"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
José Mourinho, que em Inglaterra jogava de 3 em 3 dias, Carnaval, dia de Natal e dia de Ano Novo incluídos, queixa-se em Espanha de que o calendário das competições é apertado. E nada disto é surpreendente. Surpreendente é ao fim de tantos anos ainda haver quem engula o anzol das mind games de José ‘O Melhor do Mundo e Arredores’ Mourinho.
(Na imagem a primeira página do trissemanário O Setubalense onde são enaltecidos os “grandes feitos” de Francisco Franco durante a Guerra Civil espanhola)
Só fica surpreendido com este estudo, quem nunca viu jogos da liga espanhola; dito de outra forma, só quem nunca viu jogos do campeonato português pode ficar surpreendido com este estudo.
Aqueles que das espanholas, a imagem que têm é a das super-produções fashion / cosméticas para o desfile nocturno na Plaza Mayor, no Paseo Marítimo ou nas incursões à Danceteria, são os que ficam surpreendidos com este estudo; dito de outra forma, só quem nunca viu as espanholas na praia e na piscina do hotel pode ficar surpreendido com este estudo.
Já sem surpresa é a reacção de choro. Se exceptuarmos, e esta época, os adeptos do Porto e dos Vitórias – Setúbal e Guimarães – podemos desde já começar a construir os transvazes; aliás uma medida muito espanhola.
O que o estudo não nos diz é se os espanhóis também choram; pelas razões inversas… Ou como dizia “o outro”: “Temos de viver com aquilo que temos”…