"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Apanhado em flagrante delito a mentir com todos os dentes que tem na boca, na era do online e do Facebook e do Twitter, onde está tudo à distância de um click, logo os aios e escudeiros se apressaram a largar o spin de modo a minimizar os danos, que as eleições estão quase aí e a silly season não justifica tudo. Pois bem, até pode ser. Para alguém crescido e educado em Angola, sob o estigma dos portugueses de 2.ª, os seus desejos são uma ordem, bwana, retornado na fuga da descolonização, ressabiados que não resistem ao teste do algodão "o malandro do Mário Soares, o 25 de Abril, entregaram aquilo aos comunistas e o coise", dedicado a ler o mestre de obras, Angola é nossa, sempre foi. E o Brasil também, que já a Primavera era Marcelista e ainda o mapa estava pespegado na parede da sala de aulas da primária e as culturas de além-mar, em terras de Vera Cruz, tinham grandes probabilidades de sair no exame da 4.ª classe, ao lado de Goa, Damão e Diu, esse monhé do Gandhi. Desse ponto de vista até têm razão, PALOP é tudo Portugal. Portugal que não é um país pequeno.
O que um dos "grilos falantes" [na versão bondosa] do Governo Passos/ Portas nos diz, ou aquilo que o Governo PSD/ CDS-PP pensa mas não tem coragem de nos dizer [n’ A Versão] é que Karl Marx tinha razão quando teorizou a Lei da Mais-Valia [na versão bondosa], ou que o lucro é ilegítimo [n’ A Versão].
Preocupo-me é quando o Estado e o partido são a mesma coisa. Se o partido ganha eleições e forma governo como é que vamos resolver este aparente conflito; recorrendo à heteronímia? No partido somos (são), por exemplo, Ricardo Reis, no Governo, por causa das confusões, somos (são) Álvaro de Campos.
“O domingo é um dia consagrado à família, quer os portugueses queiram quer não queiram. Claro que, graças ao projecto de lei do PS, os portugueses poderão agora dissolver a família sem culpa. Ficarão sem nada para fazer ao domingo à tarde.”
A continuação do texto que, hipocritamente, João Miranda não escreveu é: “Ficarão sem nada para fazer ao domingo à tarde, e, alegremente, irão passear até ao Hipermercado” De cuja abertura aos domingos João Miranda é um acérrimo defensor. Para aqui a família já não é chamada…
“Hugo Chávez controla neste momento a presidência da Venezuela, a Assembleia Nacional, o Supremo Tribunal, o exército, a administração pública, parte dos sindicatos, parte da comunicação social, a comissão eleitoral e o petróleo. Conseguiu este controlo quase total sobre o país através da criação de instituições paralelas às instituições legítimas e da manipulação engenhosa dos processos democráticos. Para contornar a oposição da Assembleia Nacional, convocou (em 1999) um referendo que lhe permitiu instituir uma nova Assembleia Constituinte e dissolver a antiga Assembleia Nacional. Alargou o número de membros do Supremo Tribunal e infiltrou-o com juízes da sua confiança. Assumiu o controlo do petróleo venezuelano e utilizou as receitas para criar serviços públicos paralelos (as misiones) dominados pelos seus partidários. Convocou um referendo que lhe deu mais poder sobre os sindicatos e criou um sindicato paralelo constituído por sindicalistas da sua confiança. Recusou-se a renovar a licença de uma televisão que lhe era hostil e criou para si próprio um programa diário de propaganda na televisão pública. Está a criar um exército paralelo com base nas suas milícias privadas. Está a governar por decreto desde Janeiro, porque a Assembleia Nacional, constituída exclusivamente por chavistas, atribuiu-lhe uma autorização legislativa praticamente ilimitada.” (Continuar aqui)