"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Ver a vanguarda revolucionária, descendente do neo-realismo e saudosa do realismo socialista, a defender, com unhas e dentes, o valor patrimonial e cultural da obra de um reaccionário e contra-revolucionário surrealista.
Cavaco Silva, que já deve saber quantos Cantos tem Os Lusíadas e que aprecia Miró, apesar de não saber a quem tempo do verbo Mirar pertence, se ao mira as acções da sociedade Lusa de negócios, se ao mira o Oliveira e Costa, se ao Mira Amaral, "entende" [o que já é um bom princípio] que os quadros emergiram como "uma arma de arremesso na luta política partidária" e, como tal, não deve comentar. Como este comentário "subtil" não é um comentário, ficamos todos à espera do comentário do não-comentador…
«"expedição das obras é manifestamente ilegal", não sendo "necessário argumentação sofisticada para concluir que a realização do leilão pela leiloeira Christie's das obras de Joan Miró comprometeria gravemente o cumprimento dos deveres impostos" pela Lei de Bases do Património "e reduziria a nada a concretização dos deveres de protecção do património cultural"»
«[…] a Christie's "tem a responsabilidade" de oferecer aos seus clientes as condições máximas de segurança nas transacções, o que significa que tanto a leiloeira como os interessados em comprar as obras "têm de ter a certeza legal que as podem transferir sem problema".
Atendendo a que o Estado não teve de pagar alguns, muitos, milhões de euros à dona Isabel 'eu-fiquei-rica-em-Angola-a-vender-ovos-em-Angola' dos Santos, por interposta pessoa, Mira Amaral, para poder vender os quadros. [Ou vai?].