É o capitalismo, estúpido!
Novo Banco dá prémio 1,6 milhões de euros a António Ramalho e equipa por terem recuperado um banco com o dinheiro dos contribuintes. É o capitalismo, estúpido!
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Novo Banco dá prémio 1,6 milhões de euros a António Ramalho e equipa por terem recuperado um banco com o dinheiro dos contribuintes. É o capitalismo, estúpido!
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Depois 7.876 milhões de euros de dinheiros públicos injectados "às mijinhas" com início no longínquo ano de 2014 chegamos a 2021 com o Novo Banco a dar 137.7 milhões de euros de lucro e a avançar para tribunal por considerar que o Fundo de Resolução lhe deve 277 milhões. Carl Barks não viveu para ver isto.
"O Novo Banco registou um prejuízo de 400,1 milhões de euros no primeiro semestre do ano, o que compara com um prejuízo de 212,2 milhões no mesmo período de 2018, foi hoje divulgado."
Novo Banco agrava prejuízos em 88,5% para 400,1 milhões de euros
Pedro Passos Coelho interrompeu por alguns momentos as férias que está a passar com a família em Manta Rota, no Algarve, para falar aos jornalistas sobre a decisão do Banco de Portugal, que anunciou este domingo, 4 de Agosto, um plano de capitalização do BES de 4.900 milhões de euros e a separação dos activos tóxicos ('bad bank') dos restantes que ficam numa nova instituição, o Novo Banco.
A propósito da injecção de [mais] um milhão e cem mil euros no Novo Banco, saídos do Fundo de Resolução Bancária, por interposta pessoa o Estado, e que não é um só euro do dinheiro que o contribuinte vai recuperar no prazo de 30 anos, um exercício interessante de fazer seria recuperar agora o que dirigentes, deputados, comentadeiros e paineleiros diversos em rádios, jornais e televisões, blogues e mais as brigadas de plantão às "redes", disseram quando Pedro Passos Coelho afiançou que o dinheiro emprestado ao Fundo estava a render.
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O Novo Banco vai pedir 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução.
[Imagem de autor desconhecido]
A banhos no Algarve, enquanto assinava de cruz a [re]solução para o BES congeminada por Carlos Costa, excelentíssimo Governador do Banco de Portugal, Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, e Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, sem custos para o contribuinte, juraram a pés juntos.
Fundo de Resolução dá como perdidos os €4,9 mil milhões injectados no Novo Banco em 2014
Quase tão importante como a interrogação de Jerónimo de Sousa hoje no debate no Parlamento, "onde é que está o dinheiro a perder de vistas ganho com os juros do erário público empatado no fundo de resolução?" é saber em que teta ponto é que está a "vaquinha" que Pedro Passos Coelho se propôs encabeçar para ajudar os lesados do BES.
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O banco que não ia custar a ponta de um chavelho ao contribuinte:
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal: "A medida de resolução agora decidida pelo Banco de Portugal, e em contraste com outras soluções que foram adoptadas no passado, não terá qualquer custo para o erário público, nem para os contribuintes."
Cavaco Silva, Presidente da República: "A autoridade de supervisão, entre as alternativas que se colocavam, escolheu aquela que melhor servia o interesse nacional e que não trazia ónus para o contribuinte".
Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças: "A solução de financiamento encontrada – um empréstimo do Tesouro ao Fundo de Resolução a ser reembolsado pela venda da nova instituição e pelo sistema bancário – salvaguarda o erário público".
"Os contribuintes não terão de suportar os custos relacionados com a decisão tomada hoje. A nova instituição será detida integralmente pelo Fundo de Resolução".
Paulo Portas, vice-primeiro-ministro: : "É a mais aceitável das opções possíveis", [...] "basta" comparar com o caso BPN para chegar a essa conclusão. "O resultado da nacionalização do BPN foi que o contribuinte pagou milhares de milhões de euros. Isso seria uma tragédia", disse. Assim, diz, a medida de resolução que dividiu o BES num banco de transição (Novo Banco) e num banco mau (que ficou com os activos tóxicos) é "substancialmente diferente" e a "mais aceitável".
"Protege os depositantes, seja qual for o valor dos depósitos, protege os contribuintes, salvaguarda os postos de trabalho, evita rupturas de crédito à economia, contribui para a estabilidade do sistema financeiro como um todo", explicou Paulo Portas. Os accionistas e quem tinha dívida subordinada do BES são os que ficam com as perdas, já que ficam com o banco mau, que tem os activos tóxicos e de difícil recuperação.
O Governo em peso, um ano depois: "Governo conta com venda do Novo Banco para financiamento do Estado este ano.
Necessidades de financiamento do Estado já atingiram valor previsto para todo o ano. Governo conta receber empréstimo de 3900 milhões ao Novo Banco e espera venda o mais depressa possível.
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Descontando aquela parte de que se o BES tivesse sido nacionalizado o banqueiro Ulrico não tinha contribuido com umas migalhas para o monte de migalhas dos 700 milhões que cabem aos bancos no bolo suportado pelo dinheiro dos contribuintes, que é como quem diz o Estado, este "Eu preferia a solução do Partido Comunista que era a nacionalização do banco [BES], essa tinha sido melhor para nós" é o banqueiro Ulrico a fazer-se de parvo, a fazer dos outros parvos e a fingir não perceber que a solução do Partido Comunista era não só a nacionalização do BES mas também a do BPI e de toda a banca privada. E daí, se calhar, tinha sido melhor para nós [eles, o banqueiro Ulrico] que podia assim ir trabalhar por conta de outrém, aguentar, aguentar e deixar de se preocupar e de ganhar cabelos brancos com o dinheiro dos outros e com o dinheiro do Estado.
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