"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Podia a MEO fazer um comercial "espírito natalício" com uma família muçulmana, a filha a ser repreendida pelo pai por posar sem véu, a família falhar a festa da escola por motivos alheios, chegar no varrer da sala e ter o rebento à guarda de uma família "ocidental" que até partilha no grupo WhatsApp a representação a que os pais não assistiram? Poder podia, mas não era a mesma coisa. Porque era a islamofobia, o desrespeito pela diferença, que o multiculturalismo é bilhete só de ida. A propalada degradação da civilização ocidental começa precisamente aqui, na cedência sem retorno e da culpa interiorizada.
[Imagem de autor desconhecido]
O pormenor de um lado ser o pai que repreende e do outro ser a mãe que condescende é todo um programa.
Nos 50 anos da Barbie, 500 delas vão a leilão beneficente no salão Cinquecento do Palazzo Vecchio em Florença vestidas, literalmente dos pés à cabeça, pela artista italiana Eliana Lorena.
“Leike Goikoetxea foi tirar o bilhete de identidade no dia 29 de Maio, na esquadra de um bairro de Bilbau, mas teve de voltar para trás porque a polícia não aceitou a sua fotografia. O motivo foi aparecer nela a usar o hijab, o véu islâmico.
Na altura, esta muçulmana basca, casada com um bangladeshiano, alegou que a polícia estava a violar a lei, noticiou um artigo do El Mundo. O agente pediu-lhe, então, um documento a certificar que era muçulmana e ela respondeu que isso era uma violação à liberdade religiosa. Ele replicou que se houvesse liberdade ela não teria de usar aquele véu.” (Quem fala assim, não é gago!)
Lê-se no Diário de Notícias de hoje. O parêntesis é meu.