Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

||| Chego até a ficar comovido

por josé simões, em 09.11.13

 

 

 

Muito mais impressionante do que o saco de vacuidades, banalidades, lugares-comuns e falta de rigor, que dá pelo nome de Guião para a Reforma do Estado, é o espírito de missão e sacrifício, a capacidade de sofrimento dos aios, escudeiros e cavaleiros da maioria, todos os dias a todas as horas na comunicação social, para apresentar como ouro um monte de esterco ideológico, que não é Guião coisíssima nenhuma, que não se propõe reformar coisíssima nenhuma, que não é base de trabalho coisíssima nenhuma, quanto muito um programa eleitoral para uma hipotética AD 2.0.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

||| Desde Outubro de 1978

por josé simões, em 08.11.13

 

 

 

«O vice-primeiro-ministro evita assim, para já, confrontar-se com uma provável barreira do PS a qualquer compromisso com o Governo sobre a reforma do Estado, já que António José Seguro se mostrou indisponível para se sentar à mesa das negociações. Por outro lado, entre os centristas acredita-se que a UGT tem, neste momento, uma posição mais moderada do que o próprio PS.»

 

 

Podíamos interrogar-nos da legitimidade de um sindicato sem implantação no terreno ou qualquer género de influência que não em alguns sectores dos serviços, ligados aos bancos e às seguradoras, para assinar e fazer valer concertações sociais e códigos do trabalho, minudências. Se por um lado a CGTP aparece como correia de transmissão das decisões do Comité Central do PCP, a UGT com o seu sindicalismo de homenzinho muito responsável e bem comportado e prenhe de “sentido de Estado”, desde os célebres brindes com cálices de Porto, entre Torres Couto e o senhor Silva primeiro-ministro, até á concertação social assinada por João Proença e Pedro Passos Coelho, dispensa adjectivos já que é muito substantiva.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| Descubra as diferenças

por josé simões, em 04.11.13

 

 

 

«Como o exemplo deve vir de cima o documento prevê algumas reformas dos ministérios […] uma integração gradual e respeitando especificidades das funções jurídicas e contenciosas dos ministérios, o Estado precisa de se capacitar juridicamente para defender o interesse público e não deve recorrer ao outsourcing, não deve ir buscar fora do Estado a qualidade jurídica para defender o interesse público, pode e deve fazê-lo a partir de uma agregação de departamentos de contencioso e departamentos jurídicos que existem nos vários ministérios, ganhando escala, ganhando recursos» [Apresentação do Guião para a Reforma do Estado, partir do minuto 20:08]

 

 

«Governo bate recorde em gastos com escritórios de advogados.

 

[…] os vários organismos da administração central, local e regional assumiram encargos de 33,3 milhões de euros em 859 contratos de aquisição de serviços externos de consultoria/ assessoria jurídica entre 2011 e 30 de Outubro deste ano.»

 

 

 

 

 

 

|| Um manto de vacuidades, banalidades e lugares comuns

por josé simões, em 30.10.13

 

 

 

A embrulhar a desresponsabilização total do Estado, via entrega a privados, daquelas que são as suas funções base e essenciais, escrito em Arial 16, com 3 toques na tecla de espaço entre cada linha, para preencher 112 páginas com aquilo que cabia em 30 [elucidativa a ideia subjacente do calhamaço cheio de rococós e vazio contraponto ao minimal directo e com substância, muita parra pouca uva, vox pop], pela mão do mais oco protagonista político de que há memória que, acossado por todos os flancos, obrigado a dar, por uma vez na vida, a cara, desresponsabiliza para canto na esperança de que o ruído criado lhe permita sair de mansinho debaixo do foco dos holofotes e regressar aquilo que melhor sabe fazer: manobrar e intrigar na penumbra do backstage. O Principio de Peter em todo o seu esplendor.

 

[Imagem de autor desconhecido]