"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Quem continua a rir é Mário Crespo que durante mais de um ano promoveu o comendador, dia sim dia não no telejornal da televisão do militante n.º 1, SIC Notícias, a vender moral, rectidão, subida na vida a pulso, e objectivos patrióticos. O idiota útil no título não é o Crespo, até porque está no plural.
«Isso não vai criar uma justiça a duas velocidades? Uma para cidadãos estrangeiros, outra para…
Não, não, haverá uma justiça para grandes investimentos [enfatizado com um grande gesto de braço e mão] e se calhar uma justiça um pouco mais lenta mas até pode ser que haja uma boa contaminação para investimentos mais pequenos» [A partir do minuto 02:28]
a) Com pena de prisão de seis meses a cinco anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal, se o fim for o de obter uma qualquer decisão ilícita favorável; b) Com pena de prisão até seis meses ou com pena de multa até 60 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal, se o fim for o de obter uma qualquer decisão lícita favorável.
2 - Quem, por si ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, der ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial às pessoas referidas no número anterior para os fins previstos na alínea a) é punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa.
Ouvir José Luís Asnô, no Frente-a-Frente do telejornal do Mário Crespo @ SIC Notícias, repetir a mesma lenga-lenga que já havia dito de manhã, na avença semanal que tem @ Conselho Superior na Antena 1, que o relatório da Comissão Europeia não é um relatório que não é uma opinião que é uma espécie de telegrama ao género Wikileaks e que foi uma fuga de informação e que os comentadores e alguns políticos morderam o anzol e fizeram uma tempestade num copo de água sem água, não é grave, se for visto pela bitola Paulo 'patriota' Portas que consegue dizer, sem se rir, que esta pedra é um tronco de árvore, sabendo que não o é. Grave é José Luís Asnô, que tem tempo de antena na rádio e na televisão como ninguém, vá-se lá saber porquê, dizer o que diz por acreditar mesmo naquilo que diz.
Que persiste quando ouvimos dirigentes do Partido Socialista dizer, como há bocado, no Frente-a-Frente do telejornal do Mário Crespo na SIC Notícias, ouvimos Eurico Brilhante Dias dizer a Nuno Magalhães, que "o CDS é um partido responsável", é se a intenção é "minar" a coligação por dentro, na secreta esperança de provocar frissuras que levem à queda do Governo, ou se é do fundo do coração teimar em ignorar que o CDS é aquilo que na realidade é.
Ver Ângelo Correia, esses mesmo, aquele que se baba todo quando lhe dizem que tem ascendente sobre o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, no telejornal do Mário ‘Goes to Washington’ Crespo, insinuar que esta vaga de emigração entre os licenciados se deve às universidades que insistem num modelo de formação desfasado da realidade socioeconómica do país, com claro prejuízo para os formados e para o Estado que investe na sua formação. E Helena Roseta ficou-se…
Excelentíssimo Senhor Presidente do Conselho de Administração da Radiotelevisão Portuguesa
Quero manifestar-lhe a minha total disponibilidade para ocupar o cargo de correspondente da Radiotelevisão Portuguesa na capital dos Estados Unidos da América.
É função que conheço bem e que desempenhei entre 1991 e 1997 nas presidências de George Bush (pai) e de Bill Clinton tendo sido até hoje o único jornalista português com acreditação permanente simultaneamente na Casa Branca, Departamento de Estado, Pentágono e Congresso dos Estados Unido.
Sendo este um ano de eleições presidenciais nos Estados Unidos e dado o melindre da situação económica e financeira mundial, seria com entusiasmo e grande motivação que aceitaria a tarefa de trabalhar na colheita e divulgação de material noticioso naquele país, nas várias plataformas da RTP coordenadas por V. Exa.
Aproveito para lhe enviar com os meus cumprimentos os desejos de felicidades pessoais e profissionais neste ano que começa.
