"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Desde o dia da maioria absoluta até ao dia da tomada de posse do novo Governo quantas medidas mais vão cair, como é que vai ficar o Orçamento do Estado mais à esquerda de todos os tempos, mostrado como cenoura à frente do burro por António Costa no debate para as Legislativas?
A direita que nos idos da troika depois de ter cortado o 13.º mês permitiu a diluição do subsídio de férias em 12 vezes para que as pessoas não sentissem o rombo no orçamento no final do mês é a direita que agora diz que a mexida na taxa de retenção mensal do IRS pelas mesmas razões é uma trafulhice socialista.
"Em vez de querer grandes aumentos do salário mínimo dever-se-ia instituir um escalão negativo no IRS, em que os menores rendimento recebem um subsídio"
E agora como é que vamos lutar contra o capitalismo em França, Alemanha, UK, Luxemburgo, Suíça, etc. , que dá emprego e paga salários justos aos injustiçados do capitalismo em Portugal, sem desestabilizar o sistema económico e social em cada país, já que o argumento terá obrigatoriamente de passar por mais emprego e salários mais justos para os nativos, pressionados pela emigração portuguesa, e com isso criar uma onda xenófoba e racista como reacção?
"E o Sol brilhará para todos nós"? [E a Venezuela aqui tão perto].
Já não indo pelo "falar verdade" na boca de Passos Coelho da "habilidadezinha de comunicação" do simulador online para a devolução do IRS e da carga fiscal que, em princípio, só iria aliviar em 2019, se ainda durante o anos de 2015 "nós [eles] pusemos em prática um alívio do IRS" porque é que a generalidade dos portugueses não o sentiu no bolso, antes pelo contrário?
Do autor do bestseller "devolução da sobretxa em crédito fiscal dependente do aumento da receita fiscal proveniente de IRS e de IVA":
a sobretaxa do IRS foi criada como uma medida extraordinária e "sem contrapartidas de subidas de outros impostos"
Também do mesmo autor, candidato ao The Man Booker Prize de 2015, "os cortes salariais temporários em Portugal e permenentes nos rascunhos enviados para Bruxelas":
E é assim que, por via da austeridade muito bem explicadinha, tim-tim por tim-tim aos portugueses, como defendia Marcelo, O Comentador, nas conversas em família nas noites de domingo, e Marques Mendes em menor escala [não é piada à estatura física do senhor mas às audiências que o respectivo programa tinha], que é como quem dizia massivas doses de agit-prop do pensamento único dominante, e o que ainda continua com a televisão do militante n.º 1 à cabeça que, com mais Banif menos Banif, mais dias feriados repostos menos dias feriados repostos, mais salário mínimo aumentado menos salário mínimo aumentado, mais reposição da sobretaxa de IRS menos reposição da sobretaxa de IRS, os senhores continuam, ainda continuam com 35% das intenções de voto.
Nem o crédito fiscal é para cumprir nem a sobretaxa de IRS dura até 2019 nem os mencheviques são de confiança nem se pode confiar nos bolcheviques e até as fotografias já são a cores.
A sobretaxa de IRS, que era para durar enquanto durasse a troika, que durou até ao dia em que Paulo Portas, vice-primeiro-ministro, saiu a correr de uma reunião com a troika para ir, como presidente do CDS, inaugurar na sede do partido ao Largo do Caldas um relógio em contagem decrescente para o dia da saída da troika e que, depois da saída da troika, continuou, não o relógio em marcha à ré mas a sobretaxa, avante e a todo o vapor, para uma "morte macaca" anunciada - uma marca no Governo, de Paulo Portas e do CDS - o partido da devolução, uma coisa inédita, o crédito fiscal, o Governo devolver um chouriço se conseguisse arrecadar uma vara de porcos e que já ia em 35% em Outubro, mês das eleições, mas que ficou em resto zero ainda antes do dia da Imaculada Conceição, Rainha e Padroeira de Portugal, por via das contas marteladas pelo Governo de direita, da direita que sabe fazer contas e por causa do défice armadilhado, mas que não vai afinal ser devolvida por António Costa - nem na totalidade, nem 35%, nem um café ao balcão, que não honra as promessas feitas em campanha eleitoral e ainda arrisca a que em 30 dias o trabalhinho de 4 anos seja deitado por água abaixo, apesar dos cofres cheios, de cagulo, até à boca.
«Quando o crédito fiscal foi criado em 2015, o Governo estava convencido de que seria possível ultrapassar a meta da receita de impostos, garantiu esta quarta-feira no Parlamento o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Mas Paulo Núncio admite que a metodologia usada para o cálculo mensal possa ter dado a "perceção errada" sobre a devolução. "Nunca foi essa a intenção do governo".»