Uma amnistia chamada esquecimento
Tribunal Constitucional deixa prescrever multas a partidos e políticos
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Tribunal Constitucional deixa prescrever multas a partidos e políticos
Para todos os partidos com assento parlamentar os desejos de um bom ano de 2018.
Eu já não sei inventar-me, É só mais do mesmo, Fermento em massa de autismo, Eu nem de mim já me pasmo, Há mar e marasmo, Há ir e voltar aforismo.
Mas eu só sei crescer.
Comparar a Festa do Avante! , o favor ao PCP de que se fala, com o jantar no Pontal e a poncha pimba no Funchal, com um qualquer a discursar, é assim a modos que comparar o cu das calças com a Feira de Castro. Já o IVA retroactivo não é favor nenhum ao PS, não senhor, é só a reposição da justiça, uma correcção à lei que se impunha.
Uma coisa fantástica, desde que nos lembramos, é o que são tramóias e e conluios e opacidades nos outros partidos, quando toca ao PS há sempre uma boa e legítima justificação, se possível assente na máfia ética republicana.
Bom era antes de haver "redes sociais", faziam o que muito bem entendiam e ninguém protestava em tempo real, tinham de esperar por sábado, para lerem no Expresso a opinião dos comentadeiros avençados e depois formular a sua.
Santana Lopes "em campanha" nos Açores diz não perceber porque é que o seu partido votou favoravelmente a lei do financiamento dos partidos. Leram bem, Santana Lopes em campanha. E Santana Lopes em campanha, e sem ser em campanha, acha que "os cidadãos e os seus impostos não têm de pagar a vida dos partidos", e isto por si só é todo um programa.
Assunção Cristas, a rã que quer ser boi, passou 9 - nove - 9 meses caladinha que nem uma ratazana à espera do dia em que viesse a público o resultado da lei do financiamento dos partidos, aprovada em segredo, sem actas de reunião, sem proponentes das alterações e sem referências aos partidos políticos e suas decisões, para se manifestar contra a lei, que a agremiação a que preside votou contra, e o coise. Lições elementares de populismo.
[Imagem de autor desconhecido]
"A democracia tem custos", não se aprende na escola, já faltou mais, aprende-se na televisão. E os partidos políticos, essenciais à democracia e ao Estado de direito democrático, mais os seus custos, são os custos essenciais à democracia. Também se aprende na televisão, com aqueles senhores, custos dos canais, pagos para analisarem os custos da democracia. Os cidadãos não são essenciais à democracia e por isso podem ter todos os custos, isentados aos partidos, para pagarem a essencialidade dos essenciais à democracia. E isto é populismo, aprende-se na televisão, com os partidos, essenciais à democracia, e com os custos das televisões, pagos para comentarem os custos da democracia. Mas não pode ser dito, nem em voz baixa, que ainda aparece algum populista a cavalgar os custos da democracia.
[Imagem]
O gargalhar quando escuto ou leio que, as «leis dos partidos políticos e do respectivo financiamento têm, desde a primeira hora» como objectivo último «atacar o PCP e a sua forma de organização e regras de funcionamento». A presunção; o grau de importância em que o PCP se tem. Como se para “atacar” o PCP fosse necessário recorrer a uma qualquer Lei manhosa. Ou sequer o haver a necessidade de “atacar” o PCP. É d’outro mundo (o PCP). Para “atacar” o PCP basta a contagem de votos no dia das eleições depois de encerrarem as urnas.
Se o PCP tivesse um mínimo de honestidade política recusava que a sua Festa do Avante! fosse usada como álibi para o fartar vilanagem, de bombordo a estibordo, que a nova Lei do Financiamento dos Partidos vai proporcionar, e, no dia da votação, tinha votado contra, e com declaração de voto desmascarava a farsa. Assim sim o PCP subia muitos pontos aos olhos da opinião pública.
(*) Banda sonora do post
(Imagem de Dita Alangkara para a AP)
E da Festa do Chão da Lagoa e da Festa do Pontal e da Festa de Portimão, e de todas as outras festanças mui concorridas e mui populares, e de todos os foliões dispostos a abrir os cordões à bolsa, Jacintos ou não de nome próprio, e Capelos Leites de família.
Neste país ainda há quem tenha vergonha na cara.
(Imagem via Archivo Marcello Geppetti)
Nunca tinha visto tantos, preocupados com tão poucos. “Sinceramente” preocupados com o PCP e com os comunistas e com a Festa do Avante!. Esta genuína preocupação fica-lhes bem. E por aqui me fico.
(Imagem de Jordi Socías)
A propósito da lei que regula o financiamento partidário e das frequentes alterações que lhe são introduzidas, escreve Paulo Ferreira, que hoje assina o editorial do Público:
«Os partidos, já se sabe, viram respeitosamente a cara para o lado quando, no campo adversário, alguém é envolvido numa polémica de alegado financiamento partidário ilícito. O silêncio cúmplice é a regra, o sentido de Estado não é para aqui chamado. Este é, definitivamente, campo de uma rara trégua partidária.
Foi assim no caso dos sobreiros e do PP, no caso PSD/ Somague, no caso brasileiro do PS nas legislativas de 2005 (o da “máfia dos bingos”) ou no também socialista caso de Felgueiras.
Com o caso Freeport não devemos surpreender-nos se vier a resultar num caso do género.»
E uma pessoa distraída lê isto num domingo de manhã no café, e vai para casa a falar sozinho “isto é tudo uva da mesma cepa”. Eh pá, espera lá aí… o sistema partidário parlamentar português são só 3 – três – 3 partidos políticos? E eu estava capaz de jurar que eram cinco… Paulo Ferreira “esqueceu-se” do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda. Por coincidência ou únicos que sempre reclamaram contra os Jacinto Capelo Leite e outros com nomes mais verosímeis como Machado, Loureiro ou Felgueiras. Esquecimento “conveniente” num jornal que se diz de referência.
O PC tem razão, o problema é capaz de ser a Festa do Avante!
O fisco anda em cima das caixas das esmolas nas igrejas?
Não percebo qual a razão para andar em cima das “colectas e dádivas anónimas” (segundo o Público) do PCP. Apesar do “A Religião É O Ópio do Povo”, não é o comunismo lui-même uma religião? Que pela (recente) orfandade de Papa está cada vez mais afastado do Vaticano e próximo do Islão, onde cada Mullaha lança a sua fatwa. Ao menos os diáconos têm nome de gente. Qual Jacinto Capelo Rêgo! Ali é mais Manéis e Marias, Zés e Jaquins.
(Foto Mayday in Moscow via Dayli Telegraph)
"PS justifica falhas com dúvidas sobre a Lei"
«"É preciso definir com maior rigor aquilo que é e não é permitido. Penso que os actos (ilegais) são cometidos por ingenuidade, desconhecimento ou dúvidas na interpretação da própria Lei. É desta forma que o porta-voz do PS justifica o "uso abusivo do financiamento indirecto nas eleições autárquicas", denunciado ontem pelo presidente da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP), em entrevista ao Jornal de Negócios."» (Ler mais aqui)
Após saber da dúvidas do PS, a dúvida que me assalta é: O PS, e quem diz o PS diz todos os partidos com assento parlamentar, tiveram alguma coisa a haver com a elaboração e aprovação da Lei que afirmam desconhecer e que lhes causa «dúvidas na interpretação»? Ou a Lei surgiu por geração espontânea? Ou ainda mais grave, o principio de que ninguém pode invocar o desconhecimento da Lei, não se aplica aos partidos políticos, neste caso concreto ao PS?