"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Voltando à narrativa da direita, com Rui Rio à cabeça, na noite das presidenciais a levantar a voz de eufórico, que a esquerda tinha sido "esmagada" [que o PS tenha indicado o voto em Marcelo, um pormenor], que o eleitorado comunista no Alentejo e nas antigas cinturas industriais se tinha transferido para o Chaga, o que a sondagem ISCTE para a SIC e Expresso, efectuada entre os dias 5 e 13 de Abril, nos diz é que "com esta ou aquela flutuação, aquilo que mudou desde as legislativas foi fundamentalmente a descida do CDS e a subida do Chega", uma transferência de todos, portanto.
Time-lapse, entre Janeiro de 2016 e Janeiro de 2021, do processo de construção do Ventas:
"Quem criou o fenómeno André Ventura? A televisão ou as redes sociais? André Ventura não é um político que ganhou visibilidade mediática. É antes alguém que, embora traçando um caminho na política, ganhou o estatuto de celebridade fora da política e utilizou essa visibilidade para depois se tornar um político-celebridade com expressão eleitoral. Os dados do Facebook permitem perceber que André Ventura beneficiou da notoriedade proporcionada pelos orgãos de comunicação social desde 2016 e também das páginas de apoio do Chega desde 2019."
«É mais difícil desfazer do que fazer». "Roma e Pavia não se fizeram num dia", vox pop. O "blitzkrieg" das invasões bárbaras é dos livros e aprendia-se [aprende-se?] na escola.
"Na vida um vintém é sempre um vintém e um cretino é sempre um cretino", Manuel Machado, treinador de futebol, antes da destruição de Roma e Pavia, num só dia às mãos dos cretinos, nos árduos trabalhos de deixar o pagode sem vintém e a que pomposamente chamam de "sabedoria".