"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
"Por regra, havia humanidade no modo como as penas eram impostas pela Inquisição. Assim, por exemplo, houve cristãos detidos – só os fiéis podiam ser julgados por este tribunal da Igreja! – a quem se permitiu que fizessem férias, ausentando-se da prisão por um período de tempo determinado, com a obrigação de, expirada a licença, regressarem ao presídio, para completarem a pena.
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Permitiu-se igualmente que os condenados pelo tribunal da Igreja fossem dispensados, por razão de doença, do internamento penitenciário.
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Também se conhecem histórias de condenados que foram dispensados do cárcere por razões familiares.
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Quer isto dizer que a Inquisição era um exemplo de humanidade e não houve excessos na aplicação da justiça eclesiástica? Claro que não: certamente que houve abusos e a própria prática da tortura, como meio processual para a confissão do arguido, que tem a sua origem no direito romano, é abominável. Os inquisidores eram, como todos os homens, pessoas capazes do bem e do mal. Houve, com certeza, juízes do tribunal do Santo Ofício que foram rectos e justos na aplicação da lei eclesiástica então vigente, como também os houve que se excederam, sendo responsáveis por abusos deploráveis, que não podem ser justificados, nem esquecidos. Mas a Inquisição não só foi melhor do que os estabelecimentos prisionais do seu tempo e posteriores – piores foram, decerto, os tormentos infligidos aos Távoras – como também era mais humana do que muitas prisões contemporâneas como, por exemplo, a de Guantánamo."
D. Gonçalo Nuno Ary Portocarrero de Almada, 4.º visconde de Macieira, sacerdote secular da prelatura do Opus Dei e Vice-presidente da Confederação Nacional das Associações de Família:
Pensávamos que esta questão já havia sido ultrapassada com a visita no Anno Domini 2000 de João Paulo II a Israel, e as desculpas apresentadas aos judeus na figura do Grão-Rabino Chefe Asquenazita Meir pelas perseguições de séculos e pela cumplicidade da Igreja Católica, desculpas reiteradas em 2010 por Raniero Cantalamessa, pregador oficial de Bento XVI. Pensávamos que este linguajar havia caído em desuso. Pensávamos. Esquecemo-nos foi dos cancros do ódio dentro da Igreja Católica, dominados pela Dona Inércia cerebral e vestidos com a batina do Espírito Santo.
E como vivemos numa Democracia cada um é livre de dizer as barbaridades que muito bem entender – esta deixa costuma funcionar bem nos filmes amaricanos, quando é para fazer valer a "superioridade moral" dos amaricanos, e é mesmo com "a". Um jornal, que se quer de referência, dar tempo de antena, e pago [supõe-se], a um alucinado, para dizer o que lhe vai na alma atormentada, é outra estória. Ou a mesma estória.
Agora um padre, da Igreja Católica Apostólica Romana, não é um padre qualquer, de vão-de-escada, vice-presidente [com vê grande] da Confederação Nacional das Associações de Família [clicar na imagem] … De "Família". De "Família". De "Família". Li três vezes e é mesmo de "Família". O que é que me escapa aqui?
Podia muito bem ter recorrido a um exemplo muito mais ancestral, sei lá, Adão & Eva, ou Abraão, podia até ter recorrido a Lot (Genesis 19:33-36), mas como é sabido, a Igreja Católica Apostólica Romana convive mal com o Antigo Testamento. Podia até ter recorrido a Moisés e mais as Tribos de Israel, mas esse é Judeu, e apesar do judeu mais conhecido do mundo e arredores dar pelo nome de Jesus, ainda saía pior a emenda que o soneto.
Vá, ide lá divertir-vos e não liguem à cara de masturbador do ilustre.