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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

A veia Centralista Democrática do PS

por josé simões, em 10.11.06
Gaioso Ribeiro, numero dois pelo PS na lista à Câmara de Lisboa, em entrevista ao “Diário de Noticias” há cerca de uma semana, acusava Manuel Maria Carrilho de comportamento político irresponsável e ausente.
Dizia Gaioso Ribeiro que Carrilho tinha faltado a 38 (trinta e oito) reuniões só no primeiro ano de mandato, algumas das quais onde houveram votações decisivas, mandando assim às urtigas uma oposição que se queria militante e responsável.
 
Como resposta, foi-lhe retirada a confiança politica pela concelhia do PS, e pedido que renuncia-se ao mandato. Como a confiança que o legitimava era a dos munícipes pelo voto e por isso não renunciou, foi ontem impedido de aceder ao gabinete que utiliza na autarquia por ordem do partido por que foi eleito.
 
Ao contrário do que seria de esperar, as baldas do autarca filósofo mereceram o apoio da concelhia do partido. São um incidente interno, disseram. Por não ser conhecida nenhuma medida tomada, supõe-se que até tenha recebido apoio. Quem cala consente, e o Sr. Carrilho lá vai repartido alegremente o tempo entre as baldas na Câmara e o Parlamento.
 
O outro, o que vestiu a camisola das funções para que foi eleito e mostrou preocupação (legitima) sobre o rumo que o partido e em ultima instancia a autarquia levam, está a ser delicadamente empurrado para fora de um cargo, fosse ele executivo ou oposição, mas que foi sufragado pelos seus munícipes e não pelo partido.
 
No meio desta salganhada, Manuel Maria Carrilho que nunca perde uma oportunidade para abrir a boca, torna-se notado pelo seu ensurdecedor silêncio.
 
Num partido que faz questão de apregoar aos quatro ventos a liberdade interna de discordar e de manifestar a opinião, mesmo que vá contra a linha orientadora, atitudes estalinistas deste calibre, muito “a la PC”, levam-me a pensar, se o Partido do Trabalho da Coreia do Norte não vai poder estar presente na VIII Encontro da Internacional Comunista a decorrer este fim-de-semana em Lisboa, como já foi anunciado, a vaga em aberto bem poderia ser preenchida pelo PS Lisboa.
 
Também interessante sobre este caso, seria ouvir as opiniões de Vítor Ramalho (concelhia do PS/ Setúbal) e Catarino Costa (vereador PS na Câmara de Setúbal), depois das posições publicamente tomadas sobre a não menos trapalhada que foi a substituição de Carlos Sousa por Maria das Dores Meira à frente do Município.
 
É que pela boca morre o peixe…