"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
De certeza deve haver uma boa justificação para o dinheiro do contribuinte ser gasto numa empresa privada por um serviço que pode ser feito pela força aérea. Que ninguém questione o poder político e os sucessivos governos diz muito da qualidade da nossa democracia e da nossa exigência cívica e cidadã. Ainda se fosse uma empresa de "monhés"...
Para a alegada ministra da Saúde onze mortos não é o que correu mal é "o que correu menos bem". O governo com mais incompetentes por m2 na história da democracia é exímio na novilíngua. Onze mortos no currículo não é de uma ministra, é de uma serial killer. Mas podemos morrer todos descansados à espera da ambulância que a pedido de um partido que não existe - o CDS, enquanto o Diabo esfregava o INEM os meninos continuaram a ter a papeleta azul e as meninas a cor-de-rosa, coisa que apoquentava os portugueses.
A morte de uma grávida a caminho do hospital numa ambulância motivou a queda de uma ministra, depois de dezenas de horas com directos nas televisões e intermináveis comentários de especialistas - do palerma Ferrão ao chalupa Zé Gomes passando pela picareta falante mano Costa, sobre a degradação do Serviço Nacional de Saúde, o caos nos hospitais e o caralho. Isso foi antes do dia 21 de Março de 2024. Depois foi-se embora a irresponsabilidade socialista e veio o "sentido de Estado" AD. Agora morrem seis pessoas à espera de uma ambulância no espaço de uma semana e é o Amorim no Manchester, o dilúvio universal em Valência, interrompido pela goleada dos lagartos ao City, é as eleições na América e o regresso do homem cor-de-laranja. Montenegro, agora alçado ao poder, diz que "não temos a certeza de que as mortes foram causadas por falta de assistência", ele que na oposição tinha a certeza de tudo e de mais alguma coisa e até em três meses ia resolver a coisa de que tinha a certeza. Marcelo II, de cognome O Velhaco, na FOX News, também conhecida por SIC Notícias, para os pés de microfone, escolhidos a dedo pelo menor coeficiente de inteligência para desempenharem a função de jornalista, sai-se com um "eu não gosto de falar de problemas específicos da governação" . A puta da lata! Ou não ter a puta da vergonha na cara é isto. Só morreram seis pessoas à espera de uma ambulância, "qual é a pressa?", como diria o outro que agora se olha ao espelho e se vê com cara de Presidente . Ainda se fosse um badameco qualquer à sopapada dentro do ministério do Galamba na ausência do ministro, aí o caso já piava mais fino e motivava uma saída do velhaco para comunicar um ralhete ao Governo na abertura do telejornal. Isto não é a morte de seis cidadãos, isto é a morte da decência. Da decência em política e da decência em jornalismo.
O Serviço Nacional de Saúde, que o Governo Passos Coelho/ Paulo Portas quer desmantelar, salva vidas a pessoas que, ou por via do dinheiro dos seus impostos ou por via do rendimento do seu trabalho, contribuem para a saúde privada, que o Governo Passos Coelho/ Paulo Portas quer instituir.
“Sorte a deles, que assim têm para onde ir, o Governo ainda não começou a mandar fechar os cemitérios… ainda têm para onde ir… é aproveitar agora para falecer!”