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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

|| O "elevador social" a caminho da sub-cave

por josé simões, em 19.07.13

 

 

 

A escola pública que, em 40 anos de democracia, garantiu o acesso ao ensino e à educação, a todos sem excepção, independentemente da condição social e do poder económico, e que formou a esmagadora maioria dos cérebros, técnicos competentíssimos nas suas áreas, que agora demandam outros países em busca do que o seu país lhes nega; a escola pública que também formou a geração que, uma vez chegada ao poder, tem urgência em a desmantelar em favor do ensino privado e da livre escolha e da livre iniciativa e de um ensino liberto de ideologias e do cheque-ensino e do caralho, é a escola pública que agora se preocupa com o aproveitamento escolar dos filhos do cada vez mais lumpemproletariado, em espiral progressiva na sociedade em apenas dois anos de governação Cavaco Silva/ Passos Coelho/ Paulo Portas, e fá-lo pela mão de dois escolhidos de Paulo Portas - João Casanova de Almeida, secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, e Pedro Mota Soares, ministro Solidariedade e Segurança Social, depois de uma pré-campanha e campanha eleitoral a acenar ao povo com os amanhãs que cantam do "elevador social". Panorâmico para alguns, a caminho da sub-cave para outros. Cada um no seu andar, no lugar que lhe é devido.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

 

 

|| Desenraizar para dividir e governar

por josé simões, em 24.06.13

 

 

 

Nos idos de Salazar, e com uma guerra colonial a despedaçar famílias, os mancebos do Porto assentavam praça em Lagos e os de Lagos em Coimbra e os de Elvas em Lisboa e os de Lisboa em Bragança e por aí. Com uma cunha ficava-se à porta de casa. Uma cunha para os fiáveis e fiéis. Foi assim com o senhor Alberto João, por exemplo.

 

O Governo Passos Coelho/ Paulo Portas, da família-núcleo-central-e-fundamental-da-sociedade-amém, quer colocar professores com mulher/ marido e filhos, família constituída, professores em via de constituir família, até 60 kms da escola onde se é efectivo. Agora, porque na ideia original podia ser para qualquer parte do Portugal, que já não é do Minho a Timor.

 

A direita portuguesa, de linhagem directa do salazarismo e do Estado Novo e que nunca fez acto de contrição nem exorcizou fantasmas, amém. Por via do catolicismo e do mui judaico-cristão recalcar a culpa.

 

Há quem os leve a sério. E é para levar. Mas nunca pela conversa de ir ao cu da "mobilidade social".

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| Blattaria ou Blattodea

por josé simões, em 16.02.12

 

 

 

Antes de se auto-proclamar Provedor do Povo: «Cavaco Silva incentiva alunos do privado a manifestarem-se», depois de se auto-proclamar Provedor do Povo: «Cavaco Silva cancela visita a escola devido a protesto de alunos».

 

Ainda assim uma evolução. Nos idos do brother in arms Dias Loureiro ministro da Administração Interna, o agora auto-proclamado Provedor do Povo mandava a polícia de choque carregar sobre os estudantes

 

E ainda sou do tempo em que Ramalho Eanes subia para cima do capot de um carro para dar o corpo às balas, que Mário Soares ia, sem medo, para o meio do povo, que o beato Guterres quando encarava com uma manif de protesto ia até lá, falar com as pessoas, e de Jorge Sampaio ir a pé, e sem segurança pessoal, para o trabalho. Independentemente das diferenças político-ideológicas, entre eles e das que me separam de cada um deles, é a diferença entre um homem com agá grande e um insecto.