"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Construir plataformas logísticas e aeroportos em cima de um dos maiores aquíferos da Península Ibérica, construir campos de golfe em parque natural e/ ou área de paisagem protegida, construir resorts de luxo em reserva agrícola nacional e/ ou reserva ecológica. Mais barragem aqui e auto-estrada ali. Um imenso Algarve, de Valença a Vila Real de Santo António.
Macário Correia não tinha PIN. Faz toda a diferença. Para os juízes e tribunais. A natureza não fala, não se queixa. Nem faz lobby.
No país onde o Governo inventa o “projecto PIN” como forma de espoliar o património comum a milhões - reserva agrícola nacional, parques naturais e reservas ecológicas – em benefício de meia dúzia, um autarca vê o mandato suspenso por ordem judicial por violação do PDM e do Plano Regional de Ordenamento do Território. Awesome.
Durante anos e anos e anos e anos, a incompetência aliada à ganância e falta de visão de futuro dos autarcas (eleitos com o voto popular em eleições livres e democráticas), permitiu que se construíssem autênticas áreas metropolitanas à beira das Estradas Nacionais. Agora não há alternativa. Ele é bandas sonoras, semáforos, cruzamentos, passadeiras, e percurso que antes demorava meia hora a fazer leva agora hora e meia. Culpa nossa, por não os termos punido na devida hora com o voto, que a Nacional 125 seja uma rua, como diz o autarca profissional Macário Correia?
Quem se abotoou com a Sisa e demais impostos, provenientes das autorizações de construção, devia agora pagar a construção das estradas alternativas às SCUT.