem de ser cumprida e o coiso e tal. Está bem que se uniformizem e clarifiquem as normas para evitar que situações como esta se voltem a repetir. Mas expliquem-me lá, como se eu fosse muito burro: os figurantes – pagos ou não – que aparecem nas aparições de Sócrates (isto é o efeito Fátima), sempre dispostos ao aperto de mão e ao beijinho, também podem ser considerados como manifestação ilegal, ou o termo só é aplicável aos que aparecem para protestar?
 
(Foto via La Repubblica)
Adenda: Relatório do MAI aqui, e despacho do IGAI sobre o relatório aqui.