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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

A coreografia ensaiada

por josé simões, em 24.10.22

 

Thomas Peter - Reuters.jpg

 

 

Três dias passados e continuam com "o que é que aconteceu, que coisa foi aquela no congresso do Parido Comunista Chinês?". Se o camarada Hu Jintao podia ter sido impedido de se sentar na tribuna antes da abertura da sessão, tirar a respectiva cadeira, compor o cenário, evitar toda a coreografia que se lhe seguiu, alegando posteriormente que a sua ausência se deveu a inesperados problemas de saúde? Podia, mas não era a mesma coisa, não tinha o mesmo efeito coreográfico. O que o camarada Xi quis passar para o mundo e para dentro do comité central, não obrigatoriamente por esta ordem e já que as imagens não passaram oficialmente dentro de portas, foi que quem manda ali é ele, que não restem quaisquer dúvidas, e que até se pode dar ao luxo de humilhar publicamente um camarada com provas dadas, ex secretário-geral do partido e ex presidente do país, um pouco à imagem do que acontecia com a exposição dos elementos "contra-revolucionários" e "desvios de direita" nas praças públicas pelos Guardas Vermelhos durante a Revolução Cultural, foi um aviso por antecipação. Voltando ao início, três dias passados e continuam com "o que é que aconteceu, que coisa foi aquela no congresso do Parido Comunista Chinês?" e quer-me parecer que vão continuar por muito mais tempo, para grande frustração do camarada Xi que nem com um desenho lhes conseguiu explicar.

 

[Link na imagem "Attendants serve tea for the delegates before the opening ceremony. Thomas Peter/Reuters" ]

 

 

 

 

|| Façam favor de se dobrar (*)

por josé simões, em 05.11.10

 

 

 

 

 

Sobre as deformações da coluna vertebral do Governo, vulgo realpolitik, já não há muito mais para dizer (e escrever) depois do apoio dado ao egípcio anti-semita e queimador de livros, Farouk Hosni, na eleição para o cargo de director-geral da UNESCO. Portanto, ninguém se admire se quando amanhã Hu Jintao aterrar em Lisboa com as malas cheias de yuans, à frente da junta chinesa para a salvação da economia nacional, o ministro Luís Amado aparecer a dizer «lo inoportuno que seria (la presencia de Portugal en el) al acto de entrega del galardón».

 

Doutras colunas vertebrais deformadas, também ninguém se admire que o que antes era ingerência externa na política interna de um país soberano deixe agora de o ser, idem as “pressões económicas”, e que o princípio do “poder económico submetido ao poder político” seja mandado às malvas com éme grande.

 

(Título roubado ao Inimigo Público)

 

 

 

 

 

 

|| Uma questão de guerras

por josé simões, em 28.10.10

 

 

 

 

 

Longe de mim pensar que o apoio de Portugal ao fim do embargo europeu de venda de armas à China possa estar relacionado com a notícia hoje avançada de que a China pondera comprar a dívida pública portuguesa. Nada disso. Só falei nisto por achar “engraçado” que, para a China, a Guerra Fria tenha começado em… 1989. (E que as contas até possam estar certas...).

 

(Imagem)