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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Entretanto em Las Vegas, Nevada, USA

por josé simões, em 30.03.20

 

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Num dos países mais ricos do mundo, onde por tudo e por nada se jura sobre a Bíblia, com a máxima "In God We Trust" estampada na moeda nacional, onde qualquer frase termina com "Praise The Lord!", para fazer face à pandemia COVID-19 a cidade dos casinos providenciou um parque de estacionamento com caixas pintadas no chão por forma aos sem-abrigo poderem dormir em ambiente de distanciamento social. É o mais parecido que há com "caridade cristã" num país sem "Estado social". "The Lord is my shepherd; I shall lack nothing".

 

 

 

 

Da série "Grandes Primeiras Páginas"

por josé simões, em 08.10.17

 

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A capa da The New Yorker

 

 

 

 

Setúbal, Nevada

por josé simões, em 12.12.07

 

Só ontem à noite é que tomei consciência de que já estamos “naquela” altura do ano.
Estava na varanda a fumar um cigarro – tenho uma varanda com uma vista privilegiada que abarca uma grande fatia da cidade –, e fiquei com a estranha sensação de viver não em Setúbal, mas numa Las Vegas de pechisbeque; se bem que Las Vegas por si só possa ser sinónimo de pechisbeque.
 
O negócio este ano não deve ter corrido nada mal a AKI’s, IKEA’s, Gillamp’s e Cia; apesar de, e pela qualidade estética exibida na grande maioria das janelas, varandas e fachadas dos prédios, quem deve ter facturado mesmo, mas mesmo à séria, ter sido a loja “do chinês”, como se usa dizer por aqui.
 
Se pela proliferação de “Pais Natais” que sobem pelas paredes, varandas e chaminés, as culpas possam ser assacadas ao Diário de Notícias quando há uns anos resolveu encher a fachada do edifício no Marquês com o personagem que a Coca-Cola resolveu um dia vestir de vermelho (ah os tempos de Salazar em que o Pai Natal vestia de encarnado e não de vermelho!), esta de decorar a humilde casinha como se fosse uma pista de carrinhos de choque na Feira de Sant’iago, não sei a quem atribuir…
 
Falta de sentido estético; ausência de um mínimo de bom gosto que o fraco poder de compra não justifica; ainda não “andei por aí” à noite, mas as fachadas das casas de Setúbal por esta altura do ano bastam-me para perceber o funcionamento deste país.
Para mim é um mistério esta interacção entre famílias que não se conhecem; este gosto pelo despique com uma inevitável atracção para o espectáculo circense. Isto só por si dava um post tamanho da Bíblia, em papel fininho e tudo.
 
Qual poupança de energia! Qual aquecimento global! Qual defesa do planeta! Conferência de Bali?! Mas Bali não é o nome de uma personagem do Livro da Selva?!?
 
Vamos mas é enfeitar a nossa janelinha com as luzinhas da casa de alterne; e se for daquelas com música ainda melhor!
 
(Foto roubada no New York Times)