Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

|| Yes, We Can

por josé simões, em 25.05.10

 

 

 

 

«O Presidente norte-americano, Barack Obama, vai enviar mais 1200 soldados para a fronteira com o México para combater a imigração ilegal (…)»

 

Banda sonora do dia:

 

Oh God I am the american dream
I do not think Im too extreme
An Im a handsome sonofabitch
Im gonna get a good job n be real rich

 

(Não, não há nenhum erro na imagem que ilustra o post)

 

(Em stereo)

 

 

 

|| Do desemprego em Cabo Verde e na Ucrânia

por josé simões, em 17.04.09

 

Talvez agora consigam perceber o que Manuela Ferreira Leite quis dizer. A xenofobia e o racismo existem, são reais, mas também têm as costas largas. E a senhora não diz só barbaridades.

 

(Imagem via Archivo Fotografico Fondo Giovanni Bortolotti)

 

Sanções

por josé simões, em 04.02.09

 

 

De estranhar – ou nem por isso – é que para assuntos desta natureza seja necessário haver uma directiva comunitária. Mas tanto melhor. Embora atendendo ao que aí vem de obras públicas, 2 anos para a implementação me pareça um prazo demasiado largo.

 

Inevitavelmente teria de haver um “mas” (para o caso um “pero”), colocado pelos destinatários da medida. Não lhes cheira.

 

(Foto de Bobby Yip/ Reuters via Time)

 

 

Dois mundos

por josé simões, em 22.06.08

 

 

O dos que pagam fortunas, e às vezes com a própria vida, para aceder ao “paraíso europeu”, clandestinamente, dentro de contentores.

 

Os de que pagam fortunas para viver com elevada qualidade de vida no “paraíso europeu”, dentro de contentores.

 

The Container City; London. Informação e foto galeria aqui.

 

 

 

Clandestinos; ilegais; vítimas

por josé simões, em 24.01.08

 

Ainda sou to tempo em que um vulgar estudante português, portador do cartão InterRail, via recusada a entrada em Inglaterra por suspeita de subterfúgio para imigração ilegal. Comigo, pessoalmente, nunca aconteceu, mas tenho amigos que passaram por essa situação. E os que conseguiam entrar – e foi o meu caso uma vez, não em Inglaterra, mas em França – não se livravam de um minucioso interrogatório efectuado pelo guarda fronteiriço; ao que vinham, quanto tempo iam ficar, quanto dinheiro traziam. Note-se: não iam (os) clandestinamente numa barcaça; não iam (os) clandestinamente dentro de um contentor dum camião TIR; iam (os) de InterRail!
 
Vem isto a propósito dos imigrantes clandestinos provenientes de Marrocos que deram à costa na margem sul da West Coast of Europe.
Ouvi nos telejornais, uma advogada de nome Manuela Costa, classificá-los como “vítimas de auxílio à imigração ilegal”; ouvi nos telejornais, um deputado do Bloco de nome José Soeiro, afirmar que repatriá-los significa “devolvê-los à miséria” e deixá-los “à mercê das redes de tráfico e auxílio à imigração ilegal que eles ajudaram a denunciar”.
 
Vítimas? Quais vítimas?
 
O termo vítima vem do latim victimia e victus, vencido, dominado. No sentido original, vítima era a pessoa ou animal sacrificado aos deuses no paganismo. Actualmente, a palavra vítima estende-se por vários sentidos. No sentido geral, vítima é a pessoa que sofre os resultados infelizes dos próprios actos, dos de outrem ou do acaso.
No sentido penal-jurídico-restrito, vítima é a designação do indivíduo que sofre directamente as consequências da violação das leis penais.
No sentido jurídico-penal-amplo, vítima abrange o indivíduo e a sociedade que sofrem directamente as consequências dos crimes.
 
Deram “o salto” à procura de melhores condições de vida; de um futuro melhor. É censurável? Não.
Alguém os meteu à força dentro da barcaça? Não.
Foram enganados; não sabiam ao que vinham; não sabiam as possíveis consequências dos seus actos? Não.
Vítimas dos seus próprios actos.
 
Às malvas o politicamente correcto!
 
Portugal precisa deles; da sua experiência; da sua força de trabalho? Desconheço as suas habilitações, as suas capacidades técnico-profissionais. É discutível. Discutível não é a tomada de posição do Governo. Dar um sinal forte de que Portugal não pactua com este género de situações. Cortar o mal pela raiz para evitar que o Algarve se transforme num porto de acostagem permanente para cayucos. Para ilegais já bastam os que diariamente entram por via terrestre e aérea.
 
Casos com este não são compatíveis com a poesia de Manuela Costa e José Soeiro. Estamos no campo da realidade, e a realidade é dura. Tão dura que até dói.
Como dizia “o outro”: “com a miséria dos outros posso eu bem!”; o “bom coração” de Soeiro quando diz que repatriá-los significa “devolvê-los à miséria”, resolve, temporariamente, a situação destes imigrantes em concreto. Mas resolve a situação de miséria “”, para onde vão ser devolvidos? Ou a solução passa por “venham todos! Fujam à miséria, que nós não vos devolvemos!”?
Bem me queria parecer.
 
Quando Lisboa – como Paris – já estiver a arder, voltamos a abordar casos como este.
 
Adenda: “Vão longe os tempos em que altas figuras do PS (como Vera Jardim, que foi ministro da Justiça) iam para o aeroporto de Lisboa impedir a repatriação de estrangeiros ilegais, em nome dos princípios. Agora, é o governo do PS que, às escondidas, os devolve a Marrocos, invocando a lei e os princípios. Tudo muda na vida.” Francisco José Viegas, na versão Correio da Manhã.
 
(Foto roubada ao New York Times)