Fim-de-semana
Este fim-de-semana foi assim.
Saudade ~ Heróis do Mar
[7" vinyl]
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Este fim-de-semana foi assim.
Saudade ~ Heróis do Mar
[7" vinyl]
[Heróis do Mar interpretam Alegria no programa "Presidenciais 1986" na RTP 1]
Este fim-de-semana foi assim.
Paixão – Heróis do Mar
(7” vinyl)
Este fim-de-semana foi assim.
Alegria – Heróis do Mar
(Vinyl 7”)
Por eles
A propósito da estreia do documentário sobre os Heróis do Mar, Brava Dança, de Jorge Pires e José Pinheiro:
Escola Comercial e Industrial de Setúbal – actual Sebastião da Gama, ano de 1978.
Pela primeira vez a Direcção da Associação de Estudantes foi ganha por uma lista à direita do PC. Afecta à Juventude Socialista, a Lista B ganha a direcção por 12 votos, numa eleições disputadíssimas, com direito a transmissão do escrutínio em directo pela rádio da escola.
A Jota do PS, apesar de ganhar a Direcção, manteve a equipe que assegurava a programação da rádio escolar, integralmente afecta ao PC. Manteve a programação que, começava todos os dias com o hino da Internacional Comunista e, prosseguia ao longo do dia entre música popular e/ ou de intervenção e rock da altura: Pink Floyd, Génesis, Van Der Graf Generation, Yes, algum Deep Purple ou Led Zeppelin, Doors, Rolling Stones e afins.
Nesse mesmo ano e organizado pela secção Desportiva da AE, concerto dos Faíscas no refeitório da escola; sábado à tarde – preço do bilhete: 50 escudos.
Refeitório à pinha. Chegam os homens, sem roadies, com o PA às costas – literalmente – e começa o concerto, com o sound check em directo e ao vivo.
Músicas dos Stooges, Elvis Presley versão punk, algum Sex Pistols e afins. Um mosh do caraças!
O Repolho, delinquente sobejamente conhecido na cidade (espécie de punk avant-garde), a meio do concerto descalça uma bota da tropa e lança-a com todas as suas forças na direcção do palco.
Resultado: Paulo Pedro Gonçalves com o nariz partido e End of the Show.
Cidade de Setúbal, ano de 1981.
Concerto dos Heróis do Mar na Praça do Bocage. Entrada 200 escudos.
Praça do Bocage cheia que nem um ovo; a rebentar pelas costuras como só havia acontecido nos comícios da candidatura de Otelo Saraiva de Carvalho à presidência da República.
Os homens entram em palco fardados, numa posse marcial-futurista, mais bandeiras com a cruz de Cristo e o diabo a sete. Ataque forte à audiência com Brava Dança dos Heróis, acompanhados de uma secção de metais poderosa, onde se destacava Tomás Pimentel.
Delírio! Praça do Bocage ao rubro com uma audiência que, arrisco apostar, o mais velho deveria ter 21/ 22 anos. Estava ganha a partida, num dos concertos mais memoráveis a que a cidade assistiu.
Anos mais tarde (muitos) Pedro Ayres de Magalhães em entrevista a um jornal, disse mais ou menos isto: “O concerto que mais nos marcou (Heróis do Mar) foi o de Setúbal. Éramos apelidados de fascistas e Setúbal era cidade vermelha; estávamos com medo. Muito medo. Não sabíamos como é que as pessoas iam reagir. No final do concerto descobrimos que as coisas estavam a mudar em Portugal!”
O autor deste texto e, dono deste blogue, esteve nos dois concertos.
É hoje o dia! Num cinema perto de si...
"Dos fracos,
Não reza a História,
Cantemos alto,
Nossa Vitória!"