"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Actores políticos credíveis que trazem credibilidade à política e o coise:
«Joana Amaral Dias, ex-dirigente e ex-deputada do BE, vai ser a cabeça de lista do AGIR, formação que se legalizará aproveitando o já existente Partido Trabalhista Português (PTP).»
Uma vez que as notícias sobre a morte do PCP eram manifestamente exageradas, vai servir para dar o golpe de misericórdia no Bloco de Esquerda e, só por isso, o PS devia aplaudir de pé a iniciativa de Rui Tavares, que joga precisamente no campo da esquerda socialista que não se revê no… PS, neste PS. Uma contradição? Não. Para quem não nasceu ontem, não tem fraca memória, ou para quem simplesmente se interessa, a peça volta à boca da cena, pela enésima, vez desde o dia 25 de Abril de 1974, sempre no campo do PS, outro PS, outros PS.
PLU [i-c] Partido do Litoral Urbano [intelectual-cosmopolita], Livre ou em Bloco, construído a partir de cima e sem implantação no terreno e no trabalho, tem os dias contados. Dediquem-se à pesca. Ou ao chinquilho.
Pertenço ao novo grupo dos Alcoólicos Unânimes. Quando alguém não está com vontade de beber, liga ao colega e ele persuade-o.
Esta velha piada, sobre o absurdo do consenso, mostra como uma decisão unânime pode prescindir de qualquer lógica ou princípio. Mas, como Cavaco Silva (traumatizado por ter sido o PR que menos consenso eleitoral recolheu) e o Governo (abalado por não ter tido maioria absoluta) batem tanto nesta tecla, vamos lá.
Há um consenso que já existe: a esmagadora maioria dos portugueses (80%) acha que Portugal deveria renegociar ou denunciar o memorando de entendimento com a troika; personalidades políticas tão distintas como Pacheco Pereira ou Jorge Sampaio querem eleições antecipadas; CGTP e UGT entenderam-se para uma greve conjunta; PCP, Bloco e PS reuniram-se com o denominador comum: Libertar Portugal da Austeridade; hoje há um protesto em várias cidades portuguesas e muitas europeias sob o lema "povos unidos contra a troika". Ah, não era bem este consenso que pretendiam? Nesse caso, o melhor é ligarem a um colega.
As acções ficam com quem as faz e as pessoas valem o que valem ou aquilo que as outras pessoas queiram que elas valham. E vale para tudo e para todos e contra isso, batatas. Mas querer comparar o peso político-mediático de uma “anónima” Maria do Rosário Gama ao de Joana Amaral Dias, não desfazendo da senhora, é obra. ´stá bem, a gente faz um esforço.
Delicioso é o pormenor do marido, indignado, ter escrito uma carta de protesto. Mais uma dona de casa “à moda antiga”. Ou como reza aquele mui salazarento azulejo que se vende por essas feiras e arraias de norte a sul do país: “Cá em casa manda ela e nela, mando eu”. Para que conste.
O raid efectuado por José Sócrates, em formato Blitzkrieg, às fileiras do Bloco vem levantar muitas interrogações no eleitorado “Portugal profundo”. Nomeadamente sobre a real diferença na natureza das coisas. E o PCP agradece.
É impressão minha ou aqueles que se indignaram (não foi só o Expresso…) com quem comparou os 3 segundos de Joana Amaral Dias no clip sobre os 10 do Bloco de Esquerda ao photoshop de Estaline para limpar das fotos os que ia limpando, são os mesmos que comparam a vitória de Sócrates às vitórias de Enver Hoxha?
A Joaninha tem aspecto de escrava sexual, disposta a tudo e capaz de orgasmos múltiplos. Já a Aninhas mete-me medo. Olho para ela e vejo uma perfeita Dominatrix sempre no controlo da situação.
Desculpem lá, e até pode ser que me engane, mas nestas coisas eu vou mais pela cara das pessoas.