Entre microfones e micro câmaras, disfarçadas de doença do legionário nas tubagens do ar, condicionado na direcção da ex DDR com passagem pelo Hotel Vitória, e fotocopiar 61 000 – sessenta e um mil – 61 000 documentos do ministério da Defesa, "e o mais que os outros não viram" como cantava o Zeca, mais as associações de amizade Portugal-URSS-RDA-Hungria-Checoslováqui-Polónia-Bulgária-Roménia-Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, nos States, que parece ser o ponto de referência para o poder instituído, era tudo julgado, e corrido a perpétua por traição à Pátria. O amor à Pátria, contra o imperialismo soviético marchar marchar, aparece-lhe já na velhice, depois de depois dos amanhãs que cantam e do internacionalismo proletário. Mais vale tarde do que nunca ou, como diz o povo, "mete mais tabaco nisso".
«Repare, você e eu, se tivéssemos influência política podíamos comprar o Pavilhão Atlântico, claro, desde que fossemos à Caixa Geral de Depósitos ou a um outro banco do regime, e nos dessem 20 milhões, nós dávamos como garantia o próprio Pavilhão Atlântico» A partir do minuto 11:40.
Trinta e oito – 38 – trinta e oito anos passados sobre a revolução do dia 25 de Abril de 1974.
No telejornal do t-shirt man, Francisco Assis usou o minuto da praxe para evocar Carlos Fuentes, José Luís Arnaut associou-se mas preferiu falar de coisas "mais do plano terreno" [sic, e não é sic por ter sido na sic]. "Sempre que me vêm falar de Cultura... retiro a patilha de segurança da minha [pistola] Browning". Hanns Johst [Schlageter] rocks! Ou será Kultura?
Entre um painel diário pluralista com João Cantiga Esteves-João Duque-Ângelo Correia e Ângelo Correia-João Duque-João Cantiga Esteves, "rigorosamente a não perder", e um 5 kgs de papel entre sábados, "há mil anos [ou mais] a fazer opinião", depois da net, do feiçe buque e do tuita, os dois a dar notícias com horas, se não com dias, de atraso, e com a opinião pública já com pós-graduação e mestrado sobre tudo o que mexe feito na rede, acabam os dois, em modo «blogue de maledicências e arruaça», a insultar os blogues, que são o último refúgio onde ainda é possível encontrar opinião genuinamente independente e isenta, fora do formato, desgraçadamente mainstream e a fazer escola, SIC Notícias/ Expresso, e onde ambos vão beber e recrutar para justificar o investimento das marcas via publicidade. Nunca mais crescem, nunca mais vão crescer, e já vão com 10 anos, contas por baixo, de atraso. Vivem numa realidade paralela, muito compenetrados na sua "importância". Estão bem um para o outro.
No final do dia de uma greve geral convocada pelas duas centrais sindicais, o convidado de Mário Crespo, para fazer o resumo da jornada, no telejornal da estação de televisão propriedade do senhor que, sem se rir, diz que «há nos media quem tenha "metido o jornalismo na gaveta"», não foi Carvalho da Silva da CGTP, não foi João Proença da UGT, foi António Saraiva, o patrão dos patrões.
E depois há aquela coisa Kunderiana, sempre o mesmo tempo [queria ter escrito tema saiu tempo e fica tempo que fica muito melhor], sempre o regresso ao ponto de origem e o(s) fantasma(s) do passado naquela alma frustrada e atormentada. E é assim desde a Memória de Elefante. Só que o Kundera libertou os checos e foi atormentar os franceses e nós ficamos com o António Lobo Antunes. É a vida. É o fado. E o que é que nós temos a ver com isso?
As entrevistas a António Lobo Antunes deviam ser feitas via telemóvel. O quê? Não estou a ouvir nada… onomatopeia… Estou? Estou? Onomatopeia… Estou a ficar sem bateria. Pi-pi-pi… Olha, caiu a chamada.
António Lobo Antunes rima com Rohypnol. Lembrei-me logo disso ainda a entrevista no telejornal do Mário Crespo nem sequer aí a meio.