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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

|| 1 de Dezembro de 1640

por josé simões, em 01.12.10

 

 

 

 

 

Em dia de defenestração, e 370 anos depois, Portugal aparece aos olhos da comunidade internacional como mais uma província de Espanha. Organização conjunta implicava haver, pelo menos, o jogo de abertura ou o jogo de encerramento numa das partes organizadoras. União ibérica my ass, mais o Saramago e a Medeiros!

 

E parece que vai dar dinheiro a rodos. Para quem não sabemos, ou melhor, sabemos até bem demais. Curiosamente, ou nem por isso, não entra nas contas de quem faz contas ao TGV, ao novo aeroporto, aos submarinos e à terceira travessia do Tejo, apesar dos custos/ benefícios (se falarmos unicamente nas movimentações de contas bancárias) serem praticamente os mesmos e para os mesmos.

 

(Na imagem a Praça dos Restauradores em Lisboa, anos 30/ 40 do século XX)

 

 

 

 

 

 

|| As moscas

por josé simões, em 20.10.09

 

 

 

Ontem passou na televisão uma reportagem sobre as moscas e os estádios do Euro 2004 e onde se equacionava a possibilidade de implodir o novel estádio de Aveiro, sorvedouro de dinheiros públicos, e com uma média de 2000 espectadores por jogo, descontando as moscas. Ou seja, sai mais barato pagar a uma empresa para escaqueirar o estádio que o manter como está. Resta saber se a empresa contratada para o destruir será a mesma que foi contratada para o construir, mas isso é a mesma outra estória.

 

«“Nunca apresentaríamos uma candidatura se não soubéssemos que vamos prestar um grande serviço à família da FIFA. Porque temos experiência, temos infra-estruturas fantásticas (…)"»

 

Já vai sendo tempo de «prestar um grande serviço à família» portuguesa, descontando as moscas. Dos estádios e da Federação.

 

(Imagem de autor desconhecido)

 

 

 

|| Da série “Um “empresário” português”

por josé simões, em 17.06.09

 

«(…) tem vivido na base do que tem sido o sucesso do seu melhor produto: a sua selecção. Se ficarmos fora do Mundial, seremos obrigados a efectuar ajustamentos internos" (…)»

 

Uma empresa que não rende, apesar da matéria-prima de qualidade; um produto que desvaloriza, num mercado em crescendo; um “conselho de administração” que não responde pelos erros estratégicos cometidos; um gestor (Carlos Queiroz) que não é responsabilizado pelas más opções tomadas, apesar das excelentes condições contratuais e de trabalho; o mercado a fugir debaixo dos pés – literalmente. A solução do costume: «ser obrigada a despedir ou dispensar funcionários»

 

(Na imagem Buster Keaton via Corbis)

 

 

 

 

Eleições na Federação Portuguesa de Futebol

por josé simões, em 11.01.07
Numa clara inversão de discurso ao proferido antes das eleições para a Federação Portuguesa de Futebol (FPF):
 
“O Carlos Esteves tem feito um bom trabalho na Comissão de Arbitragem e o Francisco Costa tem sido um elemento cumpridor. Estar indiciado não é estar condenado”.
 
Sobre a presença na sua lista de dois arguidos no processo Apito Dourado, Gilberto Madaíl vem agora dizer:
 
“Não incluiria arguidos em factos desta natureza se já estivessem em vigor os novos estatutos, que concedessem autonomia à direcção na escolha das equipas dos várias órgãos federativos.”
 
Donde se depreende que Gilberto Madaíl foi “obrigado” por algumas Associações a incluir os arguidos na sua lista. Não especificou quais, mas quem não tiver a memória curta e fizer uma revisão da matéria ao historial da FPF, decerto se recorda das infindáveis “negociações” e jogos de bastidor de cada vez que haviam eleições para a instituição – no tempo antes da Liga – sempre em torno da Comissão de Arbitragem, sempre protagonizadas pelas Associações do costume… As mesmas também responsáveis pelos não menos históricos alargamentos de divisão.
Deitamo-nos a adivinhar: A Associação começada por P com um R no meio e terminada em O; a Associação começada por A com um V no meio e também terminada em O; ou a Associação começada por B e terminada em Ga.
 
Mas os fins não justificam os meios e, no discurso de Madaíl também se lê que disse “que sim” para ser eleito. Apesar de ser contra a sua vontade. Vem agora morder a mão a quem lhe deu de comer e, descarta-se das possíveis consequências:
 
“Aí sim, (se os estatutos estivessem em vigor) teríamos de assumir o ónus das asneiras que se fizessem nas escolhas das pessoas!”
 
 
Não o iliba, antes pelo contrário; o que tem de tão apetecível o mundo do futebol em geral e, o da FPF em particular, para Madaíl se prestar a este tipo de jogadas?
À atenção de Maria José Morgado.

Gilberto Madaíl e o Apito Dourado

por josé simões, em 14.12.06

Gilberto Madaíl em declarações ao Público afirma que a ineficácia dos órgãos desportivos é devida à falta de meios; “A justiça desportiva não tem os meios da justiça civil. Não temos escutas telefónicas, nem investigadores, nem detectives.”

 

O nosso muito obrigado pelo esclarecimento, mas tem outros “meios” como ficou sobejamente comprovado pelo processo Apito Dourado e pela prosa literária da senhora Carolina.

 

Reduzindo “tudo isto” a uma questão de meios e até ver, os desportivos levam ligeira vantagem; recorrendo à terminologia futebolística, são “campeões de Inverno”.

 

Há saída do Tribunal de Gondomar, Gilberto Madaíl frisa que é economista e não jurista e que este processo já lhe causou danos e transtornos suficientes, porque segundo o nosso ilustre dirigente federativo, tinha uma candidatura a um cargo na UEFA com 100% de hipóteses de ser eleita e teve de ser retirada devido a.

 

Talvez devido à sua formação em economia, resolveu economizar em meios e vai daí, três dos sete nomes propostos para o Conselho de Arbitragem estão implicados no processo “Apito Dourado”.

Carlos Esteves e Francisco Costa estão indiciados pela prática de corrupção e corrupção desportiva, José António Pereira, ex-árbitro, foi escutado a confessar que perdoou um pénalti a uma equipa da II B (recebeu como prémio, oferecido pelo presidente do Lixa, um par de sapatos!).

 

Madaíl como bom católico temente a Deus, é acérrimo defensor da máxima “não faças aos outros aquilo que não gostas que te façam a ti” e só por isso os nomes não são retirados da lista, como a sua candidatura ao cargo da UEFA teve de ser.

 

Mas também aqui nada de novo, é só mais uma extensão da dualidade de comportamentos tão bem praticados pelos nossos jogadores. Vejam-se as atitudes comportamentais em provas europeias e no campeonato nacional…

 

Marques Mendes, no rescaldo do cataclismo pós-Santana, começou por tentar credibilizar o partido. Os primeiros a “levarem nas orelhas” foram Valentim Loureiro e Isaltino Morais que eram arguidos em processos.

“Arguidos são arguidos, não são condenados” diz Madaíl à saída do Tribunal de Gondomar para justificar a inclusão dos nomes na lista.

 

Madaíl é deputado eleito pelo PSD. Excelentíssimo Senhor Dr. Luís Marques Mendes, já regressou do Brasil, ou está tão (pre)ocupado com a situação das nossas tropas no Líbano que ainda não deu por nada?

 

Post-Scriptum: De todos os escutados pela Policia Judiciária nunca nenhum desmentiu o teor das escutas, desde o árbitro “Imelda Marcos” até Pinto da Costa, Reinaldo Teles ou Valentim Loureiro… Alegam que as escutas são ilegais…