"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
No semáforo do cruzamento da avenida do Brasil com a avenida de Roma, em Lisboa, costumam estar uns pobres diabos a lavar os pára-brisas aos carros enquanto o vermelho não passa a verde. Moram na casa mesmo em frente.
«Cruce de superhombre y bufón, el caudillo hace y deshace a su antojo, inspirado por Dios o por una ideología en la que casi siempre se confunden el socialismo y el fascismo —dos formas de estatismo y colectivismo— y se comunica directamente con su pueblo, a través de la demagogia, la retórica y espectáculos multitudinarios y pasionales de entraña mágico-religiosa.»
E o Correio da Manhã, o Público e o i porque as jornalistas na redacção estavam menstruadas, ao passo que o A Bola, o Record e o O Jogo porque o Benfica jogava para a Liga Europa com o Bordéus.
Continua a haver espaço na blogosfera para todos os palermas que saibam conjugar um verbo no presente do indicativo.
Hugo Chávez encerrou órgãos de comunicação social que não lhe eram favoráveis; Hugo Chávez era amigo do louco que governa o Irão; Hugo Chávez expulsou da Venezuela activistas de organizações não governamentais, como por exemplo a Human Rights Watch; Hugo Chávez criou uma Lei Orgânica da Educação de forma a doutrinar ideologicamente as novas gerações; Hugo Chávez era amigo do louco e ditador que governou a Líbia; Hugo Chávez censurou programas de televisão, coisas tão simples e banais como os Simpsons ou Family Guy; Hugo Chávez fechou os olhos à criação de milícias e grupos paramilitares que, com a capa do combate à criminalidade, perseguiam os opositores políticos; Hugo Chávez alterou a constituição para se manter eternamente no poder. E podíamos continuar.
Vale tudo, em nome do povo contra o capitalismo e o imperialismo? Não, não vale, sob o risco de ficarmos iguais ou ainda piores que aqueles que combatemos.
Recandidato nas presidenciais de Outubro oferece, a expensas do erário público, uma casa à seguidora 3 milhões da conta pessoal no Twitter, chave na mão pelo ministro da Defesa. Não é Jardinismo, é Socialismo Bolivariano.
"Die Religion Sie ist das Opium des Volkes" [A Religião é o Ópio do Povo], Karl Marx dixit @ Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. Karl Marx que não viveu o tempo suficiente para constatar que o Comunismo é ele próprio uma Religião. Nem para assistir à simbiose entre o Comunismo e a Religião e ao mimetismo dos líderes com o Estado. Devastador.
Ben Ali e Mubarak tinham assento e acento na Internacional Socialista, a Líbia pertencia ao Conselho para os Direitos Humanos da ONU, o Irão, a Mauritânia e a Libéria, entre outros, pertencem à Comissão da Condição da Mulher também da ONU:
Que este modelo de desenvolvimento não é ambientalmente sustentável, que mais tarde ou mais cedo vamos todos, desenvolvidos, em vias de, e subdesenvolvidos (principalmente estes) pagar pela irresponsabilidade do desordenamento do território e pelo saque dos recursos naturais promovidos pelo crescimento a qualquer preço, e que vamos deixar uma herança negra aos nossos descendentes? Não vejo o que é o senhor possa, desta vez, ter dito assim de tão absurdo. Às vezes até os loucos têm momentos de lucidez. O Público falhou redondamente: