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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

||| 13 de agosto de 1961

por josé simões, em 13.08.15

 

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[Imagem]

 

 

 

 

||| Quinta-feira o Avante! explica

por josé simões, em 23.03.15

 

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«During the Cold War, escape attempts from East Germany were thoroughly reenacted and photographed by the Ministry for State Security


The Stasi was known for its widespread spying on the population of East Germany and turning family members into informants against relatives.


In addition to spying, escape attempts from East into West were thoroughly documented in written reports and in photographs — often restaged with participation by the actual escapee after they were caught.»

 

 

 

||| Saudades da Guerra Fria

por josé simões, em 22.04.14

 

 

||| Foi no dia de hoje

por josé simões, em 09.11.13

 

 

 

E deu em directo na MTV.

 

 

 

 

 

 

|| Praga, 21 de Agosto de 1968

por josé simões, em 21.08.12

 

 

 

[Imagem Ladislav Bielik, The End of the Prague Spring]

 

 

 

 

 

 

|| 13 de Agosto de 1961

por josé simões, em 13.08.12

 

 

 

[Imagem "Brandenburg Gate" by Mark G. Anstending]

 

 

 

 

 

 

|| “A solução não é muito linda, mas mil vezes melhor do que uma guerra”, John F. Kennedy

por josé simões, em 13.08.11

 

 

 

|| Da série “Noticias que não saem no Avante!”

por josé simões, em 22.07.10

 

 

 

Faz hoje 40 anos que Bernard Becker foi libertado duma prisão de alta segurança da Stasi (a polícia política da ex-RDA) onde passou quase dois anos acusado de distribuição de propaganda subversiva.

 

How i survived na East German prision

 

(Imagem)

 

 

 

 

 

|| O vómito

por josé simões, em 12.11.09

 

 

 

«a burguesia alemã que ao longo da História tem recorrido sistematicamente ao militarismo, ao assassínio de democratas e revolucionários, ao trabalho escravo, inventou a industrialização da morte e o extermínio em massa nas câmaras de gás»

 

(Imagem de Jan van de Velde via Welcome Library)

 

Adenda: Fui tomado por um sentimento de nojo e repulsa e não consegui ler mais que o parágrafo transcrito.

 

 

 

|| 13 de Agosto de 1961 – 9 de Novembro de 1989

por josé simões, em 09.11.09

 

 

 

Dois cidadãos acenam à família do outro lado do muro no Natal de 1961.

Imagem de Lon Herschtritt.

 

 

 

|| Mil maneiras de fugir do socialismo real

por josé simões, em 07.11.09

 

 

 

De 1961 a 1989 mais de 150.000 alemães orientais arriscaram as suas vidas na tentativa de fugir da RDA e 800 morreram.

 

(As primeiras fugas ocorreram na Bernauerstrasse, a rua onde as fachadas dos edifícios marcavam a separação entre o este e o oeste, em Agosto de 1961 nos primeiros dias a seguir à separação. Imagem via Landesarchiv Berlin)

 

 

 

|| Berlim 1989

por josé simões, em 05.11.09

 

 

 

O Muro, Imagens, Testemunhos, de 1949 a 1989. Dossier completo.

 

 

 

Os Gigantones. Ou como se diz aqui a Sul: Os Cabeçudos

por josé simões, em 12.01.09

 

 

Nos tempos da Guerra-Fria volta e meia também aconteciam as manifs - convocadas pelos diversos Conselhos para a Paz e Cooperação -, pelo desarmamento, e onde se gritavam palavras de ordem contra o único imperialismo mau no planeta e arredores: o amaricano (com a). São os mesmos de agora. Alguns mais velhos, outros mais novos. O X Factor é que mudou. Ou nem tanto.

 

(Foto daqui)

 

 

 

Ainda há quem aposte em distorcer e moldar a História (XII)

por josé simões, em 07.09.07
“Esta guerra não é como as do passado. Quem quer que ocupe um território logo lhe impõe o seu próprio sistema social. Todos impõem o seu sistema até onde puderem ir os seus exércitos. Não pode ser de outra maneira.”
 
In: Conversas com Estaline de Milovan Djilas.
A propósito desta interpretação simplista da história por Correia da Fonseca, para consumo interno no Partido, e, perdoem-me a expressão, mas é mesmo disso que se trata – doutrinar as camadas da sociedade mais ignorantes dos factos e acontecimentos da nossa história recente – vou aqui recuperar alguns excertos de um trabalho de Tony Judt. Pela sua extensão será publicado em vários posts.
 
