"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Paulo Núncio fez saber a honra que o enche ter sido "hoje eleito Líder do Grupo Parlamentar" do CDS/ PP, grupo parlamentar constituído por dois deputados, ele próprio e o líder, o líder que daqui a nada vai sair para ocupar uma pasta no Governo, sendo substituído pelo nome a seguir na lista que foi a votos no passado dia 10 de Março, sendo que o deputado que vai integrar o grupo parlamentar em substituição do líder não foi tido nem achado na escolha da liderança. Fazemos votos que pelo menos a eleição tenha sido por voto secreto.
Fazendo a gente que acredita que a bancada parlamentar do PSD reagiu «com incómodo à iniciativa do Governo que reduz de 20 para 12 dias por ano de trabalho a compensação a pagar aos trabalhadores que sejam despedidos», há aqui uma inversão dos papéis. É que os cidadãos não elegem governos que fiscalizam parlamentos, elegem deputados, candidatos por partidos políticos, que formam grupos parlamentares, que fiscalizam a acção governativa. Se os parlamentares do PSD não têm espinha dorsal para votar contra leis do Governo que ofendem os seus princípios enquanto deputados eleitos, que tenham espinha dorsal para se demitirem quando se sentem violentados nos seus princípios pelas leis do Governo que suportam. É o mínimo dos mínimos.