"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O Iraque de Saddam tinha armas de destruição maciça e era merecedor de invasão pelos Estados Unidos, unilateralmente e sem dar cavaco à ONU;
inventou, a meias com Fernando Lima, assessor de Cavaco Silva, que alguém, não se sabe quem, tinha plantado escutas no gabinete do Presidente da República, se calhar o "manhoso" do Sócras;
o pior momento profissional foi ter dado a morte de Ribeiro Telles no dia de aniversário de Ribeiro Telles.
Coitadinho do Ribeiro Telles...
José Manuel Fernandes, publisher do jornal da direita racial - Observador, em entrevista ao jornal i.
Álvaro Amaro - PSD, José Manuel Fernandes - PSD, Maria da Graça Carvalho - PSD, Nuno Melo - CDS, os euro deputados portugueses que votaram contra a Moção para a Busca e Salvamento de Vidas Humanas no Mediterrâneo, chumbada por 2 - dois - 2 votos.
José Manuel Fernandes, nascido e criado na esquerda mais à esquerda que a esquerda que deu origem ao Bloco de Esquerda e que se radicalizou para a direita mais à direita da direita, fazendo o espectro político em 180 graus sem pestanejar, escreve sobre o radicalismo do Bloco, os perigos associados e "sonambulismo político". Podia ser da silly season mas é só não ter a puta da vergonha na cara.
Quando nos governos de direita é o saltitar entre empresas privadas e cargos de administração pública, ou até para tutelar ministérios e secretarias de Estado com a tutela das áreas de onde se veio, como no caso de Maria Luís Albuquerque e Sérgio Monteiro, por exemplo, no privado a negociar com o Estado e, depois no Governo, a supostamente renegociar com o privado o que antes haviam negociado, é o Estado a necessitar dos melhores que, vá-se lá saber porquê, estão sempre no privado, bancos incluídos, e posteriormente os melhores a não poderem ficar castrados da sua carreira profissional, e do seu futuro no sector privado, só por terem feito uma comissão de serviço, também supostamente para defenderem os interesses do Estado, que é como quem diz, os interesses de todos os cidadãos, em economês, o dinheiro do contribuinte, se bem que os resultados finais desse amor pátrio e da defesa do interesse comum seja sempre a delapidação do património do Estado mais o onerar da carga fiscal e dos sacrifícios exigidos a cada um.
O que eu gostava de perceber é como, ou porque é que filhos de famílias ditas disfuncionais conseguem ser mais equilibrados e infinitamente mais inteligentes…
Vou esperar que o João César das Neves ou o Gonçalo Portocarrero de Almada escrevam sobre isso.
É ainda haver quem ache útil a sua presença num grupo que se propõe trabalhar sobre uma coisa para a qual o Governo já tem há muito os objectivos e as metas definidas.
Publicar páginas e páginas de escritos sobre o maoísmo e entrevistas a (ex)maoístas sem nunca abordar, sequer ao de leve, o maior genocída da história da humanidade, Mao Zedong himself, é obra.
E o que é que, ou porque é que, um (ex)maoísta, no ponto mais ocidental da Europa, tem a ver, ou tem de carregar, com os milhões de perseguidos e outros tantos milhões de mortos às mãos de Mao e do Partido Comunista Chinês? O mesmo que um (ex)comunista, no mesmo ponto mais ocidental da Europa, tem a ver com os crimes de Estaline, o que não é impeditivo para que o tema esteja sempre em cima da mesa de trabalho, não é?
Agora, e uma vez que António Vilarigues também é «colunista do jornal», ficamos todos à espera da presença do senhor director marque presença numa acção de campanha da CDU. Mas tem de ser rápido que a campanha acaba já amanhã à meia-noite.
Omite porque é que o editor enviou a mensagem ao jornalista e esquece que foi por causa do DN que se deslindou a trapalhada. Pelo meio ficamos todos a saber que a profunda investigação jornalística feita pelo Público se resumiu a receber o e-mail, guardá-lo na gaveta para, 17 meses depois e alertado pela “fonte”, o ressuscitar e publicar, às portas de umas eleições e fazendo o jeitinho ao Presidente – quiçá com um olho no partido do Presidente –, que nunca se demarcou nem matou “a investigação jornalística” à nascença.
José Manuel Fernandes é livre de fazer as suas escolhas e as suas opções políticas, mas que o faça de forma legal e com transparência e que não nos coma a todos por parvos.
Entretanto talvez não seja de todo descabido perguntar se o Presidente, que por lá continua impávido e sereno, tem condições para o continuar a ser.
Vejamos a coisa por um prisma ligeiramente diferente.
Aumento da idade da reforma indexado ao aumento da esperança de vida, retrocedendo em marcha-atrás forçada ao mui medieval principio de trabalhar até morrer e de preferência de sol-a-sol. Crise, estagnação, deflação e empresas a fechar portas. Umas porque sim, outras nem por isso, antes aproveitando o guarda-chuva da crise para contornar a legislação e renovar “a frota”. Exército de desempregados acima dos 50 anos. Um homem é novo demais para a reforma, é velho demais para o patrão lhe dar trabalho.
Reformulando a questão, não perdendo de vista a ridicularia que é o Subsídio de Desemprego: Quem vai pagar aos desempregados quando a televisão analógica for “apagada” em Abril de 2012?
Anda Pacheco Pereira há mês e meio - pelo menos - a malhar no Diário de Notícias por causa da alegada promoção que o jornal sistemática e programadamente tem vindo a fazer a Pedro Passos Coelho (PPC), e não é que o Público resolve oferecer com a edição de hoje uma revista com o PPC na capa?!
Plenitude, de nome; bem estampado ao nível da cabeça de PPC. Plenitude! Isto não se faz. Pacheco Pereira não merecia esta traição da parte de José Manuel Fernandes.
José Manuel Fernandes que não se cansa de acusar José Sócrates de não falar verdade aos portugueses e de esconder a real situação económica do país e que a crise está aí e pior que isso: e estagnação e a deflação, escreve hoje, em editorial no sítio do costume, que «A semana passada, o procurador-geral da República fez uma intervenção, algo infeliz, prevendo que em 2009 a criminalidade podia aumentar devido à crise económica (…). A falta de concretização dos perigos a que se referia só pode causar alarmismo (…)».
Pois. Ele há alarmismos e alarmismos e pânicos e pânicos. E aqueles que convêm mais ao senhor director.