"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Quando há milhares de portugueses com a ameaça do desemprego a pairar sobre a cabeça, com ou sem subsídio; quando há milhares de portugueses em risco de perderem uma parte importante do rendimento do seu trabalho, quer por via do layoff, quer por via da eliminação do subsídio de refeição; quando a falência ameaça milhares de micro, pequenas e médias empresas, provocando um rombo inimaginável na Segurança Social, nas finanças públicas, e metendo a dívida externa outra vez em rota ascendente, o sindicato do emprego para a vida sai a terreiro para dizer esperar que o coronavírus não ameace ou ponha em causa futuros aumentos salariais na Função Pública, um dia depois de terem sido aumentados. Não ter a puta da vergonha na cara é isto.
Alguém devia ensinar às Anas Avoilas desta vida uma conta simples de fazer: quando uma empresa privada abre falência, fecha as portas e todos os que lá trabalhavam vão a caminho do desemprego - sobrecarregar a Segurança Social, e mais o cortejo de miséria que os precede - família, filhos. contas para pagar e, com muito boa sorte, dependendo da idade, depois de muito penar vão iniciar uma carreira para outras bandas e tentar progredir a partir do zero sem metade dos direitos e garantias.
Como o patrão das Anas Avoilas deste vida como não abre falência, sobrecarrega os trabalhadores do sector privado com impostos, algumas deslocalizam, outras abrem falência e fecham portas, e todos os que lá trabalhavam vão a caminho do desemprego - sobrecarregar a Segurança Social, e mais o cortejo de miséria que o precede - família, filhos. contas para pagar e, com muito boa sorte, depois de muito penar, vão iniciar uma carreira para outras bandas e tentar progredir a partir do zero sem metade dos direitos e garantias.
Com o pior Governo da curta história da Democracia portuguesa preso pelos fios do pior Presidente da República da curta história da Democracia portuguesa; com o país prestes a entrar na pior crise social e económica de que há memória, a melhor maneira de dividir os trabalhadores e de os colocar uns contra os outros passa por expor à opinião pública, sem qualquer tipo de comentário ou observação, só as coisas como elas são, a "equidade" entre o sector privado e o sector público. É triste mas é verdade.
Com o FMI a impor a "vassourada" na Função Pública e o próximo Governo a privatizar o que resta do sector empresarial do Estado, no espaço de uma legislatura acabam-se as greves, tal qual as conhecemos, em Portugal. Está escrito nas estrelas.
Não podia estar mais de acordo com os sindicatos: mais de um milhão e 300 mil funcionários e familiares, cidadãos de 1.ª classe, que usufruem de um sistema de saúde sem limites e com reembolsos até 80%, suportado pelos impostos solidários dos outros milhões de cidadãos de 2.º classe, utentes do Serviço Nacional de Saúde, com os limites impostos pelo salário de cada um e a guardar o recibo para “meter” no IRS.
E conseguem dizer estas barbaridades sem corar de vergonha.
(Na imagem Rodolfo Valentino e Agnes Ayres via Museo Nazionale del Cinema di Torino)