Tony Judt, britânico, formado em Cambridge e na École Normale Supérieure, professor de História em Cambridge, Oxford e na Universidade de Berkeley, leccionando actualmente na Universidade de Nova Iorque a cadeira de Estudos Europeus, colunista na New York Review of Books, Times Literary Supplement, The New Republic, entre outros, escreve na sua obra Pós-Guerra – História da Europa desde 1945, editada em Portugal pelas edições 70, a propósito da divisão da Alemanha em dois estados (décimo segundo e último post):
 
O Muro de Berlim
 
Oficialmente, o Ocidente ficou horrorizado. Durante três dias, em Outubro de 1961, os tanques soviéticos e os tanques americanos estavam frente a frente nos pontos de passagem que separavam as respectivas zonas – umas das poucas ligações que restavam entre eles –, enquanto as autoridades da Alemanha de Leste testavam a vontade das potências ocidentais para afirmarem e defenderem a manutenção do seu direito de acesso à zona oriental, como estipulava o acordo original entre as quatro potências. Perante a intransigência do comandante local americano, que recusou reconhecer qualquer direito leste-alemão de impedir os movimentos aliados, os Soviéticos admitiram com relutância que tinha razão. Durante os 30 anos seguintes as quatro potências ocupantes permaneceram no local, embora ambos os lados tivessem concedido a administração efectiva das suas respectivas zonas de controlo às autoridades alemãs locais.
Nos bastidores, muitos líderes ocidentais ficaram secretamente aliviados com o surgimento do muro. Durante três anos Berlim ameaçara ser o rastilho de um confronto internacional, tal como sucedera em 1948. Kennedy e outros líderes ocidentais concordaram em privado que um muro a dividir Berlim era um resultado muito melhor do que uma guerra. Independentemente do que se dissesse em público, poucos políticos ocidentais podiam seriamente imaginar pedir aos seus soldados para «morrerem por Berlim». Como Dean Rusk (o secretário de estado de Kennedy) disse com serenidade, o muro tinha a sua utilidade: «em termos realistas, é provável que torne mais fácil um acordo sobre Berlim».
O resultado da crise de Berlim mostrou que as duas grandes potências tinham mais em comum do que era por vezes reconhecido. Se Moscovo decidiu não levantar mais a questão do estatuto dos Aliados em Berlim, Washington aceitaria a realidade do governo da Alemanha de Leste e iria resistir à pressão da Alemanha Ocidental para possuir armamento nuclear. Ambos os lados estavam interessados na estabilidade da Europa Central, mas, mais importante, tanto os Estados Unidos como a URSS estavam cansados de responder às exigências e às queixas dos seus clientes alemães respectivos. A primeira década da Guerra Fria deu aos líderes alemães dos dois lados do muro uma influência sem precedentes sobre os seus patronos de Washington e Moscovo. Receosos de perderem a credibilidade junto dos «seus» Alemães, as grandes potências permitiram que Adenauer e Ulbritch os chantageassem de forma a «manterem-se firmes».
Moscovo, que, como já vimos, nunca pretendera criar um Estado cliente na zona oriental da Alemanha que ocupava, mas que se decidira por essa alternativa, dedicou esforços desmesurados para apoiar um regime comunista, fraco e detestado em Berlim. Os comunistas leste-alemães, por seu lado, estavam, sempre meio receosos de que os seus patronos soviéticos os traíssem. Por isso, o muro deu-lhes alguma segurança, embora se sentissem desapontados com a recusa de Kruschev, depois a barreira ter sido erguida, em manter a pressão para que fosse assinado o tratado de paz. Quanto a Bona, o receio permanente era que os «Amis» (Americanos) simplesmente se levantassem e fossem embora. Washington nunca se poupou a esforços para garantir a Bona que tinha o apoio firme da América, mas depois da construção do muro, a que os Americanos claramente aquiesceram, a ansiedade dos Alemães Ocidentais apenas podia aumentar. Daí as promessas reiteradas por parte de Washington, depois de erguido o muro, de que os Estados Unidos nunca deixariam a sua zona, as quais constituíram a base da famosa declaração de Kennedy «Ich bin ein Berliner» (sic) (Eu sou um Berlinense), em Junho de 1963. Com 250 000 efectivos militares na Europa em 1963, era claro que os Americanos, tal como os Russos, estavam ali para ficar." (Fim)

Ainda há quem aposte em distorcer e moldar a História (XI)

por josé simões, em 06.09.07
 
“Esta guerra não é como as do passado. Quem quer que ocupe um território logo lhe impõe o seu próprio sistema social. Todos impõem o seu sistema até onde puderem ir os seus exércitos. Não pode ser de outra maneira.”
 
In: Conversas com Estaline de Milovan Djilas.
A propósito desta interpretação simplista da história por Correia da Fonseca, para consumo interno no Partido, e, perdoem-me a expressão, mas é mesmo disso que se trata – doutrinar as camadas da sociedade mais ignorantes dos factos e acontecimentos da nossa história recente – vou aqui recuperar alguns excertos de um trabalho de Tony Judt. Pela sua extensão será publicado em vários posts.
 
