"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Ontem, e a propósito dos arguidos em branco e arguidos em Preto e fazendo uma distinção entre arguidos “bons” e arguidos “maus”, Dona Manela deixou cair que espera que a polémica em torno da constituição das listras do PSD não seja «um pretexto para esquecer os problemas nacionais", como o caso do Eurojust, que envolve o procurador Lopes da Mota». O PSD, que já por várias vezes e pela boca de vários dirigentes, deixou claro que não tem candidatos Vitais, e não vai andar para aí a badalar “roubalheiras”, não fala no Freeport e em José Sócrates, mas vai falando no Eurojust e em Lopes da Mota fazendo figas na máxima popular de que “para bom entendedor meia palavra basta”, e deixando indicações de que o que aí vem é uma campanha slogan BES: “Já falaste com o teu Banco? Não falei com o teu”.
Também ontem, o mandatário da candidatura do PS à Câmara de Lisboa manifestou o desejo de que a campanha autárquica seja «civilizada, do século XXI». Autárquicas são autárquicas e legislativas outra coisa distinta, mas, e se não for pedir muito, façam um favor ao povo: calem-se de uma vez por todas e discutam o país, as cidades, a política, ou deixem-se de mariquices e abram definitivamente a boca e deitem cá para fora toda a manha e trafulhice de um quartel de Democracia, para, no mínimo, (re)começarmos do “ground zero”.
O relatório foi entregue na véspera ao Procurador-geral da República e seria apreciado pelas 10:30 de ontem pelo Conselho Superior do Ministério Público. No entanto, logo pela madrugada, o Diário de Notícias e o Correio da Manhã avançavam o que nele constava e quais seriam as medidas disciplinares a tomar em relação a Lopes da Mota.
Estamos a falar de um inquérito a que um número restrito de pessoas teve acesso, não de uma daquelas mega operações com “n” investigadores e tudo ao molho e fé em Deus.