|| If you pay peanuts, you get monkeys
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O que Alexandre Soares dos Santos se esquecia de responder, na pergunta que lhe era feita no Negócios da Semana na SIC Notícias, respondia José Gomes Ferreira por ele.
Que a Esquerda ficou furiosa e revoltada pelas pessoas terem podido comprar produtos a baixo preço, que se fosse o Estado a financiar o desconto de 50% a Esquerda já não protestava, foram só alguns dos argumentos lidos no Twitter e nos blogues da causa. Pois. Sem tirar nem pôr, a questão é mesmo essa.
O que Alexandre Soares dos Santos fez, além do inestimável serviço que prestou ao Governo na questão dos feriados, foi sublinhar, em tempo de recessão e da austeridade mais austera de que há memória, o modelo de despesa das famílias, desde que a Sonae abriu o primeiro hipermercado já lá vão mais de uma vintena de anos ["isto não é um país, é uma grande superfície"], e deixar bons indicadores para o "riot spirit", latente, e que não estamos assim tão longe de Londres 2011 como possa parecer. Coisa aliás que o Grupo Jerónimo Martins deve saber melhor que ninguém, ou pelo menos devia, dado que até tem um senador 'sociólogo' da Nação assalariado.
Depois, se acontecer, a culpa é da Esquerda que atiça, espoleta, e explora o descontentamento das populações, que a Direita, essa, é ordeira e respeitadora da ordem instituída, além de avessa a estas coisas da causa-efeito.
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Está bem que a gente podia perguntar, já que excluído parece estar o parar para pensar, porque é que o Grupo Jerónimo Martins decidiu fazer uma campanha promocional no dia 1.º de Maio e não no dia 30 de Abril ou no dia 2 de Maio ou até no dia 25 de Abril ou no domingo de Páscoa. Podia. Pretérito imperfeito do verbo poder. E se calhar até levava como resposta, e com ar sério, ar de sentido de Estado, que é para comemorar o Dia do Trabalhador.
Nunca o lugar comum "temos aquilo que merecemos" fez tanto sentido como hoje, dia 1 de Maio do Ano da Graça de 2012.
[Imagem fanada aqui]