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Residents of Masiphumelele set up burning barricades amidst an ongoing strike by taxi operators against traffic authorities in Cape Town, South Africa, August 8. Reuters/ Nic Bothma
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Residents of Masiphumelele set up burning barricades amidst an ongoing strike by taxi operators against traffic authorities in Cape Town, South Africa, August 8. Reuters/ Nic Bothma
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A páginas tantas na entrevista Marcelo começa a discorrer sobre a greve dos stores "ao lado dos sindicatos clássicos, apareceram novos tipos de sindicatos...", "como o STOP, por exemplo", voz de António José Teixeira, "por exemplo transversais... [sorriso de orelha a orelha] que cobrem todos os que trabalham na escola e não apenas os professores... [sorriso de orelha a orelha outra vez, "estão a ver como eu sou um génio iluminado?"] isto é uma realidade completamente nova, e as confederações sindicais como as patronais estão há muitos anos a serem ultrapassados por esta realidade" [minuto 14:40].
Estão há tantos anos a serem ultrapassados que desde o sindicalismo democrático, surgido da revolução de Abril, existe uma coisa chamada Contrato Colectivo Vertical, que se aplica a todos os colaboradores trabalhadores de uma determinada actividade económica, por exemplo o trabalhadores rodoviários, para fins de contratação entendem-se como tal não só os motoristas, como também os mecânicos, os empregados administrativos, os empregados de limpeza, os empregados dos refeitórios, etc, etc, que trabalhem numa mesma empresa do ramo. A novidade aqui, no caso STOP, é ser um sindicato saído da escola marxista-leninista da reivindicação de massas, malgré o comissário Nogueira na Fenprof, e onde o tradicional primus inter pares, em vigor nas escolas, foi deixado cair.
[Imagem de Otto Stupakoff]
STOP vai reunir comissões de greve para decidir como lidar com serviços mínimos
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As coisas funcionam assim: os pais trabalham e no horário de trabalho dos pais os filhos estão na escola, e mesmo para aqueles pais que trabalham a partir de casa este princípio é válido. E é assim em todo o mundo, desde sempre, até porque o horário dos professores é o horário de trabalho dos pais professores e dos filhos dos professores. E por isso ver nas televisões e nas redes professores irados que "a escola não é um depósito de crianças" é não ter noção de nada, arrogância e falta de respeito pelo trabalho dos outros, gozar com o pagode, ou, na pior das hipóteses, os stores serem versados na Lição de Salazar onde o pai regressava do trabalho para alegremente ser recebido pela criançada que tinha ficado em casa à guarda da mãe, empenhada nas tarefas domésticas, cuidar dos petizes, e onde o direito à greve terminava na PIDE ou com umas cacetadas da GNR no lombo. E isto nem sequer tem nada a ver com greves, direitos à greve, justeza de greves, mas com educação e respeito pelos outros cidadãos.
Pamphlets and newspapers are distributed at a picket line outside Waterloo Station. [Ben Stansall/ AFP]
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A Kellogg's worker on strike last night in Omaha, Nebraska
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Dar mau nome aos sindicatos e ao sindicalismo; dar argumentos à direita do "partir a espinha aos sindicatos" e dos limites à Lei da Greve; fazer os do negócio da saúde sairem do buraco a clamar pelo regresso das PPP da "lei e da ordem" nos serviços e no atendimento; meter a população contra os profissionais de saúde e contra os sindicatos, não necessariamente por esta ordem, cada uma por si ou todas em conjunto.
"É de lamentar esta situação, sendo o Hospital de Braga um hospital de referência na epidemia do coronavírus. Pensamos que o Governo e a própria administração do hospital deveriam ter sido mais céleres e ter procurado a solução do problema, no sentido de evitar esta greve"
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Os "dois pesos e as duas medidas do Governo", segundo o secretário-geral vitalício da FESAP [a partir do minuto 08:25], com o referencial de 2,7% para o sector privado e o "ofensivo" 0.3% para a Administração Pública, como se estivéssemos todos esquecidos do tempo em que toda a gente, jornalistas, comentadeiros e fazedores de opinião, dizia que como referencial para o sector privado valia o número avançado pelo Governo para a Função Pública, e de todo o sector privado ser "aumentado" entre 0.3% e 1% quando José Sócrates dava 2.9% aos empregados no Estado em vésperas da chegada da troika. É que no privado são todos malucos e vivem no emprego para a vida.
