"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Andam há anos, a partir d' O Albergue dos Alucinados, também conhecido por coluna "Opinião" no online Observador, a martelar que "se nasceu com pilinha é menino, se nasceu com pipi é menina, não venham cá com merdas, um veste azul a outra cor-de-rosa", prontamente replicados nas redes por uma horda de palermas, mais ou menos conhecidos, uns com lugares cativos nas televisões do comentário da treta, outros professores catedráticos, imagine-se, com uma legião de imbecis anónimos atrás de si, 24 horas por dia a espalharem o ódio sobre quem pensa diferente e sobre quem está informado, para agora o que conta para a definação de homem e mulher ser a aparência física e os níveis de testosterona, lá vai a pilinha pró caralho, passe o pleonasmo.
Chegar a um ponto em que as medalhas nos jogos olímpicos são contabilizadas per capita, por milhão de habitantes, com a "esquerda" a embarcar na contabilidade do ranking das medalhas.
A diferença entre jornalismo e bosta pode ser demonstrada por dois artigos de opinião, assinados, respectivamente, por Inês Cardoso, sub-directora do Jornal de Notícias – "Formigas sem medalha" – o jornalismo, e "Excursão ao Rio", a bosta assinada por um também director-adjunto mas do pasquim impresso em papel de jornal e que dá pelo nome de Correio da Manha [sem til].
Não foi um bando de cabeças rapadas, e em tronco nu para mostrar o corpo coberto de tattoos de bulldogs e cruzes de S. Jorge, quem passou o testemunho de London 2012 para Rio 2016, a um mulato varredor de rua de uma calçada portuguesa no chão do Wembley, enquanto iam apalpando as raparigas que apanhavam pela frente e destruindo as esplanadas dos bares e restaurantes, pois não?
Os alemães são racistas, os austríacos ainda mais, os franceses são xenófobos e a Inglaterra é aquele sítio onde há julgamentos, enquanto o Diabo esfrega um olho, por piadas racistas. Muito feio.
No evento que mediatiza, até à potência máxima, a Tocha Olímpica para a aldeia global, invenção de Carl Diem, presidente do Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de Berlim nomeado pelo ministro de Hitler para o desporto, Hans von und Tschammer Osten e, posteriormente, secretário para os assuntos internacionais do ministério do Desporto nacional-socialista, um assunto do coração transforma-se num "caso político"? Há aqui qualquer coisa que me escapa…