"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
António Costa e o sistema parlamentar constitucional português na "Máquina da Verdade" nas tardes da Fátima Lopes pela mão de Marco António. "Roubou o Governo ao Pedro e ao Paulo?"
"Foi por vontade de Deus, Que eu vivo nesta ansiedade. Que todos os ais são meus, Que é toda minha a saudade"
O senhor 0,14% nas ilhas adjacentes da Madeira, escondido na Metrópole em coligação.
"Assunção Cristas, ontem, era ministra da Agricultura e hoje é deputada da oposição, eu ontem era vice-primeiro-ministro e hoje sou deputado da oposição, e há só uma coisa que sabemos: não foi pela vontade do povo que isso aconteceu"
Contagem decrescente para o dia em que Paulo Portas, de quem ninguém precisa para coisíssima nenhuma e que teve um ganho colossal nas legislativas face ao verdadeiro valor do CDS [vide os números dos 'centristas' na Madeira onde foram a votos por conta própria], começar a correr em pista própria, que é como quem diz no dia em que der a primeira facada em Passos Coelho e na coligação PàFiosa.
"Presidente tem dúvidas" é, sem dúvida, a piada mais curta de sempre, mas como não é de piadismo mas de brincadeira que se trata, de brincar com coisas sérias, temos o Presidente dual que, e depois de ter empossado um governo minoritário sem garantias de que passasse no Parlamento e antecipadamente sujeito a derrota atrás de derrota por via da maioria de esquerda, exacerba funções e competências e vem para o portador de uma maioria parlamentar com exigências e garantias prontamente respondidas e asseguradas não hoje, just in time, mas nas últimas duas semanas. Como a brincadeira está boa e ainda não tocou para a entrada a criança diverte-se.
Cavaco Silva vai arrastando [e atrasando] e, como já tinha todos os cenários estudados, não precisa ouvir o líder do maior partido da oposição e portador de uma solução de Governo. Nem sequer o líder de nenhum partido com assento parlamentar, quanto mais! Primeiro recebe os sindicatos dos patrões, antes de ir em viagem de finalistas à Madeira, que isto foi só a queda de um Governo nada de premente e urgente como o Estatuto dos Açores, por exemplo. Entretanto, o Governo pafioso, demitido, com o patriotismo-filho-da-puta-1640 de Paulo Portas à cabeça, mais os Saraivas industriais e os Casqueiros de Rio Maior, vão badalando e gritando a plenos pulmões até que a voz lhes doa e que o alarme e o alarde seja suficiente para despertar curiosidade nos mercados, enquanto Passos Coelho, o primeiro-ministro que já não é, levanta poeira, muita poeira, e insiste na eleição para primeiro-ministro que não há e, aconselhado por Relvas e Dias Loureiro, tira da manga uma revisão constitucional por medida, que a de Paulo Teixeira Pinto continua escondida na gaveta e a do Observador ainda está em processo de inseminação. E tudo isto tem de ser forte e feio porque daqui a nada há eleições em Espanha e os exemplos educam. E as coisas acabam por seguir o seu curso natural. Tudo está bem quando acaba bem.
Tal como em 2011 a direita prefere sacrificar, mais uma vez, o país e o povo, forçar um resgate, o segundo em quatro anos, que lhe permita terminar o desmantelamento do Estado a ver um Governo maioria de esquerda.
Por decreto só a mais-valia do patrão via "reforma do IRC". Por decreto só a mais-valia do patrão via redução do valor da hora extra. Por decreto só a mais-valia do patrão via redução dos dias de descanso dos trabalhadores. Por decreto só a mais-valia do patrão via aumento do horário de trabalho. Por decreto só a mais-valia do patrão via embaratecimento dos despedimentos. Por decreto só a mais-valia do patrão via estágios financiados pelo dinheiro do contribuinte.
Por decretro só a mais-valia do patrão com as novas contratações com salário pago pela metade para trabalho igual. Por decreto só a mais-valia do patrão.