"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Ela é candidata à Câmara da Amadora. É evidente que se fosse candidata à Assembleia da República teria outro crivo de análise que não tem como candidata à Câmara da Amadora.
José Silvano, secretário-geral do PSD, sobre Suzana Garcia, aos sete dias do mês de Abril do Ano da Graça de 2021.
No início do Twitter, Pedro Duarte, deputado do PSD, durante o debate do programa "Prós e Contras" na RTP sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo diz uma quantidade de barbaridades, algumas a envolverem Isabel Moreira. No dia seguinte, depois de cair na real e de tomar consciência da merda que tinha feito, alegou que a sua conta tinha sido hackeada. Não foi ele, fui um homofóbico qualquer, se calhar um hacker russo.
Esta semana, ontem, hoje, Novembro de 2018, José Silvano, deputado, secretário-geral do PSD, transmontano moralmente superior e sem medo de nada, homem honrado, dotado da omnipresença e do condão de meter o líder do partido a que pertence a falar alemão para a imprensa portuguesa, um dia depois de ter assinado a folha de presença da Comissão de Ética da Assembleia da República e de se ter posto ao fresco logo de seguida [é permitido pelo "regulamento], exige que a Procuradoria-geral da República investigue, esclareça e ponha em pratos limpos, como e porque é que alguém se deu ao trabalho de picar o ponto por si na Assembleia da República, para a qual foi eleito pelos cidadãos e pela qual é pago pelos contribuintes, aqueles que durante 4 anos viram o horário de trabalho aumentado, os feriados eliminados, os dias de férias reduzidos e instados, pelo partido a que pertence, a trabalharem mais horas por metade do preço em nome da criação de riqueza e do crescimento económico do país.
Para a direita radical de plantão nas "redes" ter um ministro que recebeu um milhão de euros em ajustes directos da Câmara de Lisboa antes de ser ministro é mais grave, muito mais grave, que ter um ministro que recebe um milhão de euros enquanto ministro, já que não se lhe ouviu um pio em indignação. O Zé Pedro, doutor, ministro, que em horário de expediente e pago pelo contribuinte, ia tratar da vidinha e deixava o carro mal estacionado em cima do passeio.
Também outro Zé, Silvano, doutor, deputado, secretário-geral do PSD, pago, pelo partido e pelo contribuinte, para estar em dois locais diferentes ao mesmo tempo, que a vidinha e o tempo de reforma custa a todos, que 69 € de diária sempre são 69 € de diária, enquanto se prega banhos de ética na política, a superioridade moral dos transmontanos, e o exemplo da iniciativa privada, onde chico-esperto que pique o ponto sem aparecer a trabalhar vai para o olho da rua como exemplo.
Parece que há coisas bem mais graves, tipo uma deputada a pintar as unhas no Plenário. Ou os deputados que coçam os tamates e nunca são apanhados pelas objectivas. Façam-se bancadas de vidro.