"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
António Costa foi a um supermercado em acção de propaganda ver do IVA zero e levou como guia turístico o CEO, aquele que "recebeu 262,6 vezes mais face à média dos salários dos trabalhadores", IVA zero, IVA 1, IVA 2 ou IVA qualquer, para ele é 'peaners', como diria o outro, sem que nenhum pé de microfone lhes perguntasse, à vez ou em conjunto, uma vez que o retalho, nos 15 dias de margem acordados para acomodar a nova modalidade, aumentaram os preços para acomodar o IVA zero, quando o IVA voltar a valores anteriores se os alimentos vão voltar a subir, dito de outra maneira, se os alimentos que com IVA zero estão ao preço dos alimentos com IVA vão ficar ainda mais caros quando o IVA voltar em todo o seu esplendor? Toda a gente ganha, o 262 vírgula 6, o Governo, e haja alguém que pague.
[Na imagem uma chaputa, o peixe com que Mário Soares foi brindado, com toda a força de uma peixeira nas suas republicanas bochechas, quando no pós PREC andou em campanha pelo Mercado do Livramento em Setúbal]
António Costa vai baixar o IVA do cabaz alimentar para depois vir dizer "estão a ver, eu tinha razão, a margem foi absorvida pelo retalho" vou repor outra vez tudo como estava e os preços aumentarem ao consumidor na exacta proporção da reposição?
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Quem viu a factura das refeições reduzida depois da baixa do IVA na restauração ponha o dedo no ar.
Aqueles que argumentam com o colapso do mercado e da economia caso o Governo tabelasse administrativamente os preços, das rendas aos alimentos, passando pela gasolina e pela electricidade, são os mesmos que juram a pés juntos que a baixa do IVA, para produtos básicos no cabaz alimentar, se ia reflectir no preço final a pagar pelo consumidor e não no aumento da mais-valia do retalhista.
"É básico, não é?" que se o Governo taxasse os bens alimentares essenciais a 0% ia aumentar ainda mais a margem de lucro dos patrões e accionistas, tal e qual a lengalenga do Ilusão Liberal com o imposto sobre os produtos petrolíferos, ninguém deu por nada. É básico e o CDS sabe. Mas as preocupações do CDS nunca foram com o consumidor final, naquela faixa que mais sofre com a inflação e com o aumento do custo de vida.
Quando o Partido Socialista em 2013, na oposição e em pleno consulado da troika, propõe a descida do IVA da electricidade de de 23% para 13% e, chegado ao Governo, uma das primeiras medidas que toma é baixar o IVA da restauração em 2016, na exacta percentagem dos 23% para 13% que anos antes tinha proposto para a electricidade, causando um prejuízo ao Estado avaliado em 385, 3 milhões de euros, e que chegado 2020, quatro anos depois, com o boom do turismo e o aumento de volume de negócios que a restauração teve, opta por manter o IVA, de um bem não essencial, tal e qual como está, em prejuízo de um bem de primeira necessidade - a electricidade. Governar é feito na base de opções, o primeiro-ministro e o Partido Socialista escusavam era de gozar com os cidadãos, além de feio paga-se caro nas urnas.
Sem que ninguém no PSD de Rui Rio lhe dê a ponta de um chavelho de importância e sem que ninguém no Governo da 'Geringonça' lhe chibe aos ouvidos o "exclusivo" para a avença semanal que tem na televisão do militante n.º 1, Marques Mendes, reduzido à sua insignificância, limita-se a fazer o que melhor sabe: inventar, truncar, desinformar. Era dia 1 de Abril.
E é assim que, por via da austeridade muito bem explicadinha, tim-tim por tim-tim aos portugueses, como defendia Marcelo, O Comentador, nas conversas em família nas noites de domingo, e Marques Mendes em menor escala [não é piada à estatura física do senhor mas às audiências que o respectivo programa tinha], que é como quem dizia massivas doses de agit-prop do pensamento único dominante, e o que ainda continua com a televisão do militante n.º 1 à cabeça que, com mais Banif menos Banif, mais dias feriados repostos menos dias feriados repostos, mais salário mínimo aumentado menos salário mínimo aumentado, mais reposição da sobretaxa de IRS menos reposição da sobretaxa de IRS, os senhores continuam, ainda continuam com 35% das intenções de voto.
O IVA, que é pago pelo cliente, é o responsável pela não criação de emprego na hotelaria num ano em que a ocupação hoteleira bateu todos os recordes, pasme-se, depois do aumento do IVA, pago pelo cliente, ter sido o responsável pelas falências e pelo aumento do desemprego no sector. Quando o IVA para a restauração e hotelaria baixar [se baixar], como a esquerda prometeu em campanha eleitoral, a gente vai estar aqui, atenta ao reflexo dessa baixa nos preços a pagar pelo cliente e na criação de emprego mais que não seja para provar que não são precisas intervenções "venezuelanas" na economia.
«Quando o crédito fiscal foi criado em 2015, o Governo estava convencido de que seria possível ultrapassar a meta da receita de impostos, garantiu esta quarta-feira no Parlamento o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Mas Paulo Núncio admite que a metodologia usada para o cálculo mensal possa ter dado a "perceção errada" sobre a devolução. "Nunca foi essa a intenção do governo".»
Como diria a primeira-dama, pela boca do marido, já de abalada, Deus os proteja e quando lá chegarem mandem saudades que é coisa que cá não deixam, "com a ajuda da Nossa Senhora de Fátima":
«Fundo junta-se aos que duvidam que a receita líquida do IVA possa continuar a crescer ao mesmo ritmo nos próximos meses, uma condição essencial para que ocorra uma devolução da sobretaxa de IRS.»
A sobretaxa de IRS, que era para durar enquanto durasse a troika e que afinal é para ir diminuindo gradualmente enquanto durar a maioria PSD/ CDS, contra o despesismo e o fartar vilanagem do socialismo, rigorosos e de boas contas, os únicos capazes de saquear fiscalmente o contribuinte de modo a reembolsar o contribuinte fiscalmente, ou o mimetismo propaganda-mentira mentira-propaganda de quando não há nem galinha com quem contar com o ovo no cu, quando afinal a galinha de onde sai o ovo é o cu do contribuinte.
"Utilizando os valores de receita fiscal sem ajustamentos, a manter-se o crescimento de 3,5% até ao final do ano, o desvio será de cerca de 660 milhões de euros [...]