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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

||| Que se lixem as eleições

por josé simões, em 16.07.15

 

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Ainda para mais quando não é de saque ao Estado que se trata, via privatizações, schnell, schnell. É de contestação social, greves, barulho nas ruas, qual é a pressa? Pode esperar. E pode cair no colo do próximo. Que se lixem as eleições.


«[...] não seria “adequado” estar a discutir o processo com os sindicatos em plena campanha eleitoral». [...]. "Ficará para ser negociado depois das eleições".


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||| Há aqui qualquer coisa que não está bem

por josé simões, em 08.07.14

 

 

 

Na véspera a gente ouve e vê o vice-trampolineiro Paulo Portas nas televisões, com ar sério e sem aquele característico sorriso cínico de superioridade iluminada, jurar por Deus e pelas alminhas que os salários dos funcionários públicos vão começar a ser repostos, já em 2015 e ao ritmo de 20% ao ano e, no dia seguinte, a maioria PSD/ CDS-PP, que suporta o vice-trampolineiro e o seu partner, senhor Coelho, primeiro-ministro no Governo, aprova a reintrodução dos cortes salariais.

 

Nada de mais, deve ser o famoso "we' ve got to get in to get out" que o Peter Gabriel cantava nos idos dos Genesis. E nada de mais também não fora as reposições serem atiradas [acredite quem quiser], para o próximo executivo, seja ele qual for, por parte de quem está sempre com a boca cheia do "a herança que deixamos às gerações futuras".

 

O que aqui não está bem não é o facto de dizerem uma coisa hoje e fazerem precisamente o seu contrário, logo no dia seguinte e sem sequer um intervalinho para assentar a poeira do esquecimento, porque isso não é defeito é feitio, é a natureza deles. O que não está aqui bem é, depois de tudo isto, e isto é só mais uma para a colecção, continuar a haver quem se disponha no dia das eleições a fazer a cruzinha no boletim de voto nos quadrados ao lado dos símbolos do PSD e do CDS. Isto é um case study.

 

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||| Santo Agostinho, o legionário e Spartacus

por josé simões, em 09.04.14

 

 

 

Roma Locuta, Causa Finita Est, pelo "membro alinhado" e depois do "soldado disciplinado". Panem et circenses. Sobra o circo, falta o pão e ainda há Spartacus. Cada vez mais.

 

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Adenda: a frase é em latim mas não é "dos romanos", é de Santo Agostinho. Começa a faltar-me a paciência para a fauna que pensa que a História começou com A Riqueza das Nações do senhor Smith.

 

 

 

 

 

 

||| "Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos"

por josé simões, em 28.03.14

 

 

 

E também disse outras coisas bonitas de se dizer e de se ouvir como "muitos dos nossos agentes políticos não conhecem o país real, só conhecem um país virtual e mediático" e que "precisamos de uma política humana, orientada para as pessoas concretas, para famílias inteiras que enfrentam privações absolutamente inadmissíveis num país europeu do século XXI. Precisamos de um combate firme às desigualdades e à pobreza que corroem a nossa unidade como povo" e reforçou "a pessoa humana tem de estar no centro da acção política. Os Portugueses não são uma estatística abstracta. Os Portugueses são pessoas que querem trabalhar, que aspiram a uma vida melhor para si e para os seus filhos. Numa República social e inclusiva, há que dar voz aos que não têm voz".

 

Mas isto foi em Março de 2011, com outro Governo, de outro partido, com outro primeiro-ministro, que urgia abater rapidamente e queimar na praça pública, nem que para isso se inventasse uma conspiração de escutas ao Palácio de Belém ou que em plena campanha eleitoral se atiçassem os colégios privados a sair para a rua em protesto, "um sinal de vitalidade da nossa sociedade civil", de forma a antecipar eleições e entregar o poder "a quem de direito", depois do eleitorado devidamente doutrinado por doses maciças de propaganda.

 

Depois disso foi o que se viu e o que se vê, e o que não se vê mas que se desconfia, quando as trapalhadas do Governo de iniciativa presidencial caem na praça pública pela boca dos ministros e secretários de Estado.

 

Agora vem de mansinho, «que não tem "nenhuma informação" sobre redução de rendimentos. E que é "difícil" exigir mais sacrifícios.», Bob, O Construtor, a remendar a canalização rota e o salitre que mina o estuque do Governo do partido a que pertence. Quem não o conhece, ou quem tiver fraca memória, que o compre.

 

[Imagem de Marc Johns]