"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
De regresso aos blogues, ao Facebook e ao Twitter, ao glorioso ano de 2011, o ano da criação de emprego entre as hostes da direita, os escudeiros do sector privado debaixo do chapéu de chuva e de sol do Estado, às custas do dinheiro dos contribuintes, às custas daqueles que conseguiram manter o emprego depois do glorioso ajustamento da economia e das grandes reformas estruturais para 1 000 anos. Não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe.
Com dinheiros públicos criar e subsidiar um Estado privado, paralelo ao Estado, que engorda com o comércio da miséria alheia e dos descontos sobre as remunerações da carreira contributiva de quem, um dia, pode ter a pouca sorte de cair nas malhas do "sector privado de emprego" e da "economia social". Não há respeito, não dignidade, nem respeito pela dignidade.
Agora em versão 2. 0, direita sabida, em véspera de eleições e apostada em manter o poder custe o que custar. Mistura-se uma pitada, q.b. , de "activos empregados", para dar gostinho à boca e compor o prato , pespega-se com os desempregados nas empresas, como gente grande a fazer o trabalho de gente empregada – formação em movimento, ainda se paga ao patrão para os ter lá e, no fim do dia, os números do desemprego baixaram, tipo uma ladeira com inclinação de 10%, toda a minha gente ganha dinheiro e vai para casa satisfeita e os partidos do Governo fazem um brilharete na campanha eleitoral. Siga a marcha.
Correndo o risco de me repetir, por que cargas de água há-de alguém de Setúbal ou de Lisboa ou de Coimbra ou do Porto ou de Aveiro, do litoral urbano, onde há de tudo menos empregos, deixar casa e família por 1258 € mensais, e a dormir debaixo da ponte e a fazer as refeições na Carátias ou numa organização do género, porque é de mil duzentos e cinquenta e oito euros de que falamos, ir para Évora ou Portalegre ou Castelo Branco ou a Guarda ou Miranda do Douro, onde não falta tudo mas faltam muito mais coisas do que as que há disponíveis no litoral e nem oferta de emprego a ganhar o salário mínimo nacional há para os que lá estão, ajudar a combater "a desertificação e as assimetrias regionais"?
Já nem digo um trabalho de investigação jornalística sobre o real impacto destas medidas na economia e nas zonas "desertificadas" e "assimétricas" a que se destinam, nem sequer um trabalho sobre estas trambiquices que entram a 100 por um dos ouvidos do cidadão, anónimo e desempregado, e saem pelo outro a 200, mas pelo menos alguém perguntar a um secretário de Estado ou a um ministro o que é que se pretende concretamente com isto, se acham que as pessoas nasceram ontem ou se acreditam no Pai Natal.
Empresas privadas que, em parceria com o Estado, vão encontrar emprego, onde ele não existe por falta de investimento pela ausência de perspectivas de retorno, para desempregados, da cegueira ideológica de quem administra temporariamente o Estado e que destruiu o tecido social, o aparelho produtivo e arruinou a economia, e que, por essa negociata com a miséria alheia por essa transferência de competências, não vão ser financiadas pelo Estado, que é como quem diz o bolso do contribuinte?
Desculpem não acreditar nos milagres de Fátima, em novas Madres Teresas, ou no Pai Natal, vá lá...
A gente fazendo até de conta que não sabe da importância da sedentarização na evolução da espécie humana pergunta: ora não havendo trabalho em lado nenhum, por mais que a propaganda governamental queira que haja, por que cargas de água há-de alguém ir trabalhar para um trabalho que não existe a 100 km de casa a não ser que seja para colocar nos poucos trabalhos que ainda já ainda existem os desesperados e os sem "esperanças de vida" de a 100 km, com remunerações no limiar da sobrevivência e subsidiadas pelo bolso do contribuinte com o pomposo nome de Estado, de forma a incentivar as empresas de a 100 km a despedir e a precarizar e a apostar no baixo salário? É só destruir e escaqueirar por cima de toda a folha.
Quando os 'bifes' se deixam de preocupar com os romenos e com os búlgaros. "Os refugiados do euro", quer dizer, há a quem dê jeito haver quem acredite em milagres. Milagres da [boa] governação e da refundação da economia. Pois sim.
Algumas horas depois do caso ter começado a ser comentado no Twitter e nos blogs, e outras tantas depois, e por arrasto, a comunicação social se ter debruçado sobre o assunto, a oferta de emprego, como que por artes mágicas, desapareceu do site…
Descrição do Perfil: FUNÇÕES DE INTERPRETE EM NEGÓCIOS COM OUTROS PAÍSES (NOMEADAMENTE O IRÃO) E RELAÇÕES PUBLICAS. DISPONIBILIDADE PARA LONGAS VIAGENS INTERNACIONAIS (PERIÓDICAS) EM REPRESENTAÇÃO DA EMPRESA. TRABALHO DE SECRETARIADO (GESTÃO DE ENCOMENDAS). TRABALHO DE DESALFANDEGAMENTO DE BENS IMPORTADOS. TRADUÇÃO DE DOCUMENTOS PARA OUTRAS LÍNGUAS. ATUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO DIRETAMENTE EM BASE DE DADOS E PAGINAS WEB. TAREFAS CONTABILÍSTICAS. FACILIDADE DE TRABALHO EM AMBIENTES LINUX, REDES DE COMUNICAÇÃO, BASE DE DADOS E WEB.OUTRAS FUNÇÕES E TAREFAS:- NATIVO PERSA / FARSI. FLUENTE EM INGLÊS, PORTUGUÊS. CONHECIMENTOS AVANÇADOS DE ALEMÃO, ESPANHOL, ITALIANO E MANDARIM;- FÁCIL ACESSO AO IRÃO. COM HABITAÇÃO EM TEERÃO;- DISPONIBILIDADE PARA VIAJAR INTERNACIONALMENTE PERIODICAMENTE;- CONTATOS COMPROVADOS COM EMPRESAS DE PELES, ESPECIARIAS, MATERIAL ELECTRÓNICO E INFORMÁTICO;- CONHECIMENTOS DE PROGRAMAÇÃO DE APLICAÇÕES (JAVA, C, C#, VB), CONHECIMENTOS DE BASE DE DADOS (ORACLE, MYSQL, H2, MONETDB, MONGO), CONHECIMENTOS DE DESIGN WEB (HTML, CSS3, AJAX, JQUERY, PHP, PHOTOSHOP, AI, FW), CONHECIMENTOS DE REDES DE COMUNICAÇÃO (TCP/IP, UDP, VOIP, IPV4, IPV6);- CONHECIMENTOS DE NORMAS ISO9000, ISO9001 E SUA IMPLEMENTAÇÃO DENTRO DA ORGANIZAÇÃO;- CONHECIMENTOS DE LINUX (BASH);- CONHECIMENTOS AVANÇADOS DE CONTABILIDADE A NÍVEL INTERNACIONAL.