E também disse outras coisas bonitas de se dizer e de se ouvir como "muitos dos nossos agentes políticos não conhecem o país real, só conhecem um país virtual e mediático" e que "precisamos de uma política humana, orientada para as pessoas concretas, para famílias inteiras que enfrentam privações absolutamente inadmissíveis num país europeu do século XXI. Precisamos de um combate firme às desigualdades e à pobreza que corroem a nossa unidade como povo" e reforçou "a pessoa humana tem de estar no centro da acção política. Os Portugueses não são uma estatística abstracta. Os Portugueses são pessoas que querem trabalhar, que aspiram a uma vida melhor para si e para os seus filhos. Numa República social e inclusiva, há que dar voz aos que não têm voz".
Mas isto foi em Março de 2011, com outro Governo, de outro partido, com outro primeiro-ministro, que urgia abater rapidamente e queimar na praça pública, nem que para isso se inventasse uma conspiração de escutas ao Palácio de Belém ou que em plena campanha eleitoral se atiçassem os colégios privados a sair para a rua em protesto, "um sinal de vitalidade da nossa sociedade civil", de forma a antecipar eleições e entregar o poder "a quem de direito", depois do eleitorado devidamente doutrinado por doses maciças de propaganda.
Depois disso foi o que se viu e o que se vê, e o que não se vê mas que se desconfia, quando as trapalhadas do Governo de iniciativa presidencial caem na praça pública pela boca dos ministros e secretários de Estado.
Agora vem de mansinho, «que não tem "nenhuma informação" sobre redução de rendimentos. E que é "difícil" exigir mais sacrifícios.», Bob, O Construtor, a remendar a canalização rota e o salitre que mina o estuque do Governo do partido a que pertence. Quem não o conhece, ou quem tiver fraca memória, que o compre.
[Imagem de Marc Johns]