"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O comissário marcelista para o Dia da Raça em Portalegre escreve hoje que "a velha direita tem de aprender a conviver com nova direita" contra o risco do país ficar nas mãos da esquerda até 2030. Ler: o PSD e o CDS, à imagem do que fizeram nos Açores, se quiserem alçar-se ao poder têm de perder a pouca vergonha que lhes resta e aliarem-se à "nova direita". O comissário marcelista para o Dia da Raça em Portalegre chama "nova direita" à direita que foi apeada do poder faz dia 25 deste mês 47 anos. Não há memória. Não interesse que haja memória. E não há neste momento maior normalizador do fascismo em Portugal do que o comissário marcelista para o Dia da Raça em Portalegre. Militante, já merecia um lugar no Observador.
Estou em isolamento profilático. Termina na quarta-feira, na verdade. Mas estou a pensar ir votar. Se for vou super armadilhado. Em minha casa estamos todos iguais porque isto foi um jantar que aconteceu cá em casa.
João Miguel Tavares, Comissário Marcelista para o Dia da Raça em Portalegre, no "Governo Sombra" na SIC Notícias.
a democracia é precisamente o regime onde posições abjectas podem ser defendidas , da castração química de pedófilos às 35 horas de trabalho na função pública
João Miguel Tavares, ex-comissário Marcelista para o Dia da Raça em Portalegre, na avença diária no Público.
"O coronavírus vai ser a prova do algodão do governo de António Costa. Pela qualidade do combate à epidemia se verá se ele é um político de mão-cheia."
"Não é por acaso que não foi um zulu a escrever Romeu e Julieta, nem foi em Portugal que o iPhone foi inventado". Também não é por acaso que não foi Luís de Camões quem escreveu As Mil e Uma Noites e que as três religiões monoteístas nasceram no deserto, mesmo antes de se chegar ao berço da civilização, o Mediterrâneo. Assim como também não é por acaso que os portugueses usaram o astrolábio e a cartografia detalhada para iniciar a globalização e tornar o mundo mais pequeno enquanto os índios americanos andavam em tronco nu a caçar bisontes com flechas. Como por acaso não é Viriato viver amuralhado num castro no alto dos Montes Hermínios já os romanos tinham uma rede viária, toda ela a ir dar a Roma onde se podia beber água da torneira. E podíamos continuar assim ad aeternum a falar da "eterna construção" mas é mais pedagógico aconselhar um livro.
Marcelo deu-lhe exposição mediática, nós agora levamos com as figuras de tolinho em cima.
Marcelo queria dizer coisas [é mais forte que ele] mas como não podia dizer as coisas que queria dizer industriou o Tavares para dizer o que ele, o Marcelo, não podia. Só que o Tavares padece do mesmo problema do Marcelo, tem de dizer coisas, em vox pop "tem gosto o burro em ouvir o seu zurro", também é mais forte do que ele e além disso é pago para dizer e se não disser é esquecido e deixa de poder dizer, ou passa a dizer anonimamente, o que vai dar no mesmo, e deixa de receber, a tal da meritocracia. E, neste circulo vicioso do Tavares dizer coisas que o Marcelo diz mas que não pode dizer, alguma vez o circuito havia de ser desmontado pela encomendado que saiu melhor. Apanha-se mais depressa um Marcelo, ou um Tavares, para o caso tanto faz, que um coxo.
Há uma coisa que não percebi no discurso do "mérito" do Comissário para o Dia da Raça: João Miguel Tavares acredita genuinamente que chegou onde chegou pelo mérito, que o "amiguismo lisboeta" não teve nem tem nada a ver com isso, ou só nos está a atirar areia para os olhos?
Na primeira quinta-feira pensei que fosse coincidência mas na segunda quinta foi assim e na terceira quinta foi assim e é assim todas as quintas no Público on-line, Assis e o contraditório ou Tavares e o contraditório ou Assis na twillight zone ou Tavares na twillight zone.
Eu gostava que o primeiro-ministro de Portugal fosse um gajo porreiro (pá!) e no mínimo tivesse open mind como a Cicciolina. E não estou a pedir que se mude para um qualquer Partido Radical…