O circo nunca acaba
O Grupo Parlamentar do CDS-PP começou as suas jornadas [...]
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O Grupo Parlamentar do CDS-PP começou as suas jornadas [...]
As jornadas parlamentares do CDS, em Setúbal, com Assunção Cristas, a falar mal dos sindicatos, António Saraiva, da CIP, a falar mal dos sindicatos, o moço de fretes da CIP, perdão, o secretário-geral da UGT, a falar mal dos sindicatos. "Há sabujos de raça nos sindicatos agitadores profissionais na Autoeuropa". Muito bom!
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[Pedro Passos Coelho nas jornadas parlamentares do PSD em Albufeira]
15 – quinze – 15 dias foi exactamente o tempo que mediou desde o dia em que recordei o pensamento político e económico dos Migueis Morgados, Brunos Maçães e ilhas adjacentes, ideólogos do social-democrata-sempre! Pedro Passos Coelho, até ao dia em que João César das Neves, o tal, aquele que tem um conceito muito próprio de democracia, aparecer nas Jornadas Parlamentares do PSD a reflectir que vivemos numa espécie de República Socialista Soviética.
«Na reflexão, César das Neves disse ainda acreditar que "o país é mesmo socialista. Todos os partidos, do CDS ao Bloco de Esquerda, é tudo socialista"»
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"Precisamos de declarar uma guerra sem quartel às desigualdades de natureza económica e social"
Excluindo a acentuada baixa de salários e consequente perda do poder de compra, a precariedade e a perda de direitos e garantias, com a cumplicidade dos homenzinhos responsáveis da UGT, e uma vez que a teoria do "fizemos uma alteração estrutural da economia portuguesa" teima em ser desmentida pela realidade, Pedro Passos Coelho ensaiou, perante o aplauso da assistência, nas jornadas parlamentares PSD/ CDS-PP de Alcochete, um novo mito urbano, o de se a economia portuguesa é por natureza propensa ao consumo [que é como quem diz "o que é que querem que faça? só se os puser a todos a pão e água"] como é que ainda há quem defenda um incentivo ao consumo como estímulo para o crescimento? Aqui está o novo mito urbano, o do diz que disse da reforma estrutural da economia.
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«Excedente de tesouraria guardado pelo Estado no banco central nunca foi tão alto. "Temos cofres cheios", diz a ministra das Finanças.»
[How shall we fuck off?! Oh Lord...]
Marco António Costa, o ideólogo do PSD da "ida ao pote" do PSD, a apontar o dedo ao PS e a dizer «não façam aquilo que apoiaram na Grécia que é prometer uma coisa antes das eleições e fazer outra completamente diferente após as eleições». Não ter a puta da vergonha na cara é isto.
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Já não há pachorra para este jornalismo de estagiários, impreparado, amorfo e acéfalo, de microfone na mão a abanar o rabo à porta dos ministérios e secretarias de Estado, correia de transmissão do spin governamental, sem nunca questionar as contradições, as meias verdades e as mentiras do Governo, sem nunca confrontar o Governo com a sua novilíngua e os factos, a realidade das coisas e as suas implicações na vida das pessoas, deixando o "trabalho de casa" a cargo dos comentadores que infestam as rádios e televisões, todos da área do Governo, e que fazem o "trabalho de casa" da casa do Governo.
«Passos acusa comentadores e jornalistas de serem "patéticos" e "preguiçosos"»
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As pessoas recebem o salário por transferência bancária e as pessoas vão às compras e pagam a renda da casa e pagam a água e a luz e pagam a televisão por cabo e a internet e pagam o passe do transporte público e pagam a escola dos filhos e pagam a conta da farmácia e pagam tudo com o dinheiro do ordenado que foi depositado pelo patrão na conta, aberta no banco por exigência da entidade patronal, pelas pessoas.
As pessoas são umas desmioladas gastadoras que não fazem mais nada na vida do que levantar dinheiro para pagar. Há que castigar as pessoas de modo a obrigá-las a poupar. E há que voltar aos idos da “Primavera Marcelista”, que foi quando a dona Teodora, uma sumidade, uma excelência, uma expert, um Prémio Nobel em potência, despontou para a economia e finanças e política e arte de largar bitaites, com aura de teoria científica, por mais desmiolados que sejam, e obrigar as empresas a pagar em cash o ordenado todos os meses.
"Podes brincar e blasfemar que ninguém crê, Porque é estupendo ouvir cantar o Chevalier, E o sonoro além de mais moderno, È uma alegria de orgia que faz bem
Teodoro não vás ao sonoro, Teodoro não vás mas eu vou, Porque adoro na vida o sonoro, E há-de ser Teodoro, quem chorar, chorou"
Com cobertura apática e amorfa, e cumplicidade mediática quase a roçar o pornográfico, a maior acção orquestrada de propaganda desde a pré-campanha e campanha eleitoral para as legislativas de 2011, as jornadas parlamentares conjuntas do PSD e do CDS.
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Só não defendi a posição de Portugal nas reuniões do Conselho Europeu porque, desde o Tratado de Lisboa, os ministros dos Negócios Estrangeiros deixaram de ter assento nas ditas cujas reuniões, agora restritas à participação dos primeiros-ministros. Se o primeiro-ministro foi e entrou mudo e saiu calado é lá com ele.
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