Report: Disinformation during Portugal’s 2019 Elections
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Quando Santana Lopes, depois de se submeter a votos em nome próprio, candidamente conclui que uma das causas para o flop eleitoral do Aliança foi muita gente pensar "que para votar no antigo primeiro-ministro era preciso meter a cruz no PSD", não só choca de frente com estrondo na realidade do valor das suas ideias, do seu peso político e da contribuição para o debate, como também explica porque é que Miguel Morgado, outra nulidade, continua escondido na mentira, sem coragem de se apresentar a votos a dizer ao que vem, como fizeram os "camaradas de luta" do Iniciativa Liberal.
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Gostaríamos de estar algures numa segunda dimensão, porque não nos revemos de todo nesta geometria
O Rei Sol, o Querído Líder, Kim Jong-Costa. Largo do Rato, século XXI.
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O professor Cavaco, triste, muito triste com o resultado eleitoral do PSD, avançou o nome da doutora Maria Luís Albuquerque para mobilizar os militantes e unir o partido. O doutor Montenegro respeita as palavras do professor Cavaco e assina por baixo, a doutora Maria é bem vinda. Ainda não é líder do partido e já tem um Centeno para cortar pensões e reformas, perdão, gordura do Estado.
Salvação do centro-direita passa por Passos Coelho e Paulo Portas, diz Miguel Relvas
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Os imbecis que vibraram com o golo do Éder na final do Europeu, com as medalhas de Nelson Évora no atletismo, com Jorge Fonseca campeão do mundo a levar os adversários ao tapete, com as jogadas e os golos de Eusébio no top 10 das melhores da história do futebol, com Cristiano Ronaldo na final da Champions a receber a medalha de campeão da Europa com a bandeira nacional a servir de capa ao lado dos colegas de equipa, também cada um deles com a bandeira do país de origem, que enche o Pavilhão Atlântico para cantar "Ó Gente da Minha Terra" com a Mariza e que anda na rua a "Chamar a Música" da Sara Tavares são já nove mil a assinar uma petição pública para impedir a tomada de posse de Joacine Katar Moreira, primeira afro descendente a chegar ao Parlamento, porque na noite da celebração alguém empunhava uma bandeira da Guiné-Bissau.
Todo o poder aos imbecis!
Apesar do "nós somos um partido que fez muito trabalho social quando foi Governo. Com Cavaco Silva, Durão Barroso e Passos Coelho";
apesar do "quem está aqui hoje não é Pedro Passos Coelho, nem Cavaco Silva, nem Durão Barroso, nem Santana Lopes, é Luís Filipe Montenegro";
apesar do "a estratégia de Rui Rio produziu maus resultados mas eu não estou aqui por causa disso, estou aqui porque quero inverter isso";
apesar de tudo isto, o piadista candidato a líder do PSD, quando inquirido por Clara de Sousa sobre o fascista André Ventura e o partido Chega demarcou-se liminarmente e sem os subterfúgios e os jogos de palavras usados para pelo ideólogo de Passos Coelho dois dias antes, no mesmo canal, para fugir à pergunta. Apesar de tudo um democrata.
[Na imagem, e até prova em contrário, Luís Montenegro com menos piada que o original]
Ainda na noite do rescaldo eleitoral o fascista Ventura aparece nas televisões a celebrar o "país que pela primeira vez em 45 anos não teve medo de votar num partido verdadeiramente de direita". Quarenta e cinco anos. É fazer as contas, descontando os anos em que os deputados da União Nacional eram eleitos em votações marteladas, se calhar o fascista Ventura pecou por defeito nas contas, é a primeira vez que é eleito um.
No dia a seguir, quando se soube que "a ciganada toda", como diz o senhor do CDS, votou no Chega, para que o Ventura soubesse que os ciganos não têm medo dele, o cabeça de lista por Beja, com aspecto de cigano e nascido nos últimos 35 anos, aparece com a mesma cartilha dos "45 anos", o tempo que andam a tratar mal o interior do país e o Alentejo. Ele que nasceu sem candeeiro a petróleo, bilha da água e penico na mesa de cabeceira, a ir calçado para a escola, até à faculdade se preciso for, e sem os fundilhos remendados, sem pão com azeitonas na praça da jorna, e sem a carga da GNR a cavalo para reprimir reivindicações de quem queria 5 tostões por dia de ceifa ou de apanha da azeitona ao contrário dos 4 que o latifundiário se dispunha a pagar e, com um bocado de sorte, via pela primeira vez o mar quando fosse metido dentro de um barco para ir combater numa guerra colonial a milhares de quilómetros no outro lado do oceano, em África.
Mas isto é a conversa dos coitados que não têm capacidade de raciocínio para lá do resumo da jornada futeboleira nas páginas do Record ou da telenovela a seguir ao telejornal, antes da Casa dos Segredos.
Cinco anos antes do fascista Ventura se ter sentado no Parlamento pelo voto popular o mui liberal e culto e instruído secretário de Estado de Pedro Passos Coelho, tão instruído que só usava o Twitter em 'amaricano', tinha tuitado que vivíamos há 35 anos em hegemonia socialista, sem a coragem, ou a falta de vergonha, que o fascista Ventura teve em assumir a contagem integral do tempo, como Pacheco Pereira muito bem desmontou.
Mas não é por aqui, que a relação entre fascismo e liberalismo é uma história de amor antiga, ainda mais antiga que os rapazes de Chicago a aplicarem no Chile de Pinochet a teoria económica que os rapazes de Passos Coelho pretendiam aplicar em Portugal, agora asilados no Iniciativa Liberal depois da vassourada de Rui Rio e do stand by a que Miguel Morgado se remeteu.
Passos Coelho um dos vencedores da noite eleitoral ao ter conseguido sentar dois deputados no Parlamento, André Ventura pelo Chega e João Cotrim de Figueiredo pelo Iniciativa Liberal, um "peru menor" que escapou aos jornalistas e comentadeiros com lugar cativo nas televisões.
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Depois do sucesso que foi uma ex-ministra do Governo da Troika dutante quatro anos à frente do CDS, Cavaco Silva, que aguentou um executivo de iniciativa presidencial depois da demissão irrevogável de Paulo Portas e da desistência de Vítor Gaspar quando chocou de frente com a realidade, sem a ter a mínima noção da total indiferença com que é olhado dentro do partido que já foi seu e que só por simpatia ainda é escutado com um sorriso nos lábios e com um encolher de ombros assim que vira costas, vem apontar outra ex-ministra de Passos Coelho como factor de união e de mobilização do estilhaçado PSD. Melhor combustível não poderia haver para uma Geringonça 2.0.
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Quarenta e cinco anos depois um fascista torna a sentar-se em S. Bento. Não há nada para celebrar, lamento.
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Já se tinha percebido que o assunto Tancos tinha morrido quando logo no dia a seguir o velho Correio da Manha [sem til] voltou ao que sempre foi e ignorou olímpicamente o caso na primeira página, no entanto, o [ainda] líder da bancada par[a]lamentar do PSD, ignorando o princípio elementar das democracias - a maioria, frustrado por o circo não montar barraca no Parlamento, aparece a acusar a esquerda de impor uma data para a Comissão Permanente, enquanto lamenta a Assembleia da República não sair dignificada deste affair, um dia - um só, depois de ter sido caçado a digitalizar assinaturas de deputados do seu partido sem a autorização dos próprios. Não ter a puta da vergonha na cara é isto.