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Ler nos online e nas "redes sociais" pantomineiros neoliberais, daqueles que têm a Margaret Hilda e o Governador da Califórnia nos idos do Woodstock Festival como foto de fundo, a acusarem António Costa de deliberadamente confundir autoridade do Estado com autoritarismo, pela forma como o Governo respondeu à greve dos camionistas das matérias perigosas e como lidou com a figura "requisição civil", depois de passarem a vida a elogiar a mão firme e a domesticação dos sindicatos que levou os "amanhãs que cantam" dos mercados aos States e à UK ;
Ler nos online e nas "redes sociais" pantomineiros do "De pé, ó vítimas da fome! De pé, famélicos da terra!" a acusarem António Costa de grave atentado ao direito à greve consagrado na Constituição da República, enquanto faziam figas para que o Pardal da trotineta fosse eclipsado pela negociação dos patrões com a CGTP, schnell, schnell, e que ninguém se lembrasse de que todos os anos nas páginas do Avante! lastimam a queda do Muro de Berlim e lamentam o fim da União Soviética, onde sindicalismo e luta sindical era na Sibéria, quando se encontravam todos a trabalhar como escravos no Gulag e em condições sub-humanas.
Tempos fantásticos para se estar vivo.
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Por uma daquelas estranhas coincidências da vida o início do Verão coincidiu exactamente com o início da greve dos motoristas de transporte de matérias perigosas e, os incêndios que, em tempo fresco, estavam a todas as horas certas nos canais de notícias no cabo e a fazerem meia hora de abertura de telejornal nos canais em canal aberto, com repórteres de imagem em directo dos sítios mais recônditos do país onde nem o carro do Google Maps vai, pura e simplesmente desapareceram, Portugal deixou de estar a arder pela primeira vez nos últimos 20 anos, no mínimo.
Ou as televisões redireccionaram o histerismo mediático e com isso minimizaram o efeito copycat na floresta na exacta proporção em que o combustível desaparecia nas bombas de norte a sul do país?
E depois, quando este circo acabar, podemos falar de toda a contratação colectiva assente no baixo salário base compensado por horas a 50 e 75%, horas retiradas ao descanso pagas, descansos efectivos e complementares [dias de folga] pagos, refeições deslocadas, fora da base e à factura, diuturnidades e ajudas de custo, que foi negociada por sindicatos afectos à CGTP, no tempo em que os sindicatos tinham poder negocial e a Intersindical assinava contratos verticais, e da verticalidade sindical que, do princípio "a união faz a força", meteu no mesmo saco coisas diversas e diferentes, uma das razões para o nascimento dos novos sindicatos sectoriais e não alinhados?
Talvez depois haja muita coisa que fique mais nítida.
[Imagem de autor desconhecido]
Nestes 43 - quarenta e três - 43 anos de requisições civis há notícia de Santana Lopes ter "andado por aí" na porta de alguma fábrica, empresa, hospital, aeroporto, num qualquer local de trabalho, a cavalgar uma luta ou uma reivindicação a defender o fim da economia dos baixos salários enquanto acusa o Governo em funções de não ter feito aquilo que o Governo fez até ao limite do tolerável, sentar-se à mesa com as partes e viabilizar um acordo entre sindicatos e empresas privadas?
Faltam 45 dias para as eleições e "as sondagens valem o que valem", como gostam de repetir.
Uma conta paródia no Twitter, com aquele "picolete" de conta certificada e tudo, a decretar que quem decreta o fim das greves são os governos e não os sindicatos que as convocam.
Rui Rio, o líder paródia do PSD, no Twitter.
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A táctica do Doutor Pardal camionista consiste em a cada notícia desfavorável ao sindicato aparecer mais rápido que a própria sombra nos media a lançar outra bisca para cima da mesa que desvie a atenção do fracasso e crie outro facto. E andamos nisto há um mês. E isto não é negociação coisíssima nenhuma.