"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
E uma vez que não podemos [conseguimos?] pensar em duas ou mais coisas ao mesmo tempo e uma vez que o tempo das presidenciais não é o tempo das legislativas e uma vez que e que não se deve falar em presidenciais antes das legislativas, uma regra definida por alguém que não se sabe quem e cumprida por [quase] todos, e uma vez que atrás dos tempos vêm tempos e outros tempos hão-de vir, visto daqui, a minha dúvida é se Henrique Neto e Maria de Belém Roseira, Sampaio da Nóvoa não sei porque em princípio não anda metido nestas alhadas dos clãs partidários, vão votar no Partido Socialista nas legislativas de 4 de Outubro ou antes pelo contrário, e daí o não se poder falar das presidenciais antes das legislativas, não vão os sujeitos aproveitar o tempo de antena para apelar ao voto em sabe-se lá quem, ou mesmo apelando ao voto no Partido Socialista as pessoas acabem por não votar no Partido Socialista por anti-corpos com os candidatos e confundidas com quem vai a votos, se Henrique Neto, se Maria de Belém Roseira, se António Costa e o Partido Socialista, já que não conseguem [podem?] pensar em duas ou mais coisas ao mesmo tempo. Coitadas.
E isto dos tempos eleitorais é, como sói dizer-se, conversa de ir ao cu, infantilizar o eleitor.
Lobby do nuclear à parte, isso são outros 500, esta frase resume na perfeição a anedota do que é, na generalidade, o investimento e a iniciativa privada em Portugal e o papel do Estado na economia, deste Estado, com estes protagonistas, paladinos da livre iniciativa privada e da liberalização e desregulação total:
Um Governo que emana duma maioria no Parlamento, eleita pelos cidadãos, com base na mentira e na deturpação da verdade, em eleições livres e democráticas, para defender interesses privados contra interesses privados em prejuízo da economia e dos cidadãos. Ninguém diria…
«Repare, você e eu, se tivéssemos influência política podíamos comprar o Pavilhão Atlântico, claro, desde que fossemos à Caixa Geral de Depósitos ou a um outro banco do regime, e nos dessem 20 milhões, nós dávamos como garantia o próprio Pavilhão Atlântico» A partir do minuto 11:40.
Trinta e oito – 38 – trinta e oito anos passados sobre a revolução do dia 25 de Abril de 1974.