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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

|| O Homem Pequenino

por josé simões, em 18.04.13

 

 

 

Ou, como disse uma vez José Saramago, «para temperamentos nostálgicos, em geral quebradiços, pouco flexíveis, viver sozinho é um duríssimo castigo».

 

[Imagem]

 

Adenda: O Homem Pequenino não existe na obra de José Saramago mas podia muito bem existir, ser uma sequela de O Homem Duplicado, e abordar também questões ligadas à identidade e à falta dela.

 

 

 

 

 

 

|| Rewind/ Fast Forward buttons

por josé simões, em 08.09.12

 

 

 

«Privatize-se tudo, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo… e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»

 

José Saramago, Cadernos de Lanzarote – Diário III

 

 

 

 

 

 

|| Desassossego mas calma aí

por josé simões, em 13.06.12

 

 

 

Desassossego, e todos os dias, é o que milhares de pessoas fazem, nos blogues, no Twitter, no Facebook, nas empresas, nas escolas, nas associações e colectividades, nos empregos, nas situações mais simples do dia-a-dia, sem data marcada e sem organização controleira e sem baias programáticas aprovadas em reunião de executivo camarário. Anunciar um "Dia do Desassossego" para uma plateia composta por personagens - personagens e não personalidades, como Mário Soares, Maria Barroso, Manuela Eanes, António Costa, Francisco José Viegas, Gabriela Canavilhas, Jerónimo de Sousa, Vasco Graça Moura e Nuno Júdice, a nata da nata dos sossegados do sistema, só pode ser piada de mau gosto. Ou nem por isso. Afinal Saramago morreu militante e crente de um partido estalinista.

 

[Sid Vicious mugshot na imagem]

 

 

 

 

 

 

|| Ensaio sobre a cegueira

por josé simões, em 08.07.10

 

 

 

Uma grande capa em homenagem a um grande escritor dita o fim da revista. Talibans são “os outros”.

 

(Fotogaleria)

 

 

 

 

|| A melhor homenagem

por josé simões, em 19.06.10

 

 

 

Aqueles que não conseguem separar o génio literário de Saramago das suas posições políticas nem perceber a sua importância para a língua e cultura portuguesa no mundo são os mesmos que fizeram o elogio fúnebre do padre fascista-bombista Melo.

 

(Imagem de autor desconhecido)

 

 

 

 

|| Todos os Nomes

por josé simões, em 19.06.10

 

 

 

Todos os nomes em dia de recordar o dia em que se é pela primeira vez chamado pelo nome que fica para aqueles que sabem quem chamam.

 

 

 

|| In Memoriam

por josé simões, em 18.06.10

 

 

 

José Saramago

 

1922 – 2010

 

 

 

 

|| Uma questão de “bicos”

por josé simões, em 11.03.10

 

 

 

Ainda que por razão diversa, eu também acho rasca, absurdo e estúpido que uma derrapagem de 1, 655 milhões de euros, saídos directamente – e sem passar pela casa da partida (Monopoly rules) - dos impostos pagos pelos contribuintes portugueses seja motivo de polémica.

 

Tão rasca, tão absurdo e tão estúpido que se Portugal fosse um país a sério nem estes “bicos” se faziam nem a questão se colocava.

 

(Imagem de Gaudenzio Marconi)

 

 

 

|| Uma fogueira

por josé simões, em 22.10.09

 

 

 

Só não vão todos para a porta da Editorial Caminho gritar palavras de ordem e fazer fogueiras com os livros não é por que não lhes apeteça, é porque têm vergonha.

 

(Imagem de autor desconhecido)

 

 

 

|| O idiota útil que dá (o corpo) a cara

por josé simões, em 20.10.09

 

 

 

Martim Moniz ficou para a História de Lisboa e de Portugal como o herói que se sacrificou morrendo entalado no portão do castelo de S. Jorge para impedir que o mesmo fosse fechado e assim possibilitar que D. Afonso Henriques e os Cruzados tomassem a cidade aos mouros. A verdade é outra: é que Martim Moniz era o que ia à frente e foi empurrado pela turba. No PSD e no que toca a coisas das letras em particular e das artes em geral há sempre um Martim Moniz que é empurrado para morrer na aduela do portão. Foi assim com Sousa Lara, o ajudante de Santana Lopes no Governo de Cavaco Silva – também falou em nome individual, e foi assim na Assembleia Municipal de Mafra – o PSD nacional também não teve nada a ver com o caso.

 

(Imagem de autor desconhecido)

 

 

 

|| "a Bíblia é um manual de maus costumes (…)"

por josé simões, em 19.10.09

 

 

 

Segundo percebi, manifestações contra os cartoons de Maomé são inadmissíveis porque a liberdade de expressão e a separação entre o Estado e a Igreja são bens preciosos e grande conquista da graaaaande civilização Ocidental, mas José Saramago dizer o que lhe vai na alma, é um inadmissível ataque sem pés nem cabeça à Santa Madre Igreja da parte dum velho com os pés pra cova e ainda por cima incorrigível comunista.

 

Aplicar a sharia é sinónimo de primitivismo e obscurantismo e fundamentalismo e um claro desrespeito pelo Estado de Direito e pelos Direitos Humanos, mas condenar alguém à morte por consulta efectuada na Bíblia ninguém ouvir falar. Quê? Onde? Eu?!

 

Como diz “o outro”: “Como eu os compreendo!”

 

 

 

 

 

|| Caim

por josé simões, em 18.10.09

 

 

 

Mesmo sem ter lido o livro – o que espero vir a fazer – e estando 100% de acordo com o que aqui se diz e escreve, como soi dizer-se: “Saramago sabe muito mas anda a pé”. O livro teria de ser rigorosamente Caim, o criminoso. Nunca Abel, o inocente.

 

Escreve Karl Marx no capítulo “Teoria da Mais Valia” do Capital:

 

«O criminoso produz crimes. Se olharmos mais de perto as relações que existem entre este ramo de produção e a sociedade no seu conjunto, ultrapassaremos muitos preconceitos. O criminoso não cria apenas crimes: é ele que cria o direito penal. (…) Mais: o criminoso cria todo o aparelho policial e judiciário – polícias, juízes, carrascos, jurados, etc. – e estas diferentes profissões, que constituem igual número de categorias da divisão social do trabalho, desenvolvem diferentes faculdades do espírito humano e criam ao mesmo tempo novas necessidades e novos meios de as satisfazer.

  

O criminoso cria uma sensação que participa da moral e do trágico e ao fazê-lo oferece um «serviço», mobilizando os sentimentos morais e estéticos do público. Não cria apenas tratados de direito penal: cria igualmente arte, literatura, ou seja, tragédias, sendo disto testemunhas não só La Flaute de Müllner e Les Brigands de Schiller; mas também Édipo e Ricardo II. O criminoso quebra a monotonia e a segurança quotidiana da vida burguesa, pondo-a assim ao abrigo da estagnação e suscitando a interminável tensão e agitação sem a qual o estímulo da própria concorrência enfraqueceria. Estimula assim as forças produtivas (…).

Descobrindo incessantemente novos meios de se dirigir contra a propriedade, o crime faz nascer incessantemente novos meios para a defender, de modo que o criminoso dá à mecanização um impulso tão produtivo como aquele que resulta das greves. Para lá do domínio do crime privado, teria o mercado mundial nascido se não houvesse crimes nacionais? E as próprias nações? (…).»

 

Leitura aconselhada. Ver também Marxismo em estado puro

 

(Na imagem Malcolm John Taylor aka Malcolm McDowell em A Clockwork Orange)

 

 

 

|| Uma questão de folhagem

por josé simões, em 12.07.09

 

 

 

Nos meus tempos de escola, aí por alturas da Primária, ensinavam-nos que haviam dois tipos de árvores: árvores de folha caduca e árvores de folha permanente. Subdivididas em ordens e famílias.

 

(Na imagem Anti-Social Climber por Lisa Whipkey)

 

 

 

 

|| Pode esperar sentado

por josé simões, em 03.05.09

 

«Se são apenas simpatizantes, o partido nada poderá contra eles, mas, se são militantes, sim, poderá. Por exemplo, expulsá-los.»

 

Se fossem declarações de um pioneiro, daqueles de boina com estrela e lenço vermelho ao pescoço, pré-adolescente… agora de José Saramago, quase 90 anos de idade e quase 50 de militância…

 

(Imagem de Susan M Coles via Times Magazine)

 

Semi-machista

por josé simões, em 28.01.09

 

 

Como dizem os nossos vizinhos de bombordo e condóminos de Saramago “da mãe é de certeza filha”. Mas o timoneiro da Jangada não vai tão longe ao ponto de dizer usem o nome da mãe. Por mais iberista que se seja, um português é um português e um espanhol é outra coisa completamente diferente. E em Portugal diz-se “nasceu no curral é filho do boi”.

 

(Imagem Kobal via The Guardian)