"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Circula por aí um clip onde Maria João Avillez, alegada jornalista, questiona Ricardo Costa sobre a oficialidade [veracidade] dos números apresentados pela polícia que deitam por terra a teoria da direita, cada vez mais radical, da insegurança pela percepção, "um relatório estranhíssimo". E a senhora por lá vai continuar, em horário nobre, a deturpar realidades e a truncar informação, como diria o outro, a torcer a estatística até que ela diga o que a dona Maria João quer que seja dito. E não, isto não tem nada a ver com liberdade de expressão. E não, isto não tem nada a ver com cancelamento. Isto tem a ver com sanidade e rigor, porque a seguir vamos ter, também em horário nobre, um chalupa anti-vacinas, um terraplanista, ou um criacionista, a questionarem todo edifício cientifico que nos trouxe até ao séc. XXI, o retrocesso civilizacional pela casa dentro desde a caixa da televisão. Por coincidência, e só por coincidência, todos na órbita da direita política.
Na melhor das hipóteses Carlos Moedas vai ficar para a história como o personagem que matou a galinha dos ovos de ouro, o grande destruidor de emprego e de riqueza em Lisboa, e por arrasto nas regiões adjacentes. Ninguém no seu perfeito juízo quer viver ou passar férias numa cidade cujo "mayor" constantemente a apresenta ao mundo como violenta e perigosa, uma terra sem lei "a oeste de Pecos", a necessitar de um patrulha da polícia em cada rua, de uma CCTV em cada esquina.
O "fenómeno" Moedas devia servir para o PS parar, fazer introspecção, autocrítica, a [dimensão da] porcaria que fizemos [fizeram] para um inepto e incompetente, mentiroso e propagandista, chegar a presidente da câmara de Lisboa. Infelizmente não é isso que vai acontecer.
Toda a gente com um mínimo de formação sabe que as cidades com história, em geral, e a cidade de Lisboa, em particular, cresceram a partir do centro, na base do turismo, dos alojamentos locais, e de lojas de artesanato diversas, que a partir de uma determinada hora as ruas ficam vazias de gente e não se vê vivalma, que os conceitos "lisboeta", em particular, e "bairrismo" e "tradição", no geral, são uma invenção ideológica, que os verdadeiros cidadãos, em geral, e os "alfacinhas", no particular, viviam fora das cidades, é por isso que em algumas cidades ainda é possível encontrar vestígios de muralhas e nalgumas até muralhas completas, desde esses tempos áureos, da divisão dos cidadãos genuínos, nos guetos, e dos cidadãos fake, os que fazem a cidade renovar e prosperar, no centro, sendo que a questão da mobilidade nem se colocava, não havia o caos do trânsito como nos tempos que correm, o tempo tinha outra velocidade e outro ritmo, uma pessoa metia-se rapidamente em qualquer lado a cavalo num burro, numa carroça ou até mesmo a penantes.
Entraram em modo Chega Calimero, o irmão gémeo, ah e tal "Continuam a vandalizar o cartaz da Iniciativa Liberal na Alameda, em Lisboa.", somos uns perseguidos pelo incómodo que causamos, quando o que aqui está é uma intervenção cidadã anónima didáctica a desmontar o pensamento ilusionista liberal do "viver acima das possibilidades", que tão prontamente aplaudiram quando o Dijsselbloem numa entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung afirmou "Como social-democrata, atribuo uma importância extraordinária à solidariedade. Mas também deve haver obrigações: não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda". Um cartaz melhorado, é o que é.
E no rescaldo do 'cerco ao Capitólio' tivemos os dirigentes dos sindicatos da polícia a dizerem que está bem, a manif não foi autorizada, mas os polícias até se portaram bem.
Nas televisões 300 a passo de caracol agarrados a uma corda engatam o trânsito, e a vida a toda a gente, em toda a baixa lisboeta durante uma manhã. Larga o comissário, para o poder político em tom de ameaça, que 700 e não sei quantos mil funcionários públicos vão a votos no próximo 10 de Março. 300. E noção?
Pessoas que nunca leram Naomi Klein, nas redes muito indignadas por a iluminação de Natal na baixa de Lisboa ter sido privatizada por uma administração camarária de direita e deslumbrada e desde pequenina, que é desde o tempo dos blogues, pelo american way of doing things para "poupar" o contribuinte.
Ativistas ambientais e agentes da Polícia durante a manifestação pelo fim ao fóssil, para reivindicar o fim do fóssil até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, garantindo que este é o último inverno em que o gás fóssil é utilizado em Portugal, frente ao Ministério do Ambiente, em Lisboa, 24 de Novembro de 2023. Manuel de Almeida/ Lusa
O ex-líder da bancada parlamentar de suporte ao Governo do ministro Nuno Crato visitou uma escola em Lisboa, sem manifs Fenprof nem STOP's na porta de entrada [quem é amigo, quem é?], para dizer que a culpa da falta de professores é de António Costa e que está muito preocupado com os seis anos, seis meses e vinte e três dias dos stores. Se ele ganha votos entre a classe, porque precisa dos profs, é o que as sondagens não dizem acerca da fraca memória.
O padreco com quem Marcelo fazia panelinha para abafar o nome dos padrecos que abafavam os menores vai ter nome numa ponte. A seguir recebe uma medalha no Dia da Raça. Todos os povos têm as merdas que merecem ter.