"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Circula por aí um clip onde Maria João Avillez, alegada jornalista, questiona Ricardo Costa sobre a oficialidade [veracidade] dos números apresentados pela polícia que deitam por terra a teoria da direita, cada vez mais radical, da insegurança pela percepção, "um relatório estranhíssimo". E a senhora por lá vai continuar, em horário nobre, a deturpar realidades e a truncar informação, como diria o outro, a torcer a estatística até que ela diga o que a dona Maria João quer que seja dito. E não, isto não tem nada a ver com liberdade de expressão. E não, isto não tem nada a ver com cancelamento. Isto tem a ver com sanidade e rigor, porque a seguir vamos ter, também em horário nobre, um chalupa anti-vacinas, um terraplanista, ou um criacionista, a questionarem todo edifício cientifico que nos trouxe até ao séc. XXI, o retrocesso civilizacional pela casa dentro desde a caixa da televisão. Por coincidência, e só por coincidência, todos na órbita da direita política.
Como a realidade teima em contrariar o discurso agit-prop-alarmista cujo objectivo último é legitimar a politica securitária e a invasão da privacidade dos cidadãos há que manter os níveis de alarmismo e insegurança em alta com recurso ao discurso alarmista do sentimento de insegurança do cidadão. Perfeito!
Graças a Deus que estamos no Verão! Graças a Deus que é Agosto e país e meio debandou para férias! Senão lá vinha o Paulo Portas e a corte de seguidores abanadores-de-rabo exigir a presença do ministro na Assembleia da República, para o Governo ser confrontado com ograve clima de insegurança que fustiga os cidadãos.
“Os partidos de direita preocupam-se muito com a insegurança nas ruas, mas é dentro de casa e da família que se praticam diariamente em Portugal os crimes mais cobardes, sobre as mulheres, sobre as crianças, sobre os idosos, sobre, em geral, os mais fracos e vulneráveis”