"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Circulam pelas redes os memes do Ilusão Liberal com os ministros de Guterres que transitaram para o Governo de Sócrates para depois transitarem para o Governo de António Costa, uma corja, prontamente papagueados pelos comentadeiros-cartilheiros de serviço nas televisões, antes do fenómeno "redes sociais" denominados opinion makers, e depois citados sem citação pelos pivôs em todas as televisões: a escumalha socialista que meteu o país no buraco, bandidos. Todos. Todos menos um, o bonzo Luís Amado, para todos os efeitos e para o efeito reunião da extrema-direita - Movimento Europa e Liberdade, como "militante socialista". Caído do céu. Sem cadastro. Ainda não há muito tempo a isto chamava-se "idiota útil".
Diz o banqueiro "socialista" confortavelmente sentado em cima de 1,1 mil milhões de euros do dinheiro dos impostos dos contribuintes injectados no banco.
Luís Amado pertence àquela estirpe de idiotas úteis à extrema-direita, que na Grécia, enquanto viam os bancos a que presidem recapitalizados com o dinheiro dos contribuintes na exacta proporção em que eram aplicadas doses maciças de austeridade sobre a população, vinham para a praça pública com gritos de "Alerta!" e "Perigo!" que o Siryza podia chegar ao governo pela via eleitoral, enquanto, de mansinho e também pela via eleitoral, os fascistas do Aurora Dourada tomavam lugares no Parlamento, infiltravam a polícia e as forças armadas, e enchiam as ruas de "camisas castanhas" e os opositores, os emigrantes, os sem-abrigo, ou simplesmente aqueles que pensam de maneira diferente, de bordoada.
"Se o primeiro-ministro tiver condições para manter a coligação e manter o Governo não vejo razão nenhuma para que não possa manter a figura do ministro das Finanças. Substituir Vítor Gaspar seria um erro".
O inteligente Luís Amado em entrevista ao programa Sociedade das Nações diz qualquer coisa como entregar a defesa das fronteiras do Estado de Israel a uma força internacional de manutenção da paz. E ninguém se riu. È grave. Não as barbaridades ditas pelo inteligente Luís Amado - vivemos num país livre e até um ministro é livre de dizer coisas da boca para fora - mas o ninguém se ter rido.
José Sócrates e Luís Amado, despidos do avatar “ministro”, vão conseguir viver, até ao fim dos dias das suas vidas, de bem com a suas consciências, por terem alinhado a Força Aérea Portuguesa ao lado da força aérea que bombardeou o seu próprio povo?
«É fundamental para a estabilidade e para a segurança da Europa (…) em termos políticos mas também em termos de segurança e estabilidade para a Europa (…) um debate coerente sobre toda a problemática que está em causa neste momento para a Europa, para o Ocidente, mas também para a estabilidade do sistema internacional (…)» A partir do minuto 03:36
Pois. A €uropa, o Ocid€nte e o Sist€ma Int€rnacional.
Nós [Ocidente] temos dois problemas graves: o primeiro é sermos burros, o segundo é não querermos aprender.
A instalar com urgência (até ver e enquanto se aguardam os loops dos editoriais nos jornais e dos posts nos blogues sobre "traição" e "irresponsabilidade" do senhor australiano ) no BCP e no Ministério dos Negócios Estrangeiros. (Download gratuito).
Sobre as deformações da coluna vertebral do Governo, vulgo realpolitik, já não há muito mais para dizer (e escrever) depois do apoio dado ao egípcio anti-semita e queimador de livros, Farouk Hosni, na eleição para o cargo de director-geral da UNESCO. Portanto, ninguém se admire se quando amanhã Hu Jintao aterrar em Lisboa com as malas cheias de yuans, à frente da junta chinesa para a salvação da economia nacional, o ministro Luís Amado aparecer a dizer «lo inoportuno que seria (la presencia de Portugal en el) al acto de entrega del galardón».
Doutras colunas vertebrais deformadas, também ninguém se admire que o que antes era ingerência externa na política interna de um país soberano deixe agora de o ser, idem as “pressões económicas”, e que o princípio do “poder económico submetido ao poder político” seja mandado às malvas com éme grande.
Os vários Pê-Ésses dentro do Pê-Ésse e respectivas legiões de viscondessas, viscondes, e barões, ou como quando, desde Mário Soares a José Sócrates, se fala num PS "plural":
Poucos meses depois da chegada de Adolf Hitler ao poder são organizadas em várias cidades alemãs gigantescas queimadas de livros entre os dias 10 de Maio e 21 de Junho de 1933. É a Bücherverbrennung.
No dia 1 de Setembro de 2009, Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, assiste em Tripoli «às comemorações do 40º aniversário da Revolução do Grande Al-Fateh», com a chegada ao poder do ditador-terrorista-reabilitado Muammar Khadafi, e leva consigo a Força Aérea Portuguesa para participar no desfile comemorativo.