Death from Above
[Link na imagem]
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
[Link na imagem]
Acordaram todos, jornais e televisões, com o filme onde Gaza aparece transformada em destino turístico, com Musk na praia a atirar notas ao ar, Trump de molho na piscina ao lado de Netanyahu, estátuas do Agent Orange, uma criança com um balão com o cabeçudo e tudo, nativas a sacudir o umbigo. Uma merda que já circula pelo Insta e pelo Whats há mais de um mês. E gerou-se logo uma onda de indignação nas redes fazendo, jus à velha máxima "uma indignação por dia não sabe o bem que lhe fazia". E amanhã já não se fala mais nisso, prontes, que atrás da indignações vêm indignações outras indignações hão-de vir, já cantava o Bordalo que era Fausto. E porque é que acordaram todos, os jornais, as televisões, e os redistas [inventei agora] - aqueles que vivem nas redes, sobressaltados com aquela treta? Porque o Agent Orange a publicou na sua conta Insta, e a comunicação social, que se calhar já tinha dado por aquilo e não lhe tinha passado cartucho, como agora foi [re]publicada por quem foi, pegou e fez manchetes, e os redistas revoltaram-se do fundo do seu ser. Circulo fechado. É falso que os media andem com o populismo ao colo e lhe dêem gás, é falso que os redistas lhe dêem corpo e projecção. É falso que andem todos por aqui a fazer figura de ursos.
[Imagem de Alex Beker]
Benjamin Netanyahu aparece ao lado de Marco Rubio a repetir a lengalenga de Donald Trump, se o Hamas não entregar os reféns Gaza vai ser o inferno na terra. Porque até agora tem sido o céu.
[Imagem "Palestinians gather near a fire surrounded by the rubble of destroyed buildings at Jabalia refugee camp, northern Gaza Strip". Mahmoud Issa/ Reuters.
A verdade é que a ideia de Gaza, Riviera do Médio Oriente, lançada pelo "Agent Orange", é uma boa ideia. Para ser feita por palestinianos, com os palestinianos, com retorno para a Palestina. Com potencial enorme para criação de emprego, riqueza e bem-estar social. O problema é que a "open mind" que nasce do contacto com outros, com outras culturas, com outras mundo visões, aliada à necessidade de mão-de-obra qualificada e poliglota, é inimiga do fundamentalismo religioso e do obscurantismo. Daí a opção ter sido sempre investir em túneis, milícias, armamento, escolas de terrorismo a partir do berçário. Mal grado os milhões de dólares doados ao longo de décadas pela União Europeia, pelos Estados Unidos, pelas Nações Unidas. E agora, depois deste retrocesso civilizacional de décadas consumado em pouco mais de um ano?
[Link na imagem "Palestinians walk past the rubble of buildings destroyed during the Israeli offensive, on a rainy day, amid a ceasefire between Israel and Hamas, in Gaza City, February 6. Reuters/ Dawoud Abu Alkas]
[Link na imagem]
Para rejeitar categórica e veementemente a Riviera do Médio Oriente de Trump com a exigida deslocação de 2 milhões de palestinos não havia necessidade de meter o "mundo livre" e a "democracia liberal" ao barulho nem elencar as maldades que os impérios europeus fizeram em África para explorarem os recursos naturais, nem a expulsão pelos alemães dos herero e nama da actual Namíbia, ou o "Caminho das Lágrimas" dos índios norte-americanos, nem os aborígenes australianos, a "natureza selvagem e predatória do capitalismo", sobretudo quando deliberadamente se deixam de fora 18 milhões de deslocados por Estaline, desde cossacos a nómadas cazaques, passando por azeris, curdos, tártaros, calmucos, tchetchenos, e outros etno descendentes avulso. Deslocando o título do filme de Walter Salles, alguma alegada esquerda "ainda está aqui" com grande prejuízo para a esquerda.
Palestinians gather outside a building destroyed during the Israeli offensive in Khan Younis in the southern Gaza Strip. Hatem Khaled/ Reuters
[Link na imagem]
Trump insiste, delante de Netanyahu, que el reasentamiento de los palestinos de Gaza es la solución: "No sé cómo quieren quedarse"
Creo que deberían conseguir un terreno bueno, fresco y hermoso
Palestinian militants surround hostage Arbel Yehoud, on the day they hand her to members of the International Committee of the Red Cross (ICRC) as part of a ceasefire and prisoners swap deal between Hamas and Israel, in Khan Younis in the southern Gaza Strip, January 30. Reuters/ Ramadan Abed
[Link na imagem]
Displaced Gazans walking toward Gaza City on Jan. 27, 2025, after crossing the Netzarim corridor from the southern Gaza Strip. Omar Al-Qattaa/ AFP
Displaced Palestinians make their way past the rubble as they attempt to return to their homes following a delay in the ceasefire between Israel and Hamas over the hostage list, in the northern Gaza Strip, January 19. Reuters/ Khalil Ramzi
[Link na imagem]
A woman and a child with salvaged footwear in Gaza City. Omar al-Qattaa/ AFP
A destroyed part of Gaza City as seen from southern Israel. Tsafrir Abayov/ AP Photo
[Link na imagem]
Palestinian girls vie for donated food at a distribution center in Khan Younis, Gaza Strip, Dec. 6, 2024. AP Photo/ Abdel Kareem Hana
[Link na imagem]
Mahmoud Ajjour, 9, lost both of is arms in an airstrike in Gaza. Samar Abu Elouf/ The New York Times