"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
E o "elogio" do dia foi para a Polícia de Segurança Pública pela boca de Isaltino Morais, presidente da câmara ao lado: "Estou aqui porque também podia ter acontecido no meu concelho". Não é defeito, é feitio. É como o brandy Constantino, "a fama que vem de longe".
[Na imagem a sensibilidade ilustrativa da PSP nas 'redes' iam os actos de vandalismo em alta]
E porque é que as coisas são assim e porque é que as coisas têm de ser assim e quem é que fez as coisas assim e a quem é que interessa que as coisas sejam assim e a quem é que interessa que as coisas continuem assim?
Coisas simples e para as quais toda a gente tem a explicação pronta na ponta da língua mas que ganhavam outra dimensão se ditas pelos agentes políticos que elaboram os códigos e pelos agentes judiciários que os aplicam. O "processo português" é todo ele um case study e do que o povo menos precisa é de sofismas em typography rococó.
E se as cláusulas processuais e os erros processuais e os recursos processuais e as outras almofadas processuais não funcionarem há sempre aquela coisa do indulto presidencial. Calma.
Durante as Presidenciais de 1976 e no tempo em que o pincel tomava conta de tudo o que era parede limpa, de uma noite para o dia Setúbal apareceu pinchada com OTELO por tudo o que era sítio. Na noite seguinte, mais propriamente da noite seguinte para o dia depois, alguém andou pela cidade a colocar um apóstrofo ente o O e o T e a fechar o E em O. Resultado: O’ TOLO.