Uma Casa Portuguesa (boa vida e papo pró ar)
Eu até compreendo o raciocínio do Henrique Raposo. E também compreendo o raciocínio dos proprietários. A sério que compreendo. E sem ironias.
O que eu gostava de ver explicado era a razão ou as razões, pelas quais o cidadão anónimo não pode se proprietário da sua própria habitação. Ou até de outra, para férias.
Quando se diz e se escreve que «Portugal é um dos países mais pobres da Europa, mas, paradoxalmente, é um dos países com mais proprietários», por que razão ou razões, não podemos ser nós o exemplo no caso da Habitação? Uma vez que, por exemplo, no caso da massa salarial, a Europa não é exemplo para nós…
Esta semana vi numa televisão um senhor todo engravatadinho e engraxadinho, como é da praxe, a passear pelo meio de um bairro qualquer de Lisboa enquanto ia dizendo para o repórter mais ou menos isto: “Esta Lei das Rendas está muito mal feita, não conseguimos actualizar, e veja lá que para sobreviver até já tive de vender várias casas!”. Na mouche! Aqui é que reside o verdadeiro problema quando se fala de Mercado de Arrendamento. Apetece perguntar: “… e trabalhar; já experimentou?”.
(Imagem roubada no Dayli Telegraph)