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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Liberalismo para totós

por josé simões, em 02.02.24

 

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O agricultor vende a perder dinheiro, e abaixo do custo de produção, à grande superfície, para depois ser compensado do prejuízo pelo Estado com o dinheiro dos nossos impostos, enquanto o hiper e o super geram mais-valias astronómicas. "É o mercado a funcionar", diz a direita e dizem os liberais, que são contra a intervenção do Estado e contra a subsidio-dependência e o mal-baratar do dinheiro do contribuinte.

 

[Link na imagem]

 

 

 

 

 

"És liberal e não sabias"

por josé simões, em 28.12.23

 

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"Mais que três é comício", muitos anos depois do 25 de Abril ainda havia alguém a dizer isto de cada vez que juntava muita gente a mijar contra uma parede. Alguns repetiam o que tinham ouvido aos pais e aos avós que passaram pelas restrições de associação durante os anos do fascismo e com a PIDE em cima nem que fosse meia dúzia a falar de futebol. Na Argentina o liberal Milei, cuja eleição foi saudada pelos ilusionistas liberais de entre portas, prepara uma lei em que reuniões com mais de três pessoas só com autorização do Ministério da Segurança, prisão perpétua para quem protestar, liberdade para as forças de segurança dispararem primeiro, perguntarem depois, alegarem legítima defesa no fim, e as organizações sociais como inimigas do Estado, da lei e da ordem. Por cá há quem consiga distinguir liberalismo de fascismo e vá todo lampeiro fazer uma cruz no boletim de voto.

 

[Imagem "Ireland, 1976", Josef Koudelka]

 

 

 

 

"Cá se fazem, cá se pagam"

por josé simões, em 18.12.23

 

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Um dos poucos ministérios de Milei que não foram "afuera", o da Segurança, a primeira medida que tomou foi suspender a democracia com um decreto finalizado "cá se fazem, cá se pagam" de fazer inveja ao partido que se senta à direita do Ilusão Liberal no Parlamento, aquele que celebrou a vitória do alucinado argentino e que agora começou num processo de transumância com o vizinho do lado. Como se diz em português, "és liberal e não sabias", farinha do mesmo saco.

 

 

 

 

Liberalismo para totós

por josé simões, em 15.03.23

 

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Enquanto as taxas de juro massacraram pessoas e famílias foi sem dó nem piedade, sempre a subir, "ai aguenta, aguenta", a partir do momento em que começou a ameaçar bancos com má gestão de risco foi accionado o travão. Para quem se governa, por quem se é governado ou, como na canção, "the system only dreams in total darkness".

 

Novas falências bancárias travam subidas planeadas das taxas de juro

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

A RGA* dos alucinados

por josé simões, em 20.10.22

 

https://twitter.com/irmaoluciaredux/status/1583103138663305216

 

 

Liz Truss, que quando era pequenina queria ir mais além que a Margaret Hilda, abolir a taxa mais alta de impostos - a dos ricos, reverter o anunciado aumento do imposto sobre as sociedades e o já em vigor aumento da taxa para a segurança social, baixar o imposto sobre os rendimentos, privatizar o que ainda resta do Estado social bife e do NHS, o famoso trickle down de Reagan, quanto mais ricos forem os ricos mais vai pingando para os mais pobres e rebéubéu pardais ao ninho. Não estiveram para aí virados os "mercados", nem com meias medidas, e em menos de um fósforo estava a Libra a ir ladeira abaixo, os juros da divida pública ladeira acima, o caos instalado na City, e os fundos de pensões em risco de falência, anarchy in the UK. A mesma receita que o Ilusão Liberal defende para Portugal e que perante o fiasco saiu a terreiro a clamar que a culpa era da réstia de socialismo que havia no "plano" - um ligeiro aumento das pensões sociais. Um partido que é uma RGA* - Reunião Geral de Alunos de alucinados. Veio o FMI falar em aumento de desigualdades, os "socialistas" Financial Times e The Economist a classificarem o "plano" como a loucura em roda livre, e ainda conseguiu a senhora o pleno de ter todos os tablóides pró Brexit contra si. É obra para um torie. Acossada por todos os lados despediu o bode expiatório, ministro das Finanças Kwasi Kwarteng, como se ninguém soubesse ao que ela vinha e o que se propunha fazer, foi como se o José Freixo tivesse despedido o Donaltim por falar demais e dizer coisas da boca para fora. Não estiveram para aí virados os poucos tories que têm os 5 alqueires bem medidos e que já passaram a fase RGA*, a senhora acabou por se demitir passados longos e eternos 44 dias de Governo e no momento imediato a Libra desata a subir. Como diriam os Ilusionistas Liberais, o socialismo manda nisto tudo.

 

[Link na imagem "state of the art: minister of silly walkouts"]

 

 

 

 

A patetice elevada à potência máxima

por josé simões, em 10.08.22

 

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Acresce que D. Pedro personifica os valores liberais da liberdade e do pluralismo a que esquerda radical é avessa

 

Cuba, Venezuela, heróis cool, Che Guevara, blah-blah-blah, os valores liberais na pessoa de um rei do séc. XIX transpostos e assumidos por pessoas no séc. XXI, directamente sem "evolução das espécies".

O excelentíssimo presidente da câmara municipal da antiga, mui nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto é genuinamente pateta ou é só mais uma vítima da silly season e do sol a mais na moleirinha?

 

 

 

 

"És liberal e não sabias"

por josé simões, em 05.04.21

 

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Um ritmo de trabalho intenso e falta de casas de banho. Amazon reconhece que há condutores obrigados a urinar em garrafas durante os turnos

 

[Link na imagem]

 

 

 

 

Economia de totós para enganar papalvos

por josé simões, em 06.10.20

 

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Pelo boneco do partido dos bonecos nos Açores ficamos todos a saber que, a vermelho, podia lá ser de outra cor, desde a Índia ao Paquistão, passando pela oligarquia russa e o Irão dos ayatollas, até ao Brasil de Bolsonaro, é tudo socialismo, ao passo que os países nórdicos, a azul, que têm cargas fiscais das mais altas do mundo, sectores públicos pesadíssimos e um Estado social forte, é tudo liberalismo. Para o cinzento a legenda é omissa, se calhar por ser o "lebensraum", palavra proibida, do capitalismo predatório.

 

 

 

 

O Verdadeiro Artista

por josé simões, em 24.03.20

 

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O liberal Observador, e porta-voz da alt-right no "tugão", entre outros detido e financiado pelos liberais Luís Amaral, António Carrapatoso, António Alvim Champalimaud, Alexandre Relvas, Filipe de Botton, António Viana Baptista e João Talone, empenhados no desmantelamento do Estado social em favor de interesses privados até a meta Estado mínimo ser atingida, propõe, face à queda das receitas com a publicidade motivada pela pandemia global Covid-19, "um programa específico para o sector, para além das medidas transversais de que já beneficia estabelecidas para a economia e empresas em geral".

 

[O Observador] não é favorável, como princípio, a quaisquer apoios do Estado específicos para as empresas em geral e em particular para as da Comunicação Social” –, mas que decorre de uma emergência criada pelo quase desaparecimento do mercado de publicidade

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Lembram-se do slogan "és liberal e não sabias" do Iniciativa Liberal nas legislativas?

por josé simões, em 23.10.19

 

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As fotos da revolta popular na capital do Chile contra o aumento do preço da tarifa de metropolitano na hora de ponta que levou a que o liberal presidente Sebastián Piñera mandasse para as ruas o exército como força repressora, algo que já não acontecia desde os idos do sanguinário Augusto Pinochet, o ditador que chamou os também liberais Chicago Boys a Santiago do Chile.

 

In Chile, what began as a protest late last week against a 3.5 percent subway-fare hike quickly evolved into a widespread and sometimes violent set of demonstrations in a dozen cities. Although Chile’s President Sebastián Piñera has now suspended the fare hike, the protests grew, fueled by wider complaints about the rising cost of living and social and economic inequality. Piñera has declared a state of emergency, including overnight curfews, as some demonstrations have devolved into looting and arson. Authorities say 15 people have lost their lives so far amid clashes with riot police and chaotic scenes in damaged and burning buildings.

 

 

 

 

O liberalismo explicado às criancinhas e outros analfabetos

por josé simões, em 11.10.19

 

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[Via]

 

 

 

 

O pai da criança

por josé simões, em 09.10.19

 

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Ainda na noite do rescaldo eleitoral o fascista Ventura aparece nas televisões a celebrar o "país que pela primeira vez em 45 anos não teve medo de votar num partido verdadeiramente de direita". Quarenta e cinco anos. É fazer as contas, descontando os anos em que os deputados da União Nacional eram eleitos em votações marteladas, se calhar o fascista Ventura pecou por defeito nas contas, é a primeira vez que é eleito um.

 

No dia a seguir, quando se soube que "a ciganada toda", como diz o senhor do CDS, votou no Chega, para que o Ventura soubesse que os ciganos não têm medo dele, o cabeça de lista por Beja, com aspecto de cigano e nascido nos últimos 35 anos, aparece com a mesma cartilha dos "45 anos", o tempo que andam a tratar mal o interior do país e o Alentejo. Ele que nasceu sem candeeiro a petróleo, bilha da água e penico na mesa de cabeceira, a ir calçado para a escola, até à faculdade se preciso for, e sem os fundilhos remendados, sem pão com azeitonas na praça da jorna, e sem a carga da GNR a cavalo para reprimir reivindicações de quem queria 5 tostões por dia de ceifa ou de apanha da azeitona ao contrário dos 4 que o latifundiário se dispunha a pagar e, com um bocado de sorte, via pela primeira vez o mar quando fosse metido dentro de um barco para ir combater numa guerra colonial a milhares de quilómetros no outro lado do oceano, em África.

 

Mas isto é a conversa dos coitados que não têm capacidade de raciocínio para lá do resumo da jornada futeboleira nas páginas do Record ou da telenovela a seguir ao telejornal, antes da Casa dos Segredos.

 

Cinco anos antes do fascista Ventura se ter sentado no Parlamento pelo voto popular o mui liberal e culto e instruído secretário de Estado de Pedro Passos Coelho, tão instruído que só usava o Twitter em 'amaricano', tinha tuitado que vivíamos há 35 anos em hegemonia socialista, sem a coragem, ou a falta de vergonha, que o fascista Ventura teve em assumir a contagem integral do tempo, como Pacheco Pereira muito bem desmontou

 

Mas não é por aqui, que a relação entre fascismo e liberalismo é uma história de amor antiga, ainda mais antiga que os rapazes de Chicago a aplicarem no Chile de Pinochet a teoria económica que os rapazes de Passos Coelho pretendiam aplicar em Portugal, agora asilados no Iniciativa Liberal depois da vassourada de Rui Rio e do stand by a que Miguel Morgado se remeteu.

 

Passos Coelho um dos vencedores da noite eleitoral ao ter conseguido sentar dois deputados no Parlamento, André Ventura pelo Chega e João Cotrim de Figueiredo pelo Iniciativa Liberal, um "peru menor" que escapou aos jornalistas e comentadeiros com lugar cativo nas televisões.

 

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A culpa é da falta de "liberdade económica". A sério?

por josé simões, em 09.10.19

 

"Desde a década de noventa privatizaram quase tudo o que havia para privatizar - empresas industriais, bancos, seguradoras, empresas de transportes e de energia, até o tratamento de resíduos.

 

Liberalizaram o sistema financeiro e a circulação de capitais, resultando no aumento explosivo do endividamento privado.

 

Desregulamentaram por três vezes as leis do trabalho, facilitando os despedimentos, os horários flexíveis e os contratos atípicos.

 

Escancararam as portas aos privados na saúde e na educação.

 

Abdicaram de uma moeda própria, deixando o financiamento do Estado nas mãos de especuladores internacionais.

 

Agora vêm dizer que o mau desempenho da economia portuguesa nas últimas décadas se deve a falta de "liberdade económica" e ao excesso de intervenção do Estado. A sério?"

 

 

               Ricardo Paes Mamede no Ladrões de Bicicletas

 

 

 

 

O day after

por josé simões, em 07.10.19

 

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Miguel Relvas, da velha liderança do ar pesado e bafiento, sai a terreiro logo no day after a pedir nova liderança e ar fresco para o partido. Podia ser um piada do Imprensa Falsa mas não é. Isto foi de manhã, que à hora do jantar, Miguel Morgado, do mesma agremiação de Miguel Relvas, do circo de sombras por detrás de Passos Coelho, apareceu na televisão do militante n.º 1 aka SIC Notícias a pedir ar fresco e nova liderança para o partido, que ele vai fazer a parte que lhe compete, não sabe nem deixa de saber se é candidato, vai apresentar uma moção e coise, ele que até já meteu mãos à obra e inventou o "cinco para as sete" que só não congrega a direita toda porque o André Ventura se recusou a participar e isso é lá com ele. Não foi ele, Miguel Morgado, quem espantou o fascista Ventura, foi o fascista Ventura que não quis nada com ele. Temos [têm] pena. O André Ventura, esse mesmo, que à noitinha no Prós e Contras na televisão pública teve exactamente o mesmo discurso que o senhor novel deputado eleito pelo Iniciativa Liberal, corrupção, compadrio, sector privado, blah-blah-blah, direito de escolher a escola, saúde privada para todos e que quando Mariana Mortágua falou em "fraude liberal", do Estado a pagar a privados, provocou a mesma reacção nos três, que o João Almeida do CDS também lá estava. E novidades?

 

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O dedo na ferida

por josé simões, em 25.09.19

 

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Não é por não se calar nunca com o aquecimento global e com as alterações climáticas, que à excepção de meia dúzia de palermas da linha Trump e Bolsonaro é já dado universalmente aceite, que Greta Thunberg é diabolizada e vítima de ataque cerrado a roçar o discurso do ódio, é por meter o dedo na ferida do sacrossanto evangelho do capitalismo neo-liberal quando refere o "conto de fadas do crescimento económico eterno". E isto sim é um ataque ao coração do sistema, ir até ao osso.