Tony Judt, britânico, formado em Cambridge e na École Normale Supérieure, professor de História em Cambridge, Oxford e na Universidade de Berkeley, leccionando actualmente na Universidade de Nova Iorque a cadeira de Estudos Europeus, colunista na New York Review of Books, Times Literary Supplement, The New Republic, entre outros, escreve na sua obra Pós-Guerra – História da Europa desde 1945, editada em Portugal pelas edições 70, a propósito da divisão da Alemanha em dois estados (décimo primeiro post):
 
O Muro de Berlim
 
"O ultimato de Kruschev em Junho de 1961 foi entregue numa cimeira realizada em Viena com John F. Kennedy, o novo presidente americano. A última cimeira do género entre Kruschev e Eisenhower, em Maio de 1960, fora interrompida quando os soviéticos abateram o U-2 pilotado por Gary Powers, da Força Aérea dos Estados Unidos, e os americanos reconheceram com relutância que vinham efectuando voos de espionagem a grande altitude (tendo negado de início qualquer conhecimento da matéria). Nas suas conversas com Kennedy, Kruschev ameaçou «liquidar» os direitos ocidentais em Berlim se não houvesse acordo até ao final do ano.
Em público, Kennedy assumiu uma atitude dura, tal como Eisenhower antes dele, insistindo que o Ocidente nunca deixaria de cumprir os seus compromissos. Washington defendia os seus direitos, que decorriam dos acordos de Postdam, e aumentava o seu orçamento de defesa especificamente para apoiar a presença militar dos Estados unidos na Alemanha. Todavia, em privado, os Estados Unidos eram muito mais conciliadores. Os Americanos, ao contrário dos Alemães Ocidentais, aceitavam a realidade de um Estado leste-alemão e compreendiam a ansiedade dos Soviéticos com o tom agressivo dos recentes discursos de Adenauer e, sobretudo, do seu ministro da Defesa Franz Josef Strauss. Algo tinha de ser feito para que a situação na Alemanha avançasse. Como Eisenhower disse a McMillan, em 28 de Março de 1960, o Ocidente não podia «realmente permitir-se ficar dependente de uma questão menor durante 50 anos». Com uma disposição de espírito semelhante, Kennedy garantiu a Kruschev, em Viena, que os Estados Unidos não «desejavam actuar de um modo que privasse a União Soviética dos seus laços com a Europa de Leste», o reconhecimento velado de que os Russos podiam manter o que tinham, incluindo a zona oriental da Alemanha e os antigos territórios da Alemanha agora na posse da Polónia, da Checoslováquia e da União Soviética.
 
(A observação de Kennedy não só era confidencial naquela altura, como nem sequer foi incluída nos documentos da cimeira quando foram publicados 30 anos mais tarde.)
 
Pouco depois de Kennedy ter regressado a Washington, as autoridades da Alemanha de Leste começaram a impor restrições aos que queriam emigrar. Numa resposta imediata, o presidente dos Estados Unidos reafirmou publicamente o compromisso do Ocidente para com Berlim Ocidental, admitindo assim implicitamente que a metade oriental da cidade pertencia à esfera de influência da União Soviética. O êxodo através de Berlim aumentou mais do que nunca: 30 415 pessoas partiram para o Ocidente em Julho, no fim da primeira semana de Agosto de 1961 mais 21 828 tinham seguido os seus passos, metade dos quais tinha menos de 25 anos de idade. A este ritmo a República Democrática Alemã em breve estaria sem ninguém.
A resposta de Kruschev foi cortar o nó górdio de Berlim. Depois de os ministros dos Negócios Estrangeiros aliados, numa reunião em Paris, a 6 de Agosto, terem rejeitado mais uma nota que ameaçava com um tratado de paz separado com a RDA, se não fosse alcançado um acordo, Moscovo autorizou os Alemães de Leste a traçar literalmente uma linha que separasse os dois lados de uma vez para sempre. Em 19 de Agosto de 1961, as autoridades de Berlim Leste puseram soldados e trabalhadores a construir uma divisória através da cidade. Em três dias foi erguido um muro grosseiro, suficiente para impedir movimentos ocasionais entre as duas metades de Berlim. Nas semanas seguintes, foi elevado e fortificado. Foram acrescentados projectores, arame farpado e postos de guarda. As portas e janelas dos edifícios que confinavam com o muro foram inicialmente bloqueadas e depois muradas. As ruas e as praças foram cortadas ao meio e todas as vias de comunicação que atravessavam a cidade dividida foram sujeitas a um policiamento apertado ou completamente suprimidas. Berlim tinha o seu muro." (